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2.2.15

Traz o sal grosso!


(...) O sol brilhava amarelo-gema entre as nuvens brancas. Quase meio-dia. s árvores pelas quais passavam se repetiam floresta adentro. Nenhuma era singular quando comparada à seguinte, todavia cada uma delas se mostrava única em algum pequeno aspecto: o número de galhos, a circunferência do tronco, a medida de folhas caídas ao redor de sua base. Nada além de pequenas particularidades, porém eram pequenas particularidades que transformavam dois olhos, um nariz e uma boca em um rosto.

Uma constelação de fenômenos vitais - Anthony Marra - p. 19

Quando a semana termina em zica, a gente até esquece o que aconteceu ao longo dela!

Pois é! E olha que eu achava que seria ótima! (muitas exclamações até aqui, não?)
Embora São Pedro tenha decidido dar uma trégua no bom humor que o sol traz, ele nos forneceu dias de menos calor, o que também foi bom.
Eu achei que segunda ia começar bombando revendo a Rafa no cinema e mais tarde iria tomar sorvete com a Rô. A bem da verdade é que acabei fazendo faxina em casa e ficando nos ensaios. Pois é. Agora estou percebendo que a semana já tinha dados as caras do que prometia lá na segunda.

Mesmo assim, ela foi relativamente produtiva. Eu estava cansada, mas consegui ler dois livros. 8ª confissão foi muito bom! Essa série do James Patterson é uma que eu comprava por ser barata e ter uma leitura dinâmica. O tipo de leitura passatempo, flui e é gostosinha. Ela não era uma verdadeira promessa, mas cumpria com seu propósito. A surpresa tem sido a melhora no desenvolvimento das histórias. Os autores têm trabalhado com outras possibilidades e algumas polêmicas bem interessantes, além de aprofundar mais a história do quarteto de mulheres protagonistas.

A segunda leitura eu concluí no sábado, para fechar o mês. Ela foi até o fim da Meg Cabot me foi emprestado pelo meu primo. Uma das minhas metas tem sido intercalar um livro emprestado a cada 3 leituras, porque eles vão ficando aqui em casa e eu acabo esquecendo deles. Não vou falar muito deste porque pretendo resenhar. Se vocês quiserem já ir se adiantando, teve resenha da Mi semana passada aqui.

Sexta-feira foi o dia que a bruxa andou solta de vez. Ao sair de casa para ir ensaiar, peguei um congestionamento de 40 minutos para todos os lados que tentava fugir. Eram 2 km até o ponto que eu queria chegar e estava inviável. Lá eu descobri que o reparo que tínhamos feito no carro pela manhã tinha sido balela. Saí de lá para finalmente assistir um filme com a Rafa antes dela voltar para a Alemanha... e bati o carro!
Sem filme, fim das programações de sexta, aquela tristeza de mais um gasto e incomodação... Só que ok, eu estava muito devagar e não sofri nada, nem acertei ninguém. Ainda consegui terminar com um choppinho e um abraço nos meus amigos :)

Sábado não colaborou muito para melhorar meu humor, mesmo com dança e com as rabanadas que fiz. Enquanto que na madrugada muitos estavam conferindo a vitória do Anderson Silva, eu estava no pufe dormindo e desejando o quentinho da minha cama.

Agora domingo, fiquei com pena do Diego. Parecia até que tinham me dopado, porque manter os olhos abertos estava muito complicado. Acordei tarde, dormi no carro, dormi sentada no sofá antes do almoço enquanto jogava a bolinha pro Kalú, dormi lendo com a Bianca... por um milagre não dormi dirigindo. Quase dormi no ensaio. O penúltimo domingo de ensaio antes do Carnaval!


Então, eu tô esperando receber algumas bençãos, pensamentos positivos, amuletos de sal grosso e abraços, porque abraços costumam curar todos os males!

Durante essa semana aqui no blog teve resenha de Lembra de mim que estrou para minha lista de favoritos da Sophie! Foi semana de compartilhar as experiências culinárias com um arroz de bacalhau e Armandinho com uma piada muito especial para mim.

Não consegui acompanhar muita coisa essa semana, mas vamos lá:
 - Viram a polêmica com a capa do lançamento da Galera Record "Dois garotos de beijando"? A Editora foi brilhante e deu um tapa na cara do preconceito lançando uma campanha super-legal. Olhem aqui.
- Eu divulguei um vídeo de cílios postiços lá no face, e acabei falando sobre um hilário do buzzfeed "17 problemas com roupas que as mulheres conhecem bem"
- A Clívia escreveu sobre o como seria a vida dela se o mundo acabasse em 31 de dezembro desse ano. Adorei, vem ver!

8 livros lidos (5 antigos)
lendo Uma constelação de fenômenos vitais

6.10.14

Como foi casar


Casar não é fácil...
ou pelo menos para mim não foi. Foram muitos os momentos em que surtei, gritei, cogitei desistir... Foram dois anos preparando o casamento considerando nosso orçamento e anseios, procurando os fornecedores, negociando, colocando a mão na massa.

Nós optamos por não fazer cerimônia religiosa, primeiramente porque somos de religiões diferentes. E eu queria que se houvesse cerimônia, que fosse num jardim. Para as noivas católicas a triste notícia de que os padres não são autorizados a realizar cerimônias fora das igrejas (isso inclui pequenas capelas, casa, jardim, praia e etc). Em off, já soube de gente que conseguiu, mas foi "contra as leis do Vaticano". Uma segunda opção é a Igreja Anglicana, esta sim está autorizada.


Como o Diego queria um evento/festa, eu quis a cerimônia no jardim e fomos atrás de um local que permitisse isso, ao mesmo tempo que houvesse um salão adequado para o plano B (chuva). Não curtia a ideia de gastar com toldos, sendo que as chuvas aqui costumam ter vento, o que não livraria ninguém do molhado.
Lembrar sempre que você tem que considerar o casamento dos sonhos com o mês, temperatura, etc, etc, etc.

Para realizar a cerimônia eu queria além do juiz de paz (do casamento civil), alguém próximo a nós. Chegamos ao meu cunhado mais novo, que depois da frustração de não ser padrinho acabou aceitando. Ele tinha receios, mas todos gostaram muito. Além disso, é uma sugestão que eu dou, especialmente quem quer algo mais intimista. O celebrante ser alguém que os conheça, que viveu a história de vocês. O que eu mais ouvi no dia foi que as pessoas choraram independente de sexo, idade, escolha política e religiosa.

Eu em especial vacilei em alguns momentos, um deles foi nas assinaturas, quando nosso amigo Tales Custódio (músico excepcional!) tocou a música que meu pai pediu, já que não pode estar na cerimônia. Ver também as pessoas que você ama ao seu redor, é um sentimento inexplicável.
Dica: peça para terem um copo de água. Eu nunca vi, mas eu cheguei seca no 'altar'. Tive que pedir a cerimonialista. Imagino que não deva ser a única que fica de garganta seca com as emoções e tendo que pronunciar os votos e tudo mais. Ou seja, peça uma água para esse momento.


Depois de me divertir sorrindo e rindo para as fotógrafas Georgia Prazeres e Carol Dias, cansando de tirar fotos e sorrir, entramos para os brindes e papar.


A decoração estava linda, tão linda quanto o meu buquê o qual confiei totalmente na decoradora para fazer. A Nice (decoradora) me ligou após meu pedido de orçamento dizendo a seguinte frase "o que queres é muito diferente do meu trabalho, mas eu adorei, porque gosto de desafios!". Essa frase me conquistou. E considerando vários fatores, ela acabou levando a minha confiança para o trabalho.
Eu cheguei com uma proposta de decoração montada para solicitar os orçamentos. E me propus a fazer muita coisa para economizar.
Os centros de mesa eram vidros juntados por todos meus queridos conhecidos, pintados por mim e finalmente, decorados com as fitinhas. As caixas de feira que eu tanto quis usar na decoração foram conseguidas pelo Diego, lixadas e pintadas pela minha mãe. O arco da cerimônia meu sogro fez com os amigos. Minha tia mediu e cortou os paninhos para que eu fizesse o varal de recados que se tornará uma colcha de retalhos. Enfim, foram muitos pedacinhos construídos por nós e pelas pessoas que amamos.
A Nice estava ansiosa com o excesso de detalhes e com meus desejos, mas eu repeti inúmeras vezes que confiava nela e que sabia do seu bom gosto. As flores azuis que custaram a ser conseguidas, as tulipas que não surgiram no frio, e outros detalhes... Além de todo um carinho na última semana em que eu estava uma pilha. Ela me abraçou no dia anterior no casamento e assegurou que tudo daria certo.

Obrigada!


Durante o decorrer do jantar, além dos elogios à comida e à decoração que estava nossa cara,  e dos avisos da Ingrid (querida cerimonialista) que nos dizia para comermos e cumprimentarmos depois, conseguimos curtir e olhar melhor as pessoas que estavam conosco.
Foi a vez de iniciarem as sobremesas (o povo foi no docinho, nem deixaram eu contar da sobremesa!) e o corte do bolo. Quero registrar aqui a frase célebre da Carol dizendo que eu devia ensinar a casar, porque eu fui a primeira noiva que ela viu comer seu bolo de casamento. ou seja, noivas sejam anfitriãs... mas também curtam como convidadas!

Depois disso foi curtir. Abrimos a pista com o que eu chamei de "momento mais importante do casamento". Para nossa primeira dança, eu e o Diego fizemos aulas particulares com Ricardo Torri. Ele montou uma coreografia com duas músicas que escolhi. Uma era uma brevíssima encenação com o tema de A Bela e a Fera. Típico dos casamentos, depois disso dançamos um samba na voz da Maria Rita.


No meio do baile as meninas da dança prepararam um momento especial com uma dança circular para nos abençoar. Muito obrigada, tribo!

Por fim, encerro com o momento surpresa: eu precisei jogar o buquê duas vezes... porque eu não sabia que precisava treinar a movimentação com meu vestido de noiva e eu acabei não conseguindo mirar na mulherada. E adivinhem quem ganhou o buquê?

Minha mãe!!!

Obrigada novamente aos nossos familiares e amigos que contribuíram para o dia tanto antes quanto no dia. Aos fornecedores que foram além de profissionais, pessoas generosas e carinhosas conosco.
Esse dia foi muito especial!


Fotografia: Georgia Prazeres
Vestido: PAX, com bordados e saia por Selma Silva r
Sapato: Raphaella Bozz
Sandália de dança: Capezio (Império da dança)
Decoração: Nice
Cerimonial: Ingrid Prade - (48) 9953.5254
MakingOf: Le Visage
Música Recepção: DJ Rafael
Música Cerimônia: Tales Custódio
Bolo: Nancy
Doces/Bem casado: Nancy
Coreografia: Ricardo Torri - Dance Ímpar
Buffet: Hotel Quinta da Bica d’água
Local da cerimonia/festa: Hotel Quinta da Bica dágua


29.9.14

Casei e agora?



Muitos, muitos meses depois volto por aqui.
Sim, eu acabei casando, não morri. Mas a verdade é que eu planejava voltar a escrever assim que colocaste os pés de volta em casa pós lua de mel.
Doce ilusão. Principalmente porque o pré-casamento não foi como eu esperava e nos meus oito dias de férias após o retorno, eu tenho um bagunça louca para organizar de uma casa ainda bem improvisada (mas abençoada com muitos presentes que eu tive que ir buscar, lavar, tentar arranjar um espaço para guardar).

Então, sim. Eu pretendo voltar com tudo, só que na realidade, acaberei voltando mesmo aos pouquinhos. Já adianto que pretendo trazer dicas das viagens que fiz, contar um pouquinho sobre alguns livros (especialmente os que ando lendo para o o Desafio Bola da Leitura) e, creo yo, enlouquecer vocês um pouco com minha bagunça doméstica.

Agradeço todos os votos de felicidade e carinho que recebi nesses últimos meses em decorrência do blog. Eles foram tão sinceros que ganhamos um dia maravilhoso e perfeito. A semana anterior tinha sido de tempo louco, mas nós ganhamos sol, temperatura acima de 20 graus, nenhuma incomodação e muitos sorrisos.

Para não deixar em branco, prometo que o próximo post será um feedback de organizar um casamento e dos fornecedores.

Beijos e até logo! 

Mais fotos aqui!

13.5.14

Nove anos

Hoje eu faço dois anos de noivado, mas faz nove anos que troquei o primeiro (o que a Giselle de Encantada chamaria de) 'beijo de amor verdadeiro' com aquele que escolhi para ser meu companheiro de vida. Com quem pretendo construir uma família.

Não pretendo aqui abrir minha intimidade com a rede, mas acho que é sempre bom compartilhar um pouco aquilo que é bom.


Nesses nove anos nós já passamos por muitas situações... Aliás, nem nosso começo foi muito fácil, cheio de problemas entre nós. Depois a gente chegou a vivenciar situações que eu acreditava só existirem no roteiro de Malhação. Estávamos no último ano do ensino médio, com a vida mudando (o que já era esperado) e com previsão de mudança da família do Diego para São Paulo. Então, quando tudo começou a se acertar entre nós, tivemos que lidar com a possível mudança de cidade.

Depois da dificuldade de pronunciar o primeiro 'eu te amo', comecei a ter receio de que conseguiríamos ficar juntos. Mas houve uma ajudinha lá de cima e uma ajuda enorme aqui embaixo.
Diego acabou passando no vestibular por aqui, insistiu que ficaria, foi abrigado pela maravilhosa família de um amigão nosso e seguimos juntos.


Parecia que tudo ficaria bem, até minhas aulas começarem em maio. E ele está cansado de ouvir que foi uma das épocas mais difíceis do nosso namoro. Porque eu estava numa mudança drástica de vida e de ritmo. Eu estava realizando um sonho, e as aulas dele começavam apenas em setembro. E a família dele estava longe.
Sei que eu não consegui administrar bem essa fase. Acho que até hoje enfrentamos muitos problemas devido às minhas crises desse momento de vida.
Quando as aulas dele começaram e minhas esperanças de a vida se 'normalizar', bom, o Diego decide ir para São Paulo ficar com a família e fazer uma cirurgia. Após um ano de amor, amadurecimento.. nossa primeira separação.
Lembro de que a ida dele foi de ônibus, e que eu embarquei no mesmo dia para o Congresso de Ecologia de Caxambú. E no ônibus chorava muito, tendo a sorte de ter amigos para me consolarem.
Até que paramos na estrada e o ônibus dele estava lá. E eu entrei para fazer uma surpresa.

Nós conseguimos manter por alguns meses a distância. Uns anos depois foi a minha vez de fazer ensaios de separação. Um mês em São Paulo. Um mês na Inglaterra. Quatro meses na Argentina.
Percebemos que a distância gera saudade, mas que ela não afeta o nosso relacionamento para além disso. Ironicamente, eu diria que trabalhamos nossa confiança. Que até é mais fácil trabalhá-la a distância que no dia-a-dia juntos.


Parecemos quase um casal extremamente forte que supera provações.
Não é bem assim. Quem nos conhece sabe que brigamos muito. MUITO! Em alguns momentos, menos. Que já magoamos um ao outro profundamente, tão profundamente que gerava dúvidas em mim se estávamos certos em continuarmos tentando. É amo, tu sabes que já tive muitas dúvidas.
Eu me sinto um pouco Hazel, também acho que sou uma granada que pode explodir as pessoas ao redor.
Ainda bem que o Diego sempre soube trabalhar melhor o temperamento dele (comigo). E no fim, a gente seguia porque ele conseguia sempre me trazer de volta ao eixo. Ele me acolhia quando me magoava muito, ou quando eu o magoava.


Será que apenas isso e o nosso amor nos seguram juntos?
Eu acredito que uma das peças fundamentais do nosso relacionamento seja o respeito. Nos respeitamos e admiramos. É claro que vemos os defeitos. Eu (metida a perfeccionista do teto de vidro) adoro tentar corrigi-lo, ensiná-lo. Vivo me frustrando por não conseguir alcançar os ideias que ele tem de mim.

Mas, exceto por uma certa migalha, confio plenamente em ti, amor. Porque te respeito muito. Porque respeito o nosso amor.
Quando eu escuto as eternas piadinhas de namoros e casamentos, sobre as mudanças de vida, as privações. Bom, eu confesso que fico irritada. Não quero me privar da vida, não quero te privar da vida. Não são necessários receios.
Poderia te dizer que te escolhi, na verdade meu coração te escolheu. E desde o momento que percebeu o que havia escolhido, ele jamais notou qualquer outro alguém. Nem mesmo o Gerard Butler de Gerry. Para meu coração só existe você.


Parabéns pelo nosso último aniversário de noivado!
Da sua princesa magrinha, muitos beijos e gratidão eterna por fazer parte da minha vida. 

5.5.14

[15x52] Dançar a vida / [16x52] Jogar tudo pro alto / [17x52] .


Dançar a vida

Ensaiar até a mente cansar, e os músculos doerem. Ouvir a mesma música tantas vezes que seu corpo começa a divagar na possibilidades. Criar. Sorrir. Esmerar-se. Sentir. Chorar. Dançar pelo espaço. Dançar com os olhos e os cílios. Brilhar. Dar espaço para o outro brilhar. Ter o coração pulsando num ritmo que ninguém é capaz de ouvir, tocar as pessoas onde você não é capaz de imaginar.

Dançar para mim é vital. E como tudo que amamos, sempre passamos por momentos em que não damos o devido valor ao amado.
Eu danço, porque dançar para mim é tão importante quanto falar. É mais importante (e olha que eu falo muito), porque é quando eu posso explicar com todo o corpo o que nem sempre há palavras para dizer.

Depois de tantos meses pude voltar a dançar 'num palco'. E isso por si só, já era a grande experiência da minha semana. A vivência do dançar dentro de um círculo de mulheres que me apoiam a crescer.
Fui agraciada com um presente ainda maior. Recebi um carinho de "fãs". Um carinho gostoso da troca que só a dança permite. Aquela comunicação de um misto entre música e vivência, a expressão que alcança o outro. A mágica de ser compreendido e de encantar uma criança.
Uma criança que quer também dançar, porque diz com palavras 'que adorou, que você tava linda, e queria ser igual'. E com a dança, todos podem, porque cada um é único e há um universo de possibilidades.

Jogar tudo para o alto

Essa semana eu decidi ligar o f*.
Eu estava entrando de férias e sabia que precisava me desligar dos compromissos.
Infelizmente, minhas férias foram uma correria sem fim, num mar de ocupações que eu sequer consegui dar conta das ocupações que eu tinha previsto para essa semana.
Ainda assim eu consegui cumprir co o blog. Com algo que acima de tudo faço para mim, para meu prazer, para meu desabafo. Por que eu deveria então fazer dele um peso? Deixar de dormir para vir aqui escrever essas palavras.
Tive que me conter em alguns instantes. Eu lia algo e pensava no que escrever. E aí, considerava que há um ano inúmeras vezes eu não conseguia tempo para escrever essas ideias. E que depois ficava me punindo em pensamento pela falta de tempo e organização.
Só assim, eu conseguia novamente por tudo fora do meu alcance e me dar aquele sentimento quase de prazer, de quando "podemos nos esforçar para fazer algo, mas a gente dá as costas e curte outras coisas".

A gente precisa mais disso na vida. Parar de querer viver tudo, e não desfrutar porque vive com o sentimento de culpa por não estar vivendo o que perdeu. Deixa o que perdeu pra lá!


Dor

Jamais iria preparar essa experiência. Embora já viesse me preparando para o acontecimento, me preparando porque é inevitável e o medo é grande.
Já escrevi um pouco sobre a grande dor da perda. A dor que ninguém pode realmente compreender, embora muitos compartilhem de diferentes modos.

Eu não vou tornar a agarrá-la junto ao peito, tomar café da manhã com seu olhar aguardando um petisco. Não será mais ela a lamber minhas lágrimas e me mostrar com o calor do corpo e a expressão dos olhos que uma alma pode habitar dois corpos, um primata e um canino. Que você pode encontrar alguém que já se foi na presença que novamente se tornou ausência.

É uma dor tamanha e uma experiência única. Porque eu não tenho como passar por isso outra vez.
O mais próximo do que acontece dentro de mim, é o que vejo nos olhos da minha cadelinha Bianca. É uma tristeza tão profunda no olhar dela, que me sinto ainda mais quebrada. Quero fazê-la entender que tudo está bem, mas nós sabemos que não está. Estamos com uma parte de nós faltando, mas seguiremos. Porque viver e amar, é doar-se para as alegrias e para a dor.

3.5.14

Sobre muito

Sim, eu sumi. Em parte propositalmente. 
Entrei de férias no feriado da Páscoa e estava cogitando entre minhas experiências o abandono de responsabilidades, e considerei o blog.
Pretendia o retorno essa semana, com as postagens que eu fiquei me coçando durante o período. É que daí eu tive uma semana puxada antes das férias e decidi que deveria deixar rolar apenas o que já estava programado, descansar, dar tempo a mim mesma.

Pois é, agora com o retorno, queria vir (não com tudo) com energia novamente.
Estava pensando sobre a postagem dessa segunda sobre minhas experiências, afinal são 3 semanas que eu viria compartilhar. Acontece que essa semana eu não cumpri minha proposta. Eu deveria desafiar-me e fazer algo que eu tinha receio.
A vida, no entanto, me pregou uma peça e me deu uma experiência. Uma experiência que vai modificar meus planos de reinício de trabalhos.
Acontece que hoje ao chegar de viagem, descobri que minha companheira de quase 15 anos faleceu. E maio mais um vez se tornou um mês de dor e triste para mim.

Dudah, minha pequena Dudinha, nasceu há 14 anos num 12 de outubro. Um presente de Nossa Senhora em seu dia, e no dia das crianças. Um presente para um ano que teve um mês de maio dura. Minha nonna  havia falecido em pleno dia das mães, recém havíamos chegado em casa. Na época era minha avó quem cuidava de mim e "trocava companhia". 
Milagrosamente, no meu aniversário fiquei sabendo que minha tia pela primeira vez aceitaria que tivéssemos um animal de estimação em casa. E eu pude levar aquela bolinha de pelo caramelo que havia nascido na casa dos meus tios para minha casa. 
Minha felicidade era sem tamanho e ela se tornou o ser mais importante da minha vida. Não só porque eu a amava, mas porque era quem era. E por  ser também a lembrança da minha avó para mim.

Meu maior medo sempre foi o desse dia, o que ela já não estaria aqui com seus rosnados, latidas, mordidas e mau-humor. Mas também com sua atividade, seu carinho, seus pedidos de colo, seu calor e as orelhas para eu coçar.
Ela não olharia nos meus olhos e lamberia minha face para demonstrar que entendia quando eu dizia o quanto a amava.

Eu tentei nos últimos 5 anos ir me preparando para isso, cuidando do meu coração. Nos últimos anos, quando ela teve um tumor nas mamas, passei a intensamente trabalhar minha cabeça para aceitar o momento de despedida e nos últimos meses passava algumas noites chorando abraçada a ela, tentando me despedir aos pouquinhos. Para que ela jamais deixasse de carregar consigo todo esse amor que eu não conseguiria guardar.
Dava "tchau" sempre temendo ser o último, até que ele foi.

Não importa o quanto aceitamos da morte, o quanto sabemos que é parte da vida, que se aproxima. A morte em si não é o problema.
A dor é a perda, a ausência daquele que aqui já não está. Que não alimenta nossas carências e nossos sentimentos fisicamente.
Nada apaga aquele espaço, a gente só consegue com o tempo administrar melhor aquele vazio, deixar ele tomar conta de nós de vez em quando. Até lá, o vazio nos domina e nos consome. O sentimento que não pode ser dado transborda e nos intoxica.

Porque só quem ama sabe a dor de ser cativado por alguém.
Até um dia, meu coração!


24.3.14

[12x52] Frustrar-se e aceitar

Há algumas semanas atrás eu escrevi sobre frustração, mas também sobre dizer não. Eu estava revoltada e falando sobre a necessidade de exercitar mais o "dizer não".
Hoje eu venho falar de uma experiência quase oposta, se desse para dar opostos nesse caso. Quero falar sobre frustrar-se, as coisas saírem diferente do que se espera e você aceitar.

Você aceitar não apenas por conformidade para não se estressar, você aceitar porque "ok, eu posso fazer algo melhor", porque "ok, não há nada mais que eu poderia fazer".

Como eu já falei até na primeira postagem dessas experiências, eu sou de me irritar facilmente, ficar ansiosa e nervosa quando as coisas não saem como eu espero. Ou como, no caso citado no primeiro parágrafo, eu não consigo dizer não e faça todo o possível para as coisas saírem como deveriam sair. E fico frustrada.

Só que nem sempre a gente pode fazer alguma coisa. Na verdade, nem sempre fazer alguma coisa a respeito vai mudar algo a respeito ou fazer você se sentir melhor.
Ao contrário, você simplesmente aceitar o ocorrido, não lutar contra ele e se adaptar a nova situação pode lhe deixar ainda melhor e mais tranquila,

Semana passada foi muito difícil. De dona de casa, acordando de madrugada e indo dormir tarde, caiu uma árvore no carro da minha tia, fiquei doente, perdi o pagamento da matrícula do francês, esqueci a chave de casa no apartamento e tive que voltar no horário de pico para buscar, a apresentação não saiu como esperado... Enfim, poderia listar muitas coisas. E a que eu mais lamentei e perdi meu tempo foi o pagamento do boleto do francês e... paciência (quase! haha). 
Notei que inclusive com paciência, eu consegui solicitar ajuda, exercitar o pedir e me permitir ser ajudada. Busquei soluções (sem lamuriar e esmurrar o imutável), mudei os planos.

Fiquei tão bem que foi perceptível para muitas pessoas. 
Será que consigo manter?

Semana que vem estou tentando algo que para mim será um sacrifício: 3 dias sem doce. 

11.3.14

[10x52] Aprender a pedir

Meu bizarro pedido de tirar uma foto com pessoas estranhas que andam pela rua achando que estão na Terra Média

'Pidixona!' Tem muita gente que iria me atribuir essa característica, e bem, a verdade é que estou trabalhando na terapia exatamente "saber pedir".
Essa semana eu não exatamente pratiquei isso, mas eu me peguei pensando profundamente sobre no sábado.
É que o Diego decidiu, em comemoração ao dia da mulher, me deixar decidir tudo que faríamos naquele dia. E a verdade é que, mesmo tendo sido muito romântico, não foi exatamente isso que aconteceu.
Ele quis ir comer sushi e já havia "decidido" isso sem me questionar, e na hora de ir embora do baile, tivemos que negociar. Só que isso não é uma reclamação. É justamente uma reflexão.

Afinal, pedir parece ser muito simples, muito fácil. Não é, porque pedir pode significar exprimir um desejo e querer que ele seja atendido. Lidar com a negação do seu pedido é muito complicado, ao menos para mim. Faz com que a gente tema fazer novos pedidos, faz com eu suprima minhas vontades e gere frustrações internas, que em determinado momento escapam.E aí as comportas se abrem com força, mas não acabam com a frustração.

E eu me dei conta de que pedir também significa negociar e ceder, estar aberta a aceitar. Trabalhar isso internamente, não só na conformação (que é o que acabo fazendo). Não, não é se conformar, é também sentir realização e compreensão pelo outro, para poder conquistar confiança nos próprios pedidos.

24.2.14

[8x52] Il dolce far niente


Vivemos num mundo acelerado em que cada vez mais falamos da preguiça. As redes sociais estão repletas de imagens e textos sobre os feriados, a sexta-feira, o terror da segunda-feira, preguiça.

Quanto disso é um reflexo da abstinência ao descanso que tanto precisamos.
Vejo os meus fins de semana em que eu faço uma longa programação para dar conta de tudo que preciso fazer e que não é possível durante a semana. Isso inclui o lazer.
A verdade é que meu corpo e minha mente estão num nível de esgotamento que nunca consegui cumprir todas as atividades. E eu me sinto pior.

Esse fim de semana novamente eu programei as atividades que eu tinha necessidade de fazer, só que eu estava tão cansada por duas semanas dormindo tão pouco, que eu sabia que minha manhã seria recompensando o sono.
Só que mesmo dormindo muito, não foi o suficiente. E eu decidi que tudo que eu mais precisava era de uma fim de semana de folga de praticamente tudo. Fiz só o que era muito urgente e fiquei "lagarteando".

O bom foi que até consegui criar ânimo para ver um filme que estava lá em casa e que eu queria muito ver. Só que eu deixava ele de lado porque quando havia tempo, eu sabia que não conseguiria assistir pela desanimação.

Há aquelas horas com uma certa frustração e culpa de estar "desperdiçando tempo" com organização e lazer. E não estou dizendo que é possível fazer isso todas as semanas, mas notei que o pouco que eu fiz esse fim de semana foi um pouco menos do que eu teria feito se não tivesse me dado folga. Pelo simples fato de que a preguiça não deixava eu concluir o planejado.
Sendo assim, a gente precisa sim de uns momentos para aproveitar a doçura de não fazer nada para recarregar as energias e viver. Afinal a vida não é só correr cada segundo vivido.

17.2.14

[7x52] Presentear


Uma das coisas que mais gosto de fazer é presentear as pessoas. Mesmo porque eu também gosto de receber presentes.
Presentear vai muito além de entregar um presente a alguém e, em minha opinião, independe do valor material do presente.
Um bom presente é aquele que nos motiva pela pessoa que vai recebê-lo. Significa que ela nos é importante, que é um momento especial, que você quer demonstrar com o presente o carinho que sente por ela.

É no momento de escolher o presente que passamos a dedicar um tempo para pensar naquele alguém. O que ele precisa? O que ele gosta? Como posso surpreendê-lo? O verdadeiro presente procura alcançar essas metas. Necessita de atenção.

Esse tipo de presente é diferente do "puro consumismo". Da movimentação do capitalismo. Ele pode ser um carro novo, um par de meias, um perfume Channel, um bombom Serenata de amor, um postal de uma viagem, um telefonema, um almoço, um beijo. Ele, como eu disse antes, é independente do valor material. Ele pode ser caro ou não ter custado centavo algum, é o gesto de presentear que torna tudo majestoso.

Essa semana fui fazer compras com minha mãe. Quis que ela escolhesse um par de sapatos como presente de aniversário.
O verdadeiro presente, no entanto, foi a nossa tarde juntas. Compartilhar com ela as conversas, ver seu sorriso no rosto, curtir aquele momento de provas.
A verdade é que quando a gente presenteia alguém, se você souber prestar atenção quem mais ganha é sempre quem dá.
Pode não ser altruísta, mas é um dos egoísmos mais deliciosos de compartilhar. Sim, de compartilhar.  

3.2.14

[5x52] Frustrar-se e dizer não


 Essa semana foi difícil vir escrever sobre esse assunto.

Acontece que para essa semana eu havia me preparado com outro tema, mas eu não consegui concluir. E se eu não realizei a experiência, não posso falar sobre ela. E me frustro.
A frustração não vem apenas de não cumprir o previsto, de não realizar a ação em si. A frustração vem de mim mesma, de uma culpa íntima e estúpida que não deveria estar aqui dentro de mim.
A história é que eu venho com o passar dos anos me policiando na “arte de dizer não”. É uma arte muito complicada para aqueles que, como eu, são aficionados em arranjar tarefas a cumprir. A gente quer fazer tudo. Se não quer fazer tudo, ao menos quer resolver tudo. Quer vestir a roupa de super-herói e brigar com o tempo.
Você reconhece essas pessoas facilmente, pelo jeito abatido e cansado, pelo discurso que oscila entre reclamão e otimista, pelas broncas sobre organização. E é claro, elas nem sempre fazem tudo bem, mas incrivelmente conseguem admiradores que acreditam que elas são capazes de fazer tudo (ou muito).
Não se engane! E se você é uma dessas pessoas, pare de enganar a si mesmo.
Eu sei, porque sou uma dessas.

Mas há tempos eu decidi mudar isso para “eu era uma dessas”. Só que perco o controle de vez em quando, ainda.

Semana passada, nas correrias da vida, precisava marcar com o grupo um ensaio para a filmagem de uma coreografia. Não somos profissionais da dança, então precisamos encontrar um caminho no cotidiano, em nossa vida de mulher-filha-mãe-companheira-trabalhadora-estudante, e um lugar para nos encontrarmos. Nem sempre o momento é o mesmo para todas. E o momento não foi para mim pelo destino.
Era um dia em que eu havia dito que não podia. Mas, quando vi o e-mail pela manhã devo ter visto reluzir o uniforme de super-heroína dobrado ao lado das calcinhas. Só pode. E eu decidi que aquele era o dia para uma emoção e usar o uniforme novamente.
Pode ter sido que o destino decidiu testar minhas convicções e ficou rindo da minha cara no final da noite, ou talvez eu tenha estado fora de forma para meus superpoderes. A fatalidade é que eu fiz tudo que estava ao meu alcance para estar por míseros minutos naquele ensaio, e que eu não contei com minha própria falta de astúcia. Eu decidi que poderia suar meus superpoderes de força e empurrar a porta de vidro trancada. Acontece que minha força não foi suficiente para abri-la, mas suficiente para não me permitir frear e não me chocar de cara nela.

Ai!

E o que aconteceu, Lili?
Eu ao consegui ensaiar direito, porque meu rosto latejava e fiquei enjoada. Eu me atrapalhei com os compromissos. Tive que desistir de cumprir minha experiência da semana. Passei e estou passando os dias com um lindo corte no nariz, dor e roxos. Estou com dor na alma, e brava comigo mesma. Brava comigo mesma por uma culpa que não é minha (e também é). Brava comigo pela fatalidade, quando eu deveria estar brava por não ter vestido o uniforme e ter aceitado que eu não poderia ir.
Que você não deve exigir mais do que pode, que dizer não é importante, que é preciso escolher quando as opções são simultâneas.
E aqui estou, hoje escrevendo sobre frustrar-me na tentativa de reforçar em mim mesma a necessidade e importância de também dizer não. Porque dizer não significa colocar limites. E nem todos os limites são ruins.

27.1.14

[4x52] Novos sabores

Foto retirada daqui 

Duas coisas que eu quero fazer ainda esse ano é provar uma comida e um drink que eu há tempos tenha desejado.
Essa semana que passou eu fui de paladar 'empratado' mesmo, e não era exatamente algo muito novo, então talvez eu deva reconsiderar repetir essa experiência.

O prato da vez foi salmão ao molho de maracujá, e eu considerava experimentar esse molho e o de amora só que com algum peixe branco, porque acreditava que o sabor forte de salmão iria chocar com o sabor da fruta.
E mesmo tendo achado gostoso, minha opinião se fortaleceu e não é um prato que eu pediria novamente (mas comeria sem problema algum).

Ok, mas eu estou escrevendo sobre experiências, não sobre culinária. Por que eu considero interessante testar novos sabores?
Porque a gente a se abre para o novo, para novas combinações, a gente se permite. 
Quem me conhece já ouviu inúmeras vezes a minha defesa de que provar algo uma vez não significa desgostar daquilo para sempre. Porque os gostos mudam com o passar dos anos, porque nem todo mundo cozinha do mesmo jeito e porque um determinado alimento pode ser gostoso ou não dependendo do prato.
Eu particularmente não gosto de abóbora cozida para comer como acompanhamento. Em compensação me convida para uma sopa de abóbora, para me intoxicar com doce de abóbora (de qualquer tipo) e se for purê eu levantarei a mão para defender o de abóbora.
Minha amiga Raquel não gostava de beringela a parmeggiana até comer a da minha mãe lá em casa e ficar fã.

Experimentar um novo prato é uma maneira de experimentar a vida e de se abrir em outros aspectos para as experiências. É abandonar preconceitos, dar uma chance, aprender a ouvir e aceitar a opinião do outro, parar de enganar a si mesmo (como dizer que não gosta de jaca sem ter comido ou de cebola, mas como sem saber).

E vocês já consideraram tudo isso ao se permitir ao diferente ou novo? Em especial aquilo que temos algum tipo de aversão?
Contem-me!

20.1.14

[3x52] Retornar a um lugar especial


Semana passada foi a vez de tirar a preguiça de lado e voltar a um lugar que eu gosto e há muito tempo já não ia.
O local que eu havia considerado foi a praia da Lagoinha do Leste, mas dependia do meu primo que veio passar uns dias comigo aceitar a caminhada, visto que o acesso ao local é feito apenas de barco ou por trilhas.
A bem da verdade, é que chegar a praia não era meu real objetivo, mas refazer a trilha. Estar novamente num ambiente que eu gosto tanto e numa caminhada que é tão especial para mim, só que eu não fazia há quase cinco anos.

Ao retornar a um local especial que há tempos não visitamos, nós vencemos a própria inércia das promessas vazias feitas a nós mesmos de que iremos quando houver tempo, quando as condições forem ideais, quando, quando, quando...
Ao vencermos essa inércia, permitimos um momento em que as memórias brinquem com nossos pensamentos e sentimentos, que possamos construir outras experiências para agregar ao 'álbum' de memórias daquele local.

Foi assim, que eu me peguei contando sobre o trecho em que eu caí sobre as bromélias porque estava distraída fazendo fofocas da faculdade, sobre a ida com minha turma do colégio e o sofrimento dos meninos ao carregarem o isopor de bebidas, sobre ter sido salva de uma queda perigosa ao ser segurada pela camiseta.
Essas foram poucas das memórias que borbulharam na minha cabeça enquanto eu dava as passadas debaixo do sol, permitindo que eu tivesse vontade de rir e de chorar. Querendo viver novamente aqueles momentos e em outros simplesmente ser a espectadora que eu era da minha mente.

Foi lá que eu fiz minha primeira trilha somente entre amigos, foi lá que eu contei pela primeira vez a alguém que eu gostava de quem hoje é meu noivo, foi lá que fui flagrada por uma filmagem estudando para a prova de química, foi lá que um amigo que já se foi pegou algumas ondas, foi lá que eu fui com minha mãe e compartilhei meus conhecimentos, foi lá que eu fui atrás de um sonho e perdi a sola do tênis, foi lá que eu me deliciei debaixo do sol com peixinhos beliscando as pernas, foi lá que eu compartilhei sanduíches e a leitura de um livro. Foi lá que tanto 'foi', e espero que seja lá que muitas coisas ainda sejam.


O que vocês sentem quando retornam a um local especial para vocês? Vocês fazem isso com frequência ou permitem que o dia a dia afastem vocês disso?

13.1.14

[2x52] Dividir momentos

Cena do espetáculo De Malas Prontas

Passou a segunda semana do ano e novamente eu estava imaginando falar sobre outro assunto essa semana. Mas tudo mudou na minha cabeça na noite de sábado.
Teríamos reunião do grupo de dança lá em casa no domingo de manhã e eu convidei as meninas para irem ao teatro comigo e dormirem lá em casa no sábado. Todo o convite foi feito em cima da curiosidade de conhecermos o novo teatro do sul da Ilha: O circo da Bilica. A razão de tê-las convidado nesse momento foi a peça que estava sendo apresentada, a qual já assiste inúmeras vezes.

Eu sou o tipo de pessoa que adora o prefixo "re". Eu releio, re-assisto, revejo, repenso... E possíveis brincadeiras a parte, eu passo longe de ser a pessoa que passa adiante um livro porque já leu. Eu compro livros que eu li e gostei muito, não apenas para enfeitar minhas estantes, é porque gosto de vivenciar a leitura novamente e até me permitir uma vivência diferente.
Sou daquelas que é mais comum me ver assistindo na programação da tv um filme que eu já vi mais de dez vezes, do que um inédito. Sempre paro no canal quando está passando Hook: a volta do capitão Gancho, Grande menina, pequena mulher, Forrest Gump ou outro desses favoritos.
Não foi diferente quando vi que estava passando uma peça que eu já quase decorei nos últimos anos. Eu quis revê-la.

A pergunta que não quis calar no meu cérebro foi: por quê?

Eu honestamente não consigo chegar a conclusão do quão prazeroso pode ser re-vivenciar as experiências, porque eu noto que elas se repetem, mas na verdade não se repetem. Eu sempre sinto algo novo. É como se eu fosse viciada em chocolate e cada dia alguém me trouxesse uma nova marca, só que continua sendo chocolate. Então acabo me entorpecendo com uma sensação nova, mas que eu já sei que deve ser bom.
Penso que deve ser isso. E algo mais. Esse algo mais foi o que eu senti no sábado.
O algo mais é a sensação e oportunidade de dividir o momento com quem você gosta.

Quando eu estava no teatro e ficava aguardando a risada das minhas amigas, já em outros momentos me pegava rindo surpreendentemente tanto quanto elas. Eu me sentia plena e feliz. Uma felicidade tão gostosa que não tinha apenas relação com estar na companhia delas, era em parte por estar compartilhando algo que gosto com elas.
Acho que é uma das melhores sensações quando você vê alguém gostar de algo que gosta, misturada com um pouquinho de orgulho por ter podido ser o elo entre o 'ser gostado' e a 'pessoa apresentada'.

Eu pergunto à vocês, que momentos especiais vocês dividiram com quem também é especial para vocês?

6.1.14

[1x52] Ignorar o pé esquerdo


Fim do ano passado eu fiquei meditando praticamente sobre a vida e sobre as mudanças que a gente se propõe em viradas de ano, ou quando algo ruim nos acontece e decidimos mudar.
Aí me perguntei quantas coisas eu desejaria fazer e experimentar, e quase considerei me desafiar mais. Fazer um projeto pessoal de tentar novos desafios. Foi quando percebi que muitas vezes eu acabo ignorando pequenas maravilhas de todos os dias.
É muito fácil a gente dar valor para um salto de para-quedas, e nem perceber aquele bom dia para o estranho na rua. 

Cheguei a conclusão de que para 2014 eu iria me propor a prestar mais atenção à vida todas as semanas, seja com o bom dia, seja pulando de para-quedas.

Eu tava pensando essa quinta-feira enquanto eu estava na moto com o Diego voltando para casa que meu dia 31 foi bem inusitado. Fui com a mãe tomar um banho de mar e um pouco depois que chegamos à praia começou a chover. Chover é um diminutivo carinhoso do temporal que caiu. Voltando para casa começou a cair pedras e eu passei a virada com dor de ouvido.
Só que tinha sido ainda em 2013 e eu estava considerando sabotar a primeira semana. Mas me dei conta daquele dia que eu estava vivendo.

Eu havia saído de casa para ir ao correio postar o livro da promoção, mas apesar de enfrentar o calor de 35 graus no sol das duas da tarde, eu cheguei lá e não consegui postar porque as coisas na Universidade ainda não estavam funcionando.
Voltei para casa no sol correndo porque o Diego estava indo me buscar para irmos à praia. Só que quando saímos, o sol já estava ficando tímido atrás das nuvens. Sequer teve consideração pelas muitas pessoas que estavam paradas na fila esperando para se bronzear na areia.
Mesmo de moto custamos a chegar e depois de quase três anos sem ir à Joaquina, eu me certifiquei que não dá mesmo para me privar da minha semi-privacidade na praia de casa, para ir lá disputar um quadrado de areia depois de pagar estacionamento e ficar ouvindo a música do farofão. 
O sol achou que se esconder não era o suficiente, então pediu para o vento ajudar um pouco e me deixar empanada para enfrentar a água gelada de lá.

Quando decidimos ir embora, eu quis comer pastel. Infelizmente sugeri irmos na casa do pastel, em que a atendente avisou que levaria de 30 a 45 minutos para sair o pedido (meu bom Deus, é pastel! É só rechear fechar e fritar! Tinha só umas 15 pessoas na nossa frente).
Resultado é que 1 hora depois, já tinha chovido, parado de chover, escurecido e o pastel não havia chegado. Quando finalmente chegou, as ervilhas que deveriam ter vindo no meu, devem ter feito um motim e abandonado sua capitã no barco-pastel, porque eu encontrei um único grão. Juro!

Mesmo agoniada, eu estava muito afim de ir tomar picolé de doce de leite (já que finalmente pareço estar abandonando o enjoo pós viver na Argentina). Quando eu cheguei no local, o rapaz estava atravessando a rua para ir comprar um Subway. Fiquei então esperando uns dez minutos, para descobrir que só havia de chocolate (não sou fã) e abacaxi. E nenhum me deixou com água na boca (visto que meu estômago estava explodindo).
Fomos embora sem picolé.

E aí, foi sentada na moto voltando para casa que eu estava tendo aquela conversa mental que narrei no início da postagem. Eu pensando na chuva de pedras. E algo cutucando meu cérebro para pedir atenção. E percebi que eu tinha passado um dia cheia de contratempos. E eu normalmente me irrito com eles (principalmente porque tenho prazer em reclamar).
Entretanto, eu estava feliz de estar ali na praia porque eu tinha ido trabalhar de manhã com chuva. Foi bem bom ficar conversando com o Diego apesar da areia. Quando eu fui tomar banho, a água não estava tão gelada quanto ele tinha dito, e fiquei triste de não poder molhar o cabelo para por o capacete porque eu não queria mais sair do mar. Eu sequer me importei muito com o atraso do pastel, não entendia, mas não me deixou brava. E eu fiquei inconformada de não ter comido o picolé, e feliz porque eu estava sendo gulosa.
Foi um dia que tinha tudo para me deixar com humor péssimo, ainda assim eu estava feliz. Sem motivos.

Era algo tão diferente do habitual que merecia essa consideração, de que precisamos muitas vezes esquecer o pé esquerdo. Que fazia sentido aquela frase que quando acordamos já sabemos se o dia vai ser bom, porque cabe grande parte a nós mesmos fazermos o dia bom.

Posso dizer que meu pé esquerdo continua me perseguindo*, e ainda não conseguiu espantar essa nuvem que me tem feito ignorá-lo.

Quem aí já aprendeu ou está aprendendo a ignorar "quando o mundo vira as costas para você" e não "virar as costas para o mundo"? 


* Na sexta eu saí da loja com um presente de vidro, caí na saída, me espatifei no chão, quebrei o presente e pifou a chave do carro. Ainda sim, eu continuei de bom humor. Tenho esperanças que possa ser permanente esse vírus.

28.12.13

O melhor de 2013 - sobre metas e realizações

O ano de 2013 está chegando ao fim, e como alguém que tem paixão por fazer listas, é de se imaginar que eu goste de ficar revivendo (e fazendo listas) do que aconteceu de bom.
Mesmo que no fim das contas essa passagem de ano não seja um marco tão importante (além de toda a comemoração), a gente pode fazer com que essas passagens sejam momentos de reflexão existencial (hehehe) e de perceber o que pode fazer nossa vida e o mundo melhor.

Então, venho aqui dividir o que foi positivo nesse meu ano, e falar um pouco de metas cumpridas. Já que das não cumpridas, o que resta é refletir se vale a pena continuar insistindo nos próximos meses ou deixar de lado.

Estuda, menina!
Esse ano foi bem positivo nesse quesito de trabalhos e estudo.
Não consegui fazer uma pós, como cheguei a considerar no decorrer do ano, mas eu retornei pro francês (agora eu tinha era que engrenar no inglês) e fiz bons cursos de capacitação para o trabalho. Além de capacitação para o segundo ofício que é a dança.
Eu acho que estive longe do ideal, da minha capacidade real. Mas ainda assim fiquei satisfeita! Je suis très heureuse!

O bolso, a bolsa e o dinheiro debaixo do colchão
Tá aí um assunto complicaaaado. Poupar dinheiro era uma das minhas metas. E eu não estabeleci um valor a ser poupado. Então, mesmo tendo furado o plano de não comprar livros até julho (mais de uma vez), tendo comprado muitos supérfluos necessários (eu também não vivo só de pão e água, né?) e desnecessários, eu consegui juntar um dinheiro. Eu realmente preciso apertar o cinto das finanças para que um dia haja o 'dinheiro embaixo do colchão' e o teto da minha casinha (que tanto me desilude não ter encontrado ainda). Só que eu também gastei bastante em investimentos para essa minha futura casa. E já começaram também os gastos do casório e tudo mais.
Acho que o saldo foi positivo. Para 2014, preciso ser mais econômica.


Dançar!
Olha, eu não segui a risca a atividade física duas vezes na semana. Passei por várias férias, inclusive esta do mês de dezembro.
Mas eu mereço um desconto porque finalmente depois de quase 10 anos considerando fazer dança de salão, eu finalmente tomei vergonha na cara e FUI! Agora é só não deixar a peteca da empolgação cair.
Além disso, consegui me dedicar um pouquinho mais ao grupo, mesmo estando em um período complicado.



Viajar...
Delícia! É uma coisa que eu adoro e já fazia tempos que eu não fazia.
Eu ganhei um fim de semana para reviver Buenos Aires quando fui fazer um curso lá em julho. Depois cruzei o Pacífico e pude finalmente vê-lo, mergulhar nele e me esbaldar um pouco no continente dos marsupiais. E ainda pude aproveitar alguns dias na Cidade Maravilhosa (que com tempo feio não pareceu tão animada em me ver). 

Viajar nas páginas
Eu nem sei expressar a minha alegria em dizer que consegui eliminar 50% das leituras atrasadas na estante e chegar aos 106 livros lidos esse ano! Eu sequer considerava que seria capaz, e preciso dizer que nem foi tão difícil. Teve mês que eu enrolei e li muito pouco. Ou seja, é viável.
Eu ainda consegui cumprir o Desafio realmente desafiante e até ultrapassei os 12 requisitados, mas não resenhei todos.

Em 2013 foi isso, aguardem janeiro com novas metas para o ano de 2014.

17.12.13

O céu que ficou para mim

No comecinho do ano eu tentei começar um projeto "O céu em todo lugar". Meu objetivo era de que nós pudéssemos fazer como a Lenny do livro que deu nome ao projeto e colocar um pouco do nosso interior pelo mundo através de intervenções e cartas.

A verdade é que eu cheguei a ficar ligeiramente decepcionada, porque não recebi nenhuma, nem ao menos as que eu abandonei por aí.
Mas aí, quando eu estava em julho viajando para a Argentina, eu mudei algo na minha cabeça, percebi que eu não precisava, com o mundo extremamente cibernético que temos hoje, depender desse encontro das cartas. Optei por criar o meu próprio meio.

Hoje eu posto no Instagram com a hashtag #oceuemtodolugar sempre que eu quero compartilhar esse meu momento de intervenção. Meus pensamentos, as imagens do momento, as angústias e alegrias de viver. 

Imagino que muita gente não entenda. Que imagine esse céu literalmente como fotos do céu. Não é essa a intenção. Embora haja muitas fotos do céu, porque ele me inspira.

Assim hoje, nesse finzinho de ano decidi compartilhar com vocês algumas dessas imagens e convidar, a quem desejar, fazer parte desse mesmo processo de inspiração e expiração dos sentimentos para o mundo.




















11.12.13

Linda, magra, rica e famosa

Eu me interesso extremamente por discussões de cunho social. De como somos moldados e influenciados pelas imagens de minorias, transformando-as na imagem (ou imagem de desejo) das massas.

É assim que eu fico gratificada ao re-assistir inúmeras vezes as propagandas da campanha Dove pela Real Beleza.
Sei que é engraçado, porque a própria Dove também lança comerciais que criam os estereótipos que essa campanha tenta desestabilizar. Ainda assim é louvável que consigamos em algum momento chacoalhar nossa cabeça para tentar não nos afundarmos ao ponto de ficarmos cegos à essa enchente de influências para nos tornarmos seres humanos "extraordinários".





Do mesmo modo que procuro refletir sobre o assunto, também mergulho nesse universo de querer cílios mega-volumosos-de-boneca e uma pele sem poros como vidro. Invejo o corpo magro e definido de Gisele Bündchen com o passar dos anos e gravidezes. Eu me pego desejando aquele vestido que custa duas vezes meu salário. Eu vivo no mesmo mundo que você.
Ainda assim, eu me horrorizo cada vez que vejo uma loucura como as mulheres Barbies. Ou quando leio uma notícia sobre a morte de alguém por distúrbio alimentar (veja a resenha de Garotas de vidro). 


Foi assim que eu fiquei esse fim de semana ao ler Bling ring: a gangue de Hollywood. Eu havia visto o filme no avião e já estava ansiosa pela leitura do livro.
Queria ir mais a fundo em uma história que tenta mostrar o universo de limites e influências que estamos vivendo. Como rumamos por um caminho que procura nos fazer ultrapassar os limites para obter e alcançar a imagem "ideal".



Fiquei bem satisfeita com o modo como a autora explorou a história. Inclusive discutindo sobre estudos que tratam do mundo contemporâneo.
Com uma luta de décadas pela valorização da mulher e de seus direitos, vemos essas jovens que são admiradas por gastarem mais do que possuem com roupas caras, se drogarem, "revelarem suas calcinhas para os paparazzi", se embelezarem para dançarem ao som de uma música que as chama de vagabundas, interesseiras e etc.
E é esse tipo de mulher que as jovens e não jovens buscam se tornar. Queremos ser desejadas como elas são. Para ser desejada desse modo tenho que ser como ela, tenho que ser ela. No caso da Bling Ring: tenho que usar exatamente os objetos dela, até mesmo suas roupas íntimas.

Parece absurdamente doentio. Entretanto durante a leitura, em especial quando haviam os contrapontos ou a discussão com algum estudo, eu ficava refletindo como era um espelho. Eu vejo isso acontecer. Em graus maiores ou menores, encontro em mim e em todos meus amigos esses sintomas.

E aí? Será que cada um de nós se permitirá chegar ao ponto de cometer crimes, desrespeitar o outro (independente de quem seja) e se preocupar mais com a oportunidade de aparecer nas principais revistas, ser uma celebridade, ter ser próprio (un)reallity show. Se preocupar mais com parecer do que com qualquer outra coisa?

Recomendo a entrevista sobre nós, jovens da geração dos "burros motivados", aqueles que são arduamente incentivados a crescer rapidamente, a ter e ser mais que os outros. E que nos tornamos insensíveis ao fato de que apenas parecemos algo que acreditamos ser o tempo todo.

8.11.13

Um dia daqueles...

Sabe aquele livro Um dia daqueles? Ou algo do gênero?
Pois é, ando por essa fase. Acontece que eventualmente uma amigona consegue me arrancar desses momentos com vídeos e fotos de animais. Em alguns momentos eu me pego catando o e-mail para rever.

Hoje ela me enviou um gif e eu fiquei me emocionando pensando na razão de eu gostar tanto de roedores, enquanto a maioria das pessoas não conseguem enxergar a 'fofurice' deles.

Vou tentar convencer vocês hoje:









 























 
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