Estava pensando em mim.
Ontem fomos para o Zoológico de Balneário Camboriú para a disciplina de zoologia. E essas idas a esses lugares me provocam um revorteio de sentimentos. Fico ansiosa, muito, afinal vou ver animais... muitos animais que ficarie olhando e babando e olhando e babando e não conseguindo decidir o que continuarei fazendo.
Tenho vontade de tocá-los, de entrar na jaula e passar a mão (menos nas aves, é claro!). Vontade débil de uma criança que cresceu no tamanho e não por dentro, que esquece tudo naquele instante porque esta frente a frente com aquilo que mais admira, com aquilo que lhe fez escolher uma profissão.
E a criança ao ver os animais entristece. Entristece de ver o bicho preso, agoniado, sem estímulo, caminahndo de um lado pra outro e pro lado, e desmaiado de tédio.
A criança queria abrir as jaulas e abraçar os bichos e dizer que eles podem ir embora, a criança também lembra que a vida deles não é muito melhor lá fora. E entristece mais ainda.
Fico aqui lembrando das palavras do Fernandez "Temos que conservar os bichos pelos bichos", lembro das minhas palavras ontem "Temos que escolher uma justificativa para preservar o mundo para nós, quando devemos preservar para o mundo".
Penso novamente que não devíamos existir, não sei o que há de errado conosco, percebo que é da nossa natureza (portanto, é natural, é normal) sermos assim, querermos mudar o mundo e justificar o mundo e nós mesmo, e assim, acabar com o mundo.
A criança se anima de novo (anima, de animar, mesma raiz de animal), ela escuta uma criança de 3 anos dizer para a mãe: "Olha mãe, o macaco do Rei Leão!"
A criança (eu) pensa "não estou tão velha, ainda há esperança que eles assistam os mesmos desenhos que eu gosto".
E a criança lembra dos desenhos que fazem as crianças quererem abraçar leões, dar a mão para o Mandril (primeira foto) e acreditar que os animais vão receber o carinho e tratá-las com carinho. E sente o prazer da esperança.
Passeio pelo parque (para fugir do Mandril que eu deixei nervoso por jogar uma flor para a fêmea da jaula dele), paro na frente do meu mamífero brasileiro preferido (as cutias que não escutem). E ele foge, sempre foge pro lado mais distante, se deita e fica rodeado daquela dezena de urubus.
Penso no tigre e no leão ali deitados o dia inteiro nos ignorando, penso nos primatas safados loucos apra nos apssarem a perna e quebrarem a nossa mão na grade e olho para o meu lobo-guará capaz de me fazer um estrago e se distanciando de mim.
Ainda bem que nem todos os bichos são corajosos, a maioria deles é esperto o suficiente para saber quem deve temer.
A criança olha pra eles, pensa nisso, pensa na menina do rei leão e vê outras crianças de 5 anos alimentando as emas com as folhas de hibisco e pensa:
"Talvez os zoológicos ainda possam cumprir a sua função, alguns sempre se sacrificam pela felicidade da maioria... e talvez o sacrifício ainda possa valer a pena!"
Assim espero...
Nenhum comentário:
Postar um comentário