25.9.13

[Resenha] Civilização animal





Título: Civilização animal: a etologia numa perspectiva evolutiva e antropológica
Autor(a): Maria José Aragão
País: Portugal
Ano publicação original: 2006
Editora: USEB
Páginas: 205




(2/5)

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Esse mês não está sendo fácil, porque já comecei fraudando as metas de um certo modo. Aí eu retornei das férias sem muito pique para ler e muito menos para ler divulgação científica (eu curto, mas em homeopatia, diferente de um romance).
Aí eu selecionei esse livro que comprei no Congresso de Ecologia de 2011 (quando eu ainda era graduanda). Eu fiquei louca pelo livro porque é sobre a área que eu mais gosto na minha profissão. Vamos saber o que eu achei.

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Breve sinopse...

Animais racionais e irracionais, possuir ou não consciência, cultura, linguagem... Ao longo do tempo a humanidade procurou inúmeras formas para separar os demais animais dos seres humanos. Entretanto a cada barreira criada a ciência a derruba após algum tempo. O estudo do comportamento dos animais é um exemplo.

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Então, eu preciso começar pelo exterior do livro.
Ele é lindo! A diagramação proporciona uma leitura suave e prazerosa, mesmo com as folhas em papel couché, que refletem (porém deixam o livro mais bonito). Cada início de capítulo há fotos muito bonitas que nem sempre se relacionam com o texto em si, ainda assim enchem os olhos.

O livro dividido em 17 capítulos, é um pouco diferente do que eu esperava. Acreditava que ele trataria mais sobre a etologia em si, que é o estudo do comportamento. A bem da verdade é que ele é um aglomerado de exemplos de estudos que demonstram 'x' aspectos do que a autora pretende debater.

Embora a leitura seja fluida, confesso que eu desgostei do modo como foi escrito. E eu fui atrás de saber sobre a autora. Na orelha, descobri que ela era Engenheira Química que passou pela pós em Administração e... eu não achei nada ali que se relacionava com o trabalho na área da ecologia comportamental ou etologia.
Não sei se ela realmente trabalha/trabalhou na área. Se não, isso para mim justifica algumas interpretações que me parecem equivocadas ao tratar de evolução e comentários muito simplistas de exemplos do cotidiano.
Ela mistura exemplos de estudos científicos (que às vezes ela não conclui muito bem o resultado, objetivo e finalidade, o que se torna confuso) com alguns exemplos do seu cotidiano com seus animais de estimação. De um modo muito empirista.

Ela tampouco conversa com os exemplos que vai dando. Talvez na primeira parte do livro, ela ainda tenha tido mais sucesso. Os capítulos seguem uma 'certa linha de raciocínio', ao tratar do surgimento da vida e das similaridades entre os primatas, contrastando com o criacionismo e evolucionismo e a posição que assumimos diante dos demais animais.

Ainda assim, eu gosto muito dessa discussão para dizer que o livro é um fracasso. Talvez para um leigo ele funcione ainda melhor (embora eu tenha receio pelas falhas tornarem consolidadas informações inconclusivas ou ligeiramente equivocadas). Diversos exemplos fornecidos pela autora portuguesa emocionam, nos fazem refletir e eu espero que possam mudar a relação de algumas pessoas com as outras formas de vida.
Infelizmente, a USEB é uma editora que tem seu principal público estudantes e profissionais das áreas biológicas, reduzindo o potencial do discurso do livro. 

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