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20.10.14

Montevideo: segunda parte

Eu contei um pouco dos dois primeiros dias de viagem nesse post. Pretendo aqui finalizar e o relato e prometo ainda trazer um pouco mais detalhado alguns lugares que visitei que considero valer a pena 'fazer propaganda'.

Finalmente fui abençoada com o sol na capital uruguaia. No meu terceiro dia de viagem programei uma saída ao ar livre, então estava contando com isso. (não estava contando é com as poeiras na câmera que eu não notei)

Após o café da manhã fui caminhando até o parque Rodó. E honestamente, não curti o Parque em si. Acho que é um local bem interessante para a população local curtir o fim de semana, ir correr, levar os cachorros para passear (lá ganhei dois amigos e admiradores caninos). Mas não é um parque muito interessante para turista conhecer (minha opinião).


Lá peguei o ônibus 182 (o 181 também serve) próximo da faculdade de direito e segui para o Jardim Botânico. Contei com a simpatia comum dos uruguaios para o motorista parar exatamente em frente a entrada do local.
E como boa bióloga fiquei num paraíso por algumas horas.
O Jardín Botánico de lá não se compara ao de Sydney para levar a loucura até os menos interessados pela vida natural.





A entrada é gratuita e é um passeio agradável, pode render um bom piquenique.
Saindo de lá fui caminhando até o rosedal que estava como eu imaginava: seco e sem flores nessa época. Ainda assim, deu para ter uma noção e recomendar a dupla.



Minha pretensão era emendar no Jardim Japonês e Museu Blanes, que são todos na região, mas eu comecei a desempolgar porque estava ansiosa para voltar para almoçar e descansar um pouco antes de caminhar pela rambla.
Acabei optando por voltar e almoçar um maravilhoso hamburguer de falafel no Barbaros ao lado do hotel. Voltei rolando pro quarto e depois fui estourar a bomba calórica tomando Freddo.
Tudo para ganhar energia para a caminhada rumo ao pôr do sol no farol.



Caminhar pela rambla é uma delícia, e ela não é uma novidade uruguaia, lembra desde Laguna ao Rio de Janeiro.
Claro que o passeio por ali durante a tarde deve ser mais agradável no verão, já que os prédios sombreiam a calçada. Mesmo assim foi bem agradável, tirei muitas fotos e ter a visão do farol como objetivo tornou a caminhada rápida.




Muita gente vai até o farol de Punta Carretas para ver o sol deixar os céus, mas eu aviso que a região fica meio abandonada, muita gente chega lá de carro.
Eu estava sozinha e não quis esperar o 'adeus total' para voltar, mas nos trinta minutos que fiquei ali foram tranquilos, com muitas visitas de cães e seus donos e a companhia de alguns felinos locais.

Não tenho nenhuma dica especial de restaurantes a noite, porque com o frio e a preguiça que eu estava me acomodei no hotel. 
Acredito que dois a três dias são suficientes para curtir o essencial da capital uruguaia, um local bem tranquilo para passeios a pé, ou para os preguiçosos de táxi.

E sim, o pôr do sol é lindo.

17.3.14

[11x52] Surpreender-se e se encontrar

Foto: Laise Orsi Becker. Gralha-azul na Fazenda da Ressacada UFSC

Essa semana aconteceu algo bem inesperado no trabalho. Embora visitas de fauna (em especial aves) sejam comuns por aqui, ainda assim a gente recebe um presente vez ou outra.
Estávamos durante um procedimento e eu olho pela janela dando uma divagada sobre a árvore repleta de rolinhas, quando a minha colega exclama:

"Olha as gralhas ali!"

Eu me viro e vejo que na grade próxima a janela estão empoleiradas quatro gralhas-azuis. E a nossa admiração veio quando uma delas saltou pro chão atrás de uma presa.

"É uma perereca! Estão caçando a perereca!" - falou o outro colega - "Corre para filmar, Laise."

Saio eu desesperada, tirando luva e buscando meu celular com sua câmera medíocre. Eu estava com a pulsação acelerada, em euforia de empolgação. O mesmo sentimento que eu identifico tantas vezes e que me motivou a escolher essa profissão. A admiração pela vida, suas manifestações, sua beleza e crueldade.

Estou lá tentando filmar as quatro gralhas que se afastam investindo e bicando a pobre perereca (enorme!) que tenta se safar inutilmente. E surge mais um drama, vem surgindo das árvores do mangue três aracuãs interessadas na caça.
Nunca achei as aracuãs tão parecidas com galinhas, com sua passadinha despretensiosa, se aproximando. Imponentes com suas caudas e seu tamanho.
Se eu não estivesse fechada na sala, eu poderia dizer que todos os outros pássaros fizeram silêncio nesse momento, curiosos com o desfecho. Eu via alguns passarinhos empoleirados virados para a cena. Poderia dirigi-los.
Uma das aracuãs se afasta de seu grupo e se aproxima da "praça de alimentação". E a gralha "chefe" demonstra porque gralhas e corvos são considerados tão inteligentes dentre as aves. Ela põe a aracuã e suas colegas para correr, investe brigando, defendendo sua conquistada refeição. Só permite que as colegas do bando comam depois dela.

Tento me concentrar novamente no que estamos fazendo. Mas de tempos em tempos meu olhar gruda novamente na janela, a bióloga em mim está em polvorosa. Ninguém mais lembra da perereca, ou do que restou dela, porém a gralha "chefe" e a aracuã corajosa continuam se enfrentando. Ela voam e pousam em diferentes lugares. As demais gralhas já estão empoleiradas no muro assistindo. As outras duas aracuãs já estão prestes a abandonar a goiabeira ao lado da minha janela, para onde partiram assim que souberam que não conseguiriam a perereca.
As duas porém brigam e persistem. 
Eu estou quase largando tudo e grudando na janela, meus colegas me chamam de vez em quando porque fico desatenta. Balbucio o que continua acontecendo.

Nem vi as rolinhas desaparecerem quando as brigonas dominaram a árvore que antes ocupavam.
Fui embora a tarde e ainda pensava na cena ocorrida de manhã. Ainda penso. E penso no ânimo e na empolgação que aquela surpresa matutina me despertou. Como essa veia "naturalista" não me abandona e continua me causando o mesmo frisson. É inerente a pessoa que sou.

Só me resta rir das saracuras que chegam na hora do almoço, no terreno que todas as aves abandonaram há uma hora. Perderam um show! 

8.11.13

Um dia daqueles...

Sabe aquele livro Um dia daqueles? Ou algo do gênero?
Pois é, ando por essa fase. Acontece que eventualmente uma amigona consegue me arrancar desses momentos com vídeos e fotos de animais. Em alguns momentos eu me pego catando o e-mail para rever.

Hoje ela me enviou um gif e eu fiquei me emocionando pensando na razão de eu gostar tanto de roedores, enquanto a maioria das pessoas não conseguem enxergar a 'fofurice' deles.

Vou tentar convencer vocês hoje:









 























25.9.13

[Resenha] Civilização animal





Título: Civilização animal: a etologia numa perspectiva evolutiva e antropológica
Autor(a): Maria José Aragão
País: Portugal
Ano publicação original: 2006
Editora: USEB
Páginas: 205




(2/5)

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Esse mês não está sendo fácil, porque já comecei fraudando as metas de um certo modo. Aí eu retornei das férias sem muito pique para ler e muito menos para ler divulgação científica (eu curto, mas em homeopatia, diferente de um romance).
Aí eu selecionei esse livro que comprei no Congresso de Ecologia de 2011 (quando eu ainda era graduanda). Eu fiquei louca pelo livro porque é sobre a área que eu mais gosto na minha profissão. Vamos saber o que eu achei.

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Breve sinopse...

Animais racionais e irracionais, possuir ou não consciência, cultura, linguagem... Ao longo do tempo a humanidade procurou inúmeras formas para separar os demais animais dos seres humanos. Entretanto a cada barreira criada a ciência a derruba após algum tempo. O estudo do comportamento dos animais é um exemplo.

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Então, eu preciso começar pelo exterior do livro.
Ele é lindo! A diagramação proporciona uma leitura suave e prazerosa, mesmo com as folhas em papel couché, que refletem (porém deixam o livro mais bonito). Cada início de capítulo há fotos muito bonitas que nem sempre se relacionam com o texto em si, ainda assim enchem os olhos.

O livro dividido em 17 capítulos, é um pouco diferente do que eu esperava. Acreditava que ele trataria mais sobre a etologia em si, que é o estudo do comportamento. A bem da verdade é que ele é um aglomerado de exemplos de estudos que demonstram 'x' aspectos do que a autora pretende debater.

Embora a leitura seja fluida, confesso que eu desgostei do modo como foi escrito. E eu fui atrás de saber sobre a autora. Na orelha, descobri que ela era Engenheira Química que passou pela pós em Administração e... eu não achei nada ali que se relacionava com o trabalho na área da ecologia comportamental ou etologia.
Não sei se ela realmente trabalha/trabalhou na área. Se não, isso para mim justifica algumas interpretações que me parecem equivocadas ao tratar de evolução e comentários muito simplistas de exemplos do cotidiano.
Ela mistura exemplos de estudos científicos (que às vezes ela não conclui muito bem o resultado, objetivo e finalidade, o que se torna confuso) com alguns exemplos do seu cotidiano com seus animais de estimação. De um modo muito empirista.

Ela tampouco conversa com os exemplos que vai dando. Talvez na primeira parte do livro, ela ainda tenha tido mais sucesso. Os capítulos seguem uma 'certa linha de raciocínio', ao tratar do surgimento da vida e das similaridades entre os primatas, contrastando com o criacionismo e evolucionismo e a posição que assumimos diante dos demais animais.

Ainda assim, eu gosto muito dessa discussão para dizer que o livro é um fracasso. Talvez para um leigo ele funcione ainda melhor (embora eu tenha receio pelas falhas tornarem consolidadas informações inconclusivas ou ligeiramente equivocadas). Diversos exemplos fornecidos pela autora portuguesa emocionam, nos fazem refletir e eu espero que possam mudar a relação de algumas pessoas com as outras formas de vida.
Infelizmente, a USEB é uma editora que tem seu principal público estudantes e profissionais das áreas biológicas, reduzindo o potencial do discurso do livro. 

19.9.13

[Quadrinho] Ser biólogo

Para quem não sabe dia 3 de setembro é... o aniversário da minha cadela Bianca. E também o dia dos profissionais mais perfeitos da natureza: nós biólogos!

Eu estava em viagem e nem preparei nada para comemorar. Quando eu voltei eu descobri uma página de um brasileiro que se dedica a fazer quadrinhos inspirados na nossa vida biológica.
Eu gostei muito da iniciativa, principalmente porque ele propõe uma discussão na postagem após o quadrinho relacionado.

Segue aí a triste realidade da nossa profissão.

Para quem quiser acompanhar A vida de biólogo e no facebook.

7.2.13

De frente com Geneticista

Após a sua participação no De frente com Gabi, o pastor Silas Malafaia foi intimado a comparecer a um segundo programa De frente com o Geneticista para esclarecimento de suas respostas.

Eu não quero dar maiores informações, deixo isso para que vocês confiram no vídeo.



24.1.13

[Quadrinhos] Apanhado 'biológico'?!

Para hoje eu decidi trazer alguns quadrinhos de assuntos 'biológicos', só para vocês não esquecerem a profissão de quem vos escreve.

 Ambíguo, não?!?

Pois é, é assim que nós cientistas somos... Ao menos é como Sheldon Cooper é!


E a mais fofa de todas! "Olhe! Células-tronco!"

7.10.12

Explora, a revista virtual diferente do que você já viu

É com uma prazer gigantesco que venho indicar aqui a leitura de uma revista virtual idealizada por um amigão Edson (mais conhecido como Chuck).



A Explora é bem voltada para a área ambiental, mas não pense que é para biólogos ou para "eco-chatos" não. Ela é para quem curte viagem e aventura, para quem curte natureza, para quem se interessa por questões legais e políticas públicas ligadas ao meio ambiente. E para quem curte viajar nas histórias, tem muita história aqui tanto nas crônicas quanto no diário de campo.
Imperdível e facinha de conferir, basta clicar aqui para ler online.

Contem nos comentários o que acharam!

5.10.12

Animais homoafetivos

Ontem foi dia dos animais, assim, hoje decidi trazê-los para o blog. Pensando nas muitas coisas para falar sobre eles (primeira ideia foi animais da nossa fauna ou animais em extinção, mas achei meio previsível) achei que esse era um tema legal e importante.

Diante de todo o preconceito que encontramos (infelizmente) ainda hoje diante de homossexuais (aliás há um preconceito pra tudo, até contra pessoas que seriam julgadas perfeitas), que tema mais interessante seria do que mostrar que não somos os únicos animais que apresentam o que poderia ser considerado "desvio de comportamento natural". Esclareço o porque coloquei assim, diante do fato de dois animais do mesmo sexo não procriarem, o que seria esperado da natureza (sem relação alguma com religião, falo exclusivamente de manutenção da espécie. DE TODAS AS ESPÉCIES).
Quando passamos a conviver e os dedicar a estudar outras espécies animais nos deparamos com algo que não é regra, mas tampouco chega a ser exceção: muitas espécies são homossexuais (meu lado científico se questiona se a maioria não teria casos que aidna não presenciamos).

No portal Paraíba eles ressaltam que há uma busca da ciência por entender a razão desses comportamentos, aqui não me proponho a discutir isso. Quero apenas afirmar que ele existe.
Em 2006 o Museu de História Natural de Oslo organizou uma esposição de registros de homossexualidade em 500 espécies animais (de 1,5 mil relatados), incluindo invertebrados e cordados. Viram? 1,5 mil espécies distintas.

A Daniela em seu blog Consciência com ciência traz algumas referências bibliográficas da área que discutem a homossexualidade no reino animal (post muito bom).
No mesmo blog, inclusive, há uma figura que eu coloco a seguir sobre diferentes motivos para relações homossexuais entre as relações animais.




Seguem alguns exemplos:

 Alguns flamingos machos criam os ovos doados por fêmeas como um casal.

Quem diria? Os galos da Serra são outra espécie  com pares do mesmo sexo.

 O exemplo mais famoso fica por conta dos Bonobos, os nossos parentes mais próximos que utilizam o sexo para quase todas as relações sociais, sendo assim há relações sexuais entre machos e fêmeas, fêmea e fêmeas, machos e machos. O livro A casa dos macacos que resenhei aqui traz um pouco dessa característica da espécie.

Os golfinhos foram um dos primeiros animais a terem sua sexualidade ganhando a mídia.

Os bisões americanos machos utilizam relações homossexuais para manter a dominação do grupo e também pela falta de fêmeas. Parece que a relação sexual entre os machos é mais agressiva do que quando é heterossexual. 
Não levem a mal, mas vou fazer a piada. O bisão é o exemplo de animal não humano que parece os gays das piadas "o cara forte e musculoso que desmucheca". 


Para fechar, me lembro de em Compramos um zoológico, Benjamin Mee dizer que na Europa existia um zoo com animais gays. Eu não cosnegui descobri o nome do Zoo, mas há um rumor de um certo tempo atrás para a criação de um Zoo de animais gays no Canadá.
 
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