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21.11.14

[Natela] A esperança - parte 1

Que dúvida que novembro, além de ser um mês maravilhoso pelo meu aniversário, seria memorável por conta da estreia de A esperança - parte I. Já aviso de antemão que ando cansada de divisões para últimos filmes de séries de livros, sei que rendem mais dinheiro de bilheterias, mas podem também estragar um filme.






A esperança: parte 1 (The Mockingjay: part 1)
2014 / Francis Lawrence / 139 minutos


Após ser resgatada do Massacre Quaternário pela resistência ao governo tirânico do presidente Snow (Donald Sutherland), Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) está abalada. Temerosa e sem confiança, ela agora vive no Distrito 13 ao lado da mãe (Paula Malcomson) e da irmã, Prim (Willow Shields). A presidente Alma Coin (Julianne Moore) e Plutarch Heavensbee (Philip Seymour Hoffman) querem que Katniss assuma o papel do tordo, o símbolo que a resistência precisa para mobilizar a população. Após uma certa relutância, Katniss aceita a proposta desde que a resistência se comprometa a resgatar Peeta Mellark (Josh Hutcherson) e os demais Vitoriosos, mantidos prisioneiros pela Capital.

Como eu disse no início, acho que o pior defeito é a história ter sido dividida. Mesmo a divisão tendo ocorrido no momento que eu considerava mais adequado, a impressão que temos ao terminar o filme é de que terminamos de assistir Em chamas. A mesma expectativa frustrada de tentar realmente compreender o que está acontecendo.

Porém, sim, o filme agradou muito. Mesmo estando um caco depois de muitos dias sem sono decente, eu e o Diego fomos na quarta a noite conferir uma sessão às 22h... achei que os dois cairiam no sono independente de desejo. Só que comecei a chorar e me remexer na cadeira, e o sono foi embora mesmo que eu não tivesse me entupindo de pipoca.

O terceiro filme da série começou já se mostrando com uma carga diferente dos anteriores. Eu recordei uma cena que Prim diz a Katniss no anterior, que dá para sentir que as pessoas estão diferentes. E você nota isso não apenas porque sabe de tudo que aconteceu, ou porque vemos o Distrito 12 aniquilado. Há um sentimento de tensão, de algo prestes a explodir que atravessa as telas. Está na iluminação utilizada, na expressão dos personagens. E eu achei o tom de Katniss ideal, ela não sabe se está preparada para essa revolução, essa revolução que ela compreende sobre atos que ela acha injustificáveis. Só que ela é uma menina destruída, perturbada por toda essa crueldade, preocupada com quem ficou para trás e com sua família.

Preciso dizer que isso é o que mais me faz gostar da protagonista. Katniss oscila entre o egoísmo e o bem geral. Ela é humana. Ela não quer que as injustiças ocorram, se esforça para fazer o seu... mas esbarra no "egoísmo" de fazer primeiro o bem a quem ela ama. Talvez eu esteja sofrendo nesse momento das pedras atiradas contra mim, mas é meu modo de enxergá-la e é sua grande chama. É como quando perguntam "quando foi que Katniss conseguiu emocionar vocês?". Ela nos emociona não porque age como DEVE agir, ou por ser uma pessoa PERFEITA. Ela consegue em determinados momentos se abrir e revelar essa confusão de sentimentos e ideais que perpassa a cabeça de tantos. Jennifer Lawrence tem levado a "minha" Katniss para as telas.

Ainda assim a transformação dela no símbolo da revolução é a parte central desse longa. E  é aqui que o filme consegue brilhar sobre o livro. Sim, soltem fogos! Porque chovem novas críticas e alfinetadas, quando vemos Plutarch arquitetar a revolução através da imagem de Katniss, dos discursos da presidente Alma. A propaganda, a mídia, o uso das palavras e da imagem trabalhando para o controle de ideias e ações.
Prestem muito atenção em cada palavra proferida pelo maravilhoso Philip Seymour Hoffman.

Os atores estão melhorando ainda mais a conexão com seus personagens. Prim é a Prim das páginas do livro, com uma doçura e uma maturidade que sua irmã custa a enxergar. Haymitch é... Haymitch. Sempre nos surpreendendo com o que parecia ser mais uma alienação.

Achei também especial a inclusão de Effie, que está vinculada a essa questão da imagem e ao controle através da propaganda. Uma personagem que não faz parte do contexto original e que além dos sorrisos nos rende maiores emoções.
Mas o que dizer de Finick. Eu senti uma conexão ainda mais forte com a história através do personagem. Dos olhos do ator Sam Claflin (suspiros) expressando toda angústia do momento. De como ele conseguiu transformar a cena das revelações do Snow no que ela realmente era. Ao olhar para ele víamos o exterior de um rapaz que aprendeu a viver entre as víboras, e que carrega lá dentro toda uma memória.

Pela terceira vez repito que essa quebra do filme deu uma quebra ABSURDAMENTE ESTÚPIDA E DESNECESSÁRIA ao decorrer da história. Ela quebrou o clímax e transformou esse filme numa introdução do que está por vir. Não é muito empolgante pagar para ver duas horas de introdução.
Ainda assim, valem a pena sim por todos os motivos elencados. Eles conseguiram fazer um bom filme, não conseguiram foi aliviar nossa vontade de ver Jena Malone na telona com apenas alguns míseros segundos de aparição.
#queremosJohanna

Quem foi, o que achou?


7.10.14

[NaTela] Garota exemplar

Para quem não sabe, não se ligou, perdeu a postagem... Bom, esse ano eu li Garota exemplar e simplesmente adorei!
O tipo de história muito bem construída e surpreendente, que consegue prender o leitor. Na época já havia data para estrear e eu até sentar na poltrona do cinema não sabia se ia ser bom ou ruim. É o tipo de história que funciona muito bem nas páginas, mas que na tela poderia ser falha.





Garota exemplar (Gone Girl)
2014 / David Fincher / 139 minutos


Amy Dunne (Rosamund Pike) desaparece no dia do seu aniversário de casamento, dia em que costumam comemorar com uma caça ao tesouro. O marido Nick (Ben Affleck) logo se torna o principal suspeito com sua forma estranha de agir. As buscas por Amy, a filha dos autores da grande série Amy exemplar não param enquanto Nick oscila entre culpado e inocente.

Dizer que o filme conseguiu alcançar a mesma ideia e impressão que o livro seria mentir.
Enquanto o livro nos leva a mil possibilidades, jogando com o leitor sobre o que aconteceu com Amy, quem pode ser o culpado, a que pontos esses dois estavam levando o casamento, se Nick se tornaria o próprio pai, se Amy seria sempre uma sombra da Amy exemplar... enfim! Tudo isso, o filme é absurdamente mais pobre nesse quesito.
Você tem um sumiço pra lá de estranho, aparentemente o casamento não estava indo muito bem. O marido é suspeito. Ele age estranho, ele só se ferra, mas para nós pode ser que ele não seja mesmo culpado.

Ainda assim, apenas como filme eles conseguiram alcançar algo bem interessante. A história com um todo que eu divido em três partes, foi exatamente bem dividida. Talvez a terceira parte tenha ficado um pouco resumida para o filme não se estender. Foi o único momento em que, enxergando apenas o filme, achei que não acertaram o tom.

Rosamundo Pike não me parece uma boa Amy na primeira etapa da história, mas ela se torna brilhante na sequência, diferindo imensamente de outros papéis, como o da jane de Orgulho e preconceito.

É um filme que eu recomendo. Não deixe de ir ao cinema vê-lo. Entretanto, se houver a possibilidade de ler o livro, não estrague a surpresa com o filme antes. Ele é imensamente superior, não inverta.


4.2.14

[Natela] A menina que roubava livros

Sim, eu consegui a realização de ir ver o filme na sexta, mesmo de nariz arrombado e doendo, e chorando mesmo sabendo que ficaria pior.







A menina que roubava livros
The book thief
2014 / Brian Percival / 131 minutos


Durante a Segunda Guerra Mundial, uma jovem garota chamada Liesel Meminger (Sophie Nélisse) sobrevive fora de Munique através dos livros que ela rouba. Ajudada por seu pai adotivo (Geoffrey Rush), ela aprende a ler e partilhar livros com seus amigos, incluindo um homem judeu (Ben Schnetzer) que vive na clandestinidade em sua casa. Enquanto não está lendo ou estudando, ela realiza algumas tarefas para a mãe (Emily Watson) e brinca com a amigo Rudy (Nico Liersch).




Eu li o livro há anos, e embora tenha me marcado muito, eu já esqueci boa parte. Considerei que seria melhor assim, para não assistir o filme fazendo comparações (que sempre acontecem).
E meu comentário é de que fizeram um bom filme. Eu gostei.
Os atores estão ótimos nos seus papeis (mesmo que o Max seja muito diferente para mim na minha leitura). Acho que a escolha do elenco principal realmente contribuiu para o bom desenvolvimento da história.
Eles conseguiram captar a ideia geral do livro (que não é curto) nas duas horas de filme, mesmo que tenha sido superficial em alguns pontos que eu considerava importante. Afinal, é uma história narrada pela morte. E a narração da morte era algo marcante no desenvolvimento, só que isso foi secundário no filme. Em especial o seu discurso do início do livro que eu tanto gosto.
A amizade/amor de Liesel e Rudy conseguiu se sustentar nas telas, inclusive com alguns diálogos memoráveis.
Saí coma  sensação que faltou algo para atingir em mim o mesmo sentimento que o livro causou. E me refiro ao sentimento relacionado ao viver durante uma guerra, algo que não tem a ver com ser filme ou ser livro. Não consigo explicar muito bem.
A verdade é que me acabei de chorar, ainda assim a dureza de levar uma vida “pisando em ovos”, perdendo pessoas queridas, acobertando outras... não me atingiu de verdade no filme. Nem o verdadeiro significado de roubar os livros.
Isso me deixa um pouco triste, mas não desmerece a boa adaptação produzida. E sugiro que você vá ao cinema conferir.

Quem viu, o que achou?




14.1.14

[Natela] Confissões de adolescente

Faz tempo que eu não vejo um filme sobre o qual sinta necessidade de conversar sobre aqui no blog. E não tomem isso como uma afirmativa de ter visto filmes ruins. Muito pelo contrário. Só ficou faltando aquele gostinho de realmente compartilhar algo.

Eu estava muito curiosa para conferir a versão pro cinema do meu adorado seriado de infância Confissões de adolescente. Há 3 semanas eu tenho feito tentativas de ir ao cinema assistir, e ontem pude compartilhar isso em boa companhia.





Confissões de adolescente
2013 / Daniel Filho / 136 minutos


Paulo (Cássio Gabus Mendes) está passando por dificuldades financeiras para sustentar as quatro filhas, Tina (Sophia Abrahão), Bella Camero (Bianca), Malu Rodrigues (Alice) e Clara Tiezzi (Karina), depois que anunciaram um novo aumento no aluguel. Quando ele avisa que eles precisam se mudar do apartamento onde vivem, na Barra da Tijuca (Zona Oeste do Rio), elas se comprometem em ajudar de alguma forma, começando a cortar despesas bobas e ajudando nas tarefas domésticas. Mas enquanto precisam lidar com essa novidade, o quarteto tem ainda outras experiências típicas, relacionadas a idade de cada um delas. Apesar dos conflitos, a união entre elas permanece e as experiências, tudo indica, irão contribuir ainda mais para manter a família unida.


Se você se encantou com o seriado há 20 anos ou simplesmente adora ver filmes relacionados a adolescência, tenho certeza que vai se divertir com esse.
Dinâmico, o filme conseguiu retratar para mim a juventude da atualidade, com suas especificidades do momento e com os velhos dramas de todas as gerações.
O humor está presente na maior parte do filme, e mesmo com cenas escrachadas, não chega a ser um filme estilo American pie no que diz respeito a fazer comédia com a adolescência.
Gostoso é ver o público no cinema se relacionando com as cenas na tela de um modo que nem sempre acontece nas salas.

As pessoas riem, elas aplaudem, se emocionam e comentam.

O acelerado mundo virtual está o tempo todo presente, e os pequenos relatos dos personagens que acompanham as cenas nos aproximam deles do mesmo jeito que acontecia no seriado. (quem quiser rever, clica aqui)

Não posso contar muito para não perder a graça, mas preciso afirmar novamente que gostei muito, que me identifiquei com os acidentes femininos, que ri das tentativas de conquista, que chorei com a coragem de algumas e covardia de outras. E espero que vocês também gostem.



3.6.13

[Na tela] Histeria

Voltei a assistir filmes. Vocês nem sabem como essas pausas são absolutamente estranhas quando antigamente eu assistia muitos filmes por semana.
O mais estranho é eu não ficar com muita vontade de sentar para ver um.
Bom, eu fui ao cinema dar gargalhadas com o Robert Downey Jr., o único modo que eu me vi capaz de gostar do Homem de Ferro (e eu adoro heróis da Marvel). E confesso que achei que o filme cumpriu bem com sua proposta e ainda conseguiu fazer relações com Os vingadores (numa propaganda constante).






Histeria / Hysteria
2011 / Tanya Wexler / 100 minutos


No século XIX, muitas mulheres eram diagnosticadas com uma doença tipicamente feminina: a histeria. Ao trabalhar para o Dr. Robert Dalrymple (Jonathan Pryce),  o jovem médico idealista Dr. Mortimer Granville (Hugh Dancy) aprende a tratá-la com massagens na vagina por acreditarem ser este um problema causado pelo útero. O excesso de massagens causa no em Mortimer uma dor no pulso que põe em risco seu emprego, mas que pode ser salvo com a ajuda de seu amigo louco por eletricidade.






Você está prestes a assistir o filme sobre a origem do vibrador. E a morrer de rir.
Um filme de época com pegada romântica e cômica que me fez lembrar de Armadilhas do coração, inspirado na obra de Oscar Wilde.
Previsível, gostoso, comum pouquinho de cultura histórica enquanto você ri das caras e bocas das atrizes.
Não é brilhante ou inesquecível, mas eu indicaria.


14.5.13

[Na tela] Precisamos falar sobre Kevin (de novo)

No fim de semana retrasado assisti com o Diego a adaptação cinematográfica do livro que li no mês passado e adorei: Precisamos falar sobre Kevin.







Precisamos falar sobre Kevin
We need to talk about Kevin
2012 / Lynne Ramsay / 110 minutos


Eva (Tilda Swinton) no decorrer dos dias relembrando tentando entender seu filho Kevin (Jasper Newell/Ezra Miller), rapaz que era complicado desde bebê e que cometeu atos muito piores do que ela seria capaz de imaginar.








Eu deveria ter gostado do filme. Mas eu gostei bem pouquinho.
A atuação dos atores é ótima (o que é aquele menininho interpretando o Kevin?!), as cenas iniciais em que procuram demonstrar os sentimentos de Eva enquanto ela se afunda na multidão é simplesmente magnífica.
Infelizmente a impressão que eu tive assistindo foi de que a história ficou muito superficial, ela não chegou nem perto da profundidade que eu aguardava, dos sentimentos confusos e contraditórios que permeavam minha leitura.
Acredito que o fato de Eva não escrever ao marido, não se reportar à ninguém e vermos a história através dos flashes trouxe pouco da angústia que sentia ao ver o modo como ela lidava com aquele pequeno demônio filho que era absurdamente dissimulado com o pai. Da luta interna de Eva de renunciar a qualquer outra coisa que amasse para agradar ao marido que tanto amava, como se esforçava e se dedicava. Mas que a relação aprecia enfraquecer dia após dia desde que ela engravidou de Kevin.
Fiquei contente como algumas cenas incrivelmente marcantes foram mantidas. Fiquei mais um pouco chateada com as cenas finais, é muito emocionante no livro e achei que eles pegaram um planeta de complexidade que é tratada naquele diálogo e aproveitaram apenas uma formiguinha.

Confesso que recomendo mais o livro que o filme. Mesmo que os atores mereçam um imenso prestígio.

29.4.13

[Na tela] Anna Karenina

Semana passada finalmente passou aqui em Florianópolis o filme estrelado pela minha queridinha Keira Knightley e conjunto mais uma vez com Joe Wright






Anna Karenina
2012 / Joe Wright / 129 minutos


Rússia, século XIX. A cunhada de Anna Karenina (Keira Knightley) está inconsolável com a traição do marido. Ao viajar para tentar rearranjar o casamento do irmão ela conhece o conde Vronsky (Aaron Johnson). Este se apaixona por Anna e decide cortejá-la até a mesma se render ao amor e trair seu marido Alexei Karenin (Jude Law).







O filme conta com um elenco ótimo, com o roteiro de um clássico de Tolstói que ainda não li.
Eu estava curiosa por inúmeros motivos para assisti-lo, mas definitivamente eu afirmo que você deve assistir e a história não interessa.
Sim! A história é boa, interessante tanto no eixo principal quando em suas histórias secundárias (como do amor do jovem Kostya por Kitty). Como a maioria dos romances russos, eles conseguem mexer conosco emocionalmente e moralmente (questionando princípios da sociedade e dos sentimentos). Mas não é também nada tão inesperado diante de outros filmes e livros (não estou tirando o brilho da obra literária, viu!). Afinal, Anna é uma mulher que se descobre apaixonada por um rapaz que não é seu marido e sofre as consequências sociais de se render à relação.
Viu? Tirando seus pormenores e as características próprias da história, o cerne até lembra a história real que virou o filme A duquesa (protagonizado também por Keira).
Rever Matthew MacFadyen tendo agora Keira como irmã também traz lembranças deliciosas.    Mas...
Você deve passar duas horas diante da tela porque estará vendo um espetáculo de criatividade.

O diretor brincou de filmar como se estivéssemos num teatro, em alguns momentos realmente os personagens estão no palco. Em outros estão em cenários externos e reais. Aí ao caminharem vemos ele atravessar uma porta e a parede de trás gira para nos revelar o cenário da próxima cena. Sem cortes. Como se a vida fosse assim.
Em um momento Anna se despede do filho enquanto este brinca com seu trenzinho, que alguns segundos mais tarde é o trem que leva sua mãe para casa do seu tio.

Sério, fiquei tão apaixonada que queria ir ver novamente. É o tipo de 'estalo' que me arrepia e me encanta na brincadeira de ser artista.

Vejam! Vejam! E me perdoem se dessa vez falei tão pouco da história. Deixarei que vocês confiram e se surpreendam.




8.4.13

[Na tela] A hospedeira





A hospedeira - The host
2013 / Andrew Niccol / 125 minutos


Almas alienígenas chegaram à Terra e se hospedam no corpo dos seres humanos. Seu princípio é tornar o planeta melhor, mais pacífico. Mas há resistência por parte dos humanos que se escondem para não serem capturados. Há aqueles que resistem até mesmo escondidos dentro do seu próprio corpo.
É o que ocorre com Melanie (Saoirse Ronan) quando habitada por Peregrina. Movida pelo amor ao irmão Jamie e ao (Chandler Canterbury) namorado Jared (Max Irons) ela convence Peregrina a buscá-los e demonstrar que ainda está viva.



Faz muito tempo que li o livro. E fiquei realmente encantada com a história, achei que Stephanie Meyer tinha conseguido crescer muito depois da saga Crepúsculo. Consegui acreditar que ela podia corrigir os erros dos livros dos vampiros, ela conseguiu desenvolver a história e manter o ritmo entre o romance e a ação melhor.
Infelizmente, muita gente não curtiu tanto.

E o filme, para mim, conseguiu captar o esquema geral da história. Embora seja diferente, é claro. Enquanto que nas páginas conseguimos perceber melhor a luta interna, a confusão de Peregrina com relação ao sentimentos e pensamentos (ela ama Jared e Jamie, porque Melanie os ama. Em determinado momento percebemos que ela não consegue dissociar o que é Melanie e o que é ela. No filme isso é menos presente e a resposta para esses conflitos já é dada quase de início). Só que é compreensível que  querendo dar espaço para a história como todo, o filme teria que ser mais sucinto e geral.

Curti muito o modo que eles encontraram para vivenciarmos as conversas internas dentro do 'corpo' de Melanie. E achei incrível Diane Kruger de Buscadora. Eu sempre imaginei essa personagem diferente, jamais incrivelmente bonita e mais obstinada que cruel. Achei bom o resultado nas telas, mesmo que distinto da minha ideia de leitora.


25.3.13

[Na tela] Oz, agora sem os sapatos vermelhos

E ano após ano temos visto releituras de grandes clássicos infantis, eis agora a nova versão Disney do mundo encantado de Oz e seu mágico.






Oz, mágico e poderoso - Oz, the grat and powerful
2013 / Sam Raimi / 127 minutos


Oscar Diggs (James Franco)  é um mágico de circo que se preocupa consigo mesmo e suas paixões, quando um furacão o leva para Oz. Recepcionado pela bruxa Theodora (Mila Kunis), descobre que é esperado por todo o povo de Oz para salvá-los.








Saí do cinema triste, muito triste. O filme iniciou tão magicamente que eu estava pensando que seria o melhor 3D que já havia visto (e o filme ainda não havia começado). Com as ilusões de ótica e a sensação de estarmos assistindo um teatro de marionetes, eu já estava conquistada com as entradas que traziam cenas do filme.
Eis que surge James Franco com uma atuação que já me deixou meio decepcionada. Ainda assim tentei me encantar com todas as lembranças ao original que o filme trazia. O início em preto e branco em fullscreen, os problemas com as pessoas ao seu redor cabiam a Oz e não a Dorothy. Até a chegada a magnífica e colorida Oz através do furacão.

Eu estava esquecendo os problemas e me deliciando. Só que a história foi decaindo, decaindo, decaindo... de um modo que nem o aparecimento fugaz do leão ou a fofíssima bonequinha de porcelana  ou a presença de tantas atrizes que gosto conseguiu fazer a coisa engrenar.

Os minutos passavam e a história ia e voltava sem engrenar, patinava sem necessidade e num misto de história infantil com uma trama meio inadequada para os pequenos (afinal, Oz é um cafajeste de primeira linha que só pensa em dinheiro e EM ENCANTAR AS MULHERES. Pois é.).

Eu continuei tentando me apegar a alguns pontos que me recordavam o filme original ou que pudessem oferecer uma melhora a história. Mas até as canções que poderiam ser uma tentativa de salvar o filme, se resumiram a poucos segundos de uma única canção.

E confesso que o final foi meio decepcionante. O mágico de Oz traz a linda mensagem de que "não há lugar como o lar" quando Dorothy consegue reconhecer seu leão, seu homem de lata e espantalho. Só que esse reconhecimento não ocorreu na nova versão, embora acredite que os adultos (ou aqueles que já conheciam a história) pudessem fazer a associação, não tenho certeza de que todos puderam reconhecer a bonequinha de porcelana e o macaco alado que aqui eram totalmente computadorizados dispensando apenas a maquiagem e fantasia do século passado.

Aliás, parabéns aos efeitos especiais e a maquiagem. Eu ficava me forçando a reconhecer os traços da Mila Kunis quando ela se percebeu a famosa bruxa do Oeste.

Enfim, deixa a vocês decidirem, mas acho que foi decepcionante e um orçamento enorme num projeto que não valeu a pena. Nem para rever Rachel Weiz no cinema depois de tanto tempo.




18.3.13

[Na tela] Semana cheia

Reiniciaram as promoções no Cinesystem às segundas-feiras. E como agora não sou mais estudante e estou dura esse mês, nada melhor que aproveitar a promoção.
Optei por convidar meu primo para assistir Dezesseis luas.






Dezesseis luas - Beautiful creatures
2013 / Richard LaGravenese / 124 minutos


Cidade de Gatlin, na Carolina do Sul, Estados Unidos. Ethan Wate (Alden Ehrenreich) mora em Gatlin na Carolina do Sul e não vê a hora de sair da cidade. Há meses ele vem tendo um sonho com uma garota desconhecida, quando chega a cidade Lena Duchannes (Alice Englert), sobrinha de Macon Ravenwood (Jeremy Irons), homem que a família é tida como adoradores de demônios e evitada pela população da cidade. Ethan se interessa por Lena e sabe que ela é a garota dos seus sonhos, mas descobre que não será fácil ficarem juntos.



Eu não sabia praticamente NADA da história.
Só que era um romance adolescente meio sobrenatural. Pois é.
Nada absurdamente incrível, mas um filme bom e com um elenco de primeira. Gosto quando investem com bons atores mesmo nos filmes que não são para o público adulto. Ultimamente isso tem acontecido pouco (com exceção de grandes franquias como Harry Potter) e era o resultado de sucessos incríveis da minha época Disney, como o meu adorado Hook: a volta do Capitão Gancho.
Apesar de ser um filme que termina em si, ele torna necessária uma continuação (e não digo simplesmente porque é baseado em uma série literária). Alguns pontos ficaram muito no ar, te deixando com mil perguntas sobre a relação amorosa entre os protagonistas, sobre a prima que era tão doce e não pode mudar seu destino e sobre simplesmente toda o universo mágico deles.
Sem falar que eu posso ser muito tapada, mas demorei para entender a coisa das Dezesseis luas do título. Provavelmente porque eu fiquei querendo entender a razão de em inglês ser Beautiful creatures  e a tradução ser tão distinta. (e apesar de ter achado interessante a escolha brasileira, gosto mais do titulo original).

Enfim, acho que é o típico romance adolescente de cinema com uns toques a mais.


No fim de semana entrando no climinha de inverno com chuva, assisti um filme no sábado e outro no domingo.





O homem que mudou o jogo - Moneyball
2011 / Bennett Miller / 133 minutos


Billy Beane (Brad Pitt) gerencia o time de baseball Oakland Athletics. Com pouco dinheiro em caixa e a ajuda de Peter Brand (Jonah Hill), ele decide seguir um sofisticado programa de estatísticas para o clube, investindo em jogadores desprezados e desprezando as estrelas e conseguiu erguer a equipe tornando o método famoso.








Um filme que a atuação de Brad Pitt foi elogiada, conta a história real de Billy Beane, o ex-jogador e agora manager geral de baseball que decidi tornar seu time com baixo orçamento campeão utilizando a filosofia de um economista. Ou seja, investindo menos em astros e mais nas estatísticas de cada jogador. Tornando o jogo mais centrado em avaliações de rendimento e estatísticas.
Muito desacreditado, o processo gerou resultados (não, não é spoiler porque a história é real e o título já condiz com a situação!) modificando a partir daí o modo de outros grandes times administrar.
Um outro filme que vi esse ano (Curvas da vida), é quase que um contraponto a este. Ele mostra o que seria um abuso da 'tecnologização' do jogo ao invés de observação de talentos e relações interpessoais.








Burlesque
2011 / Steven Antin / 120 minutos


Ali (Christina Aguilera) abandona Iowa para seguir seu sonho de cantar e dançar em Los Angeles. Quando ela conhece a casa Burlesque faz de tudo para ter uma chance no local gerenciado por Tess (Cher). Ela conta com a ajuda do barman Jack (Cam Gigandet) para ingressar como garçonete e arriscar uma possível vaga. 







Por fim, domingo de manhã assisti Burlesque que eu queria assistir desde que saiu nos cinemas. Foi ficando, foi ficando e só agora pude ver Christina Aguilera e Cher.
A história que lembra muito Show bar, me divertiu horrores com as danças de músicas famosas de filmes e com as canções inéditas.
É definitivamente aquele filme que eu nem ligo muito para a história, eu quero é só ver o povo se esgoelar e se mexer. E se isso estiver bom, eu fico feliz. Assim, a história típica de comédia romântica (moça do interior sai de casa rumo a um sonho na cidade grande, conhece um cara que a ajuda e se apaixonam, com algum problema no meio do romance) não me empolgou ou desempolgou. Foi fofinho e engraçado

11.3.13

[Na tela] Amor é tudo que você precisa

Sábado foi dia de dobradinha no cinema com Paris-Manhattan (que eu queria ver há muito tempo e que eu gostei, mas esperava mais) e com Mamma mia 2, ops, Amor é tudo que você precisa.






Amor é tudo que você precisa - Den skaldede frisør
2013 / Susanne Bier / 116 minutos


Ida (Trine Dyrholm) se vê numa fase terrível da vida, tratando um câncer, ela descobre a traição de seu marido às vésperas de viajar para o casamento de sua filha. No aeroporto ela acaba batendo o carro no carro de Philip (Pierce Brosnan), o pai do noivo. Philip é um homem que se tornou frio para a vida após a morte da esposa. Os dois viajam juntos para a Itália.





Sério, piadinha a parte, o filme dinamarquês lembra demais o musical que trata do casamento de dois jovens na Itália. É que novamente temos um casal de jovens com suas dúvidas sobre o casório servindo de enredo para resolver o romance dos adultos. E pra arrematar o pacote de semelhanças, temos o antigo James Bond (Pierce Brosnan) no meio do romance.

O filme é clichê, sim! Mas gostosinho e com algumas alfinetadas da vida real.
Temos Ida, uma mulher que está tratando seu câncer e descobre o marido traindo-a com uma mulher mais jovem. Uma situação cão, com tudo dando errado. E nos deparamos com uma mulher doce que diante de tudo isso, coloca os outros diante de si mesma (e ela sofre de câncer! Pessoas que convivem com alguém que teve a doença notam semelhanças?).
Philip é um homem grosseiro e frio, que criou um filho ávido por sua atenção.

O jovem casal, cheio de dúvidas num casamento súbito, enfrenta uma reunião familiar cômica. E que você com certeza vai identificar características da sua família.
E vai sentir vontade de estapear alguns, de rir de outros e vai se emocionar, como os romances costumam fazer (mesmo quando fazem aquilo que já esperamos).

Tudo isso com uma paisagem linda, que faz você sair do cinema querendo comprar uma passagem aérea.

4.3.13

[Na tela] O homem que fazia chover

Essa semana eu assisti a uma adaptação literária de John Grisham. Eu comprei o DVD num sebo quando fui a Porto Alegre ano passado para um curso do trabalho e ainda não havia assistido.






O homem que fazia chover - The rainmaker
1997 / Francis Ford Copolla / 134 minutos


Rudy Baylor (Matt Damon) é jovem advogado desempregado que sonha em fazer a diferença através da carreira no direito. Um dos seus primeiros casos é contra a companhia de seguros que se nega a pagar o transplante de medula óssea para um jovem de família simples.








Eu gostei bastante do filme. Apesar de ser um filme do Copolla, não é um arrecadador de Oscares.
Temos um Matt Damon novinho, Claire Danes (a eterna Julieta de DiCaprio) e meu queridíssimo Danny DeVito, além de Jon Voight e Danny Glover. Resumindo, bons atores e um bom filme.
Acompanhamos a vida desse jovem advogado que parece meio ferrado na vida, porém cheio de ideais. Vemos como ele nos mostra a vida dos advogados em Memphis numa luta pela carniça, enquanto ele se descobre simpatizante de fazer o que é certo, de se envolver com os clientes e procurar o melhor para eles.
A falha para mim foi na questão do romance. Gostaria de ver o romance entrelaçando melhor com o resto da história, com a questão dos casos judiciais. Acho que seria um encaminhamento mais interessante, mas não sabe a mim decidir. Aos que assistirem, me contem o que pensam sobre?
E claro, divirtam-se um pouco com o personagem de DeVito procurando arranjar clientes nas situações mais improváveis.



25.2.13

[Na tela] Footlose, o remake

Você já ouviu falar de Footloose, não? Ou já ouvi a canção tema?
Bom, se não sabe do que estou falando, você deve ir agora atrás de ver o filme que lançou Kevin Bacon ao sucesso.
Só que essa semana eu vim falar do remake que eu estava curiosa para conferir desde que soube que seria feito.






Footloose 
2011 / Craig Brewer / 113 minutos


Ren MacCormack (Kenny Wormaid) se mudou para uma cidade do interior após o falecimento de sua mãe para viver com os tios. Ele descobre que criaram recentemente uma lei que proíbe os jovens de dançarem. Ele irá tentar contornar os problemas com o reverendo Shawn Moore (Dennis Quaid). 








Quando começou o filme, eu achei que se parecia DEMAIS com o anterior. As roupas, o tratamento d e imagem, alguns modos dos personagens... E aí não curti muito. Afinal, não vejo muita razão em refilmar uma história se é para ser igualzinha, principalmente se ela é ligada a um período.
Vou me explicar melhor. Footloose foi um marco de uma época. É como Os embalos de sábado a noite. Você pode refazer Grease, mas não acho que ficaria muito legal refilmar "Os embalos".

Eu realmente percebi (talvez antes eu estivesse desatenta) que o filme era atual quando Ren encontra uns LPs e decide pegar seu ipod para ouvir enquanto arruma o carro.

Para quem não conhece, ele não é um filme musical, é um filme de dança.
Após um acidente que levou à morte alguns jovens da cidade, eles proíbem os jovens de dançar por acreditarem que a dança levaria às bebidas e à morte. E o jovem que chega a cidade e é visto com maus olhos pela maioria (acreditando que ele é má influência sobre os seus jovens locais) decide encarar a briga.
No meio de tudo isso há um pequeno romance. Ariel, a filha do pastor para lá de rebelde, passa a se interessar por Ren.

Não é um filme grandioso (nem o seu antecessor foi). A história é fraca, bem previsível e o que é bom de ver são as cenas de dança. Nesse me pareceu que a dança esteve um pouco menos presente (talvez seja porque faz tempo que não vejo o outro, vou catar meu dvd pra assistir durante a semana e dou um retorno). Mas aqui houve um extra no country e no hip-hop em uma das cenas.

Ainda assim, espero que possa atrair essa geração para se interessar por um filme que marcou época, porque de modo geral é bem semelhante ao seu antecessor.



18.2.13

[Na tela] Os miseráveis

Essa semana finalmente fui conferir meu tão esperado Os miseráveis. Posso afirmar desde início que é tão bom quanto eu esperava.
Mas eu preciso antecipar algumas coisas:

1. É um filme baseado num clássico da literatura. Adoro!
2. Esse clássico virou musical da Broadway. Então certamente irei gostar.
3. Eles cantam o filme inteiro, estilo Evita. Ah, meu Deus, deve ser extraordinário!
4. A história da trama tem eventos históricos e discussões políticas. Tem como ser mais perfeito?
5. Tem Anne Hathaway, Hugh Jackman, . Tá bom, já estou convencida de que irei amar.
6. Ele pode te fazer chorar. Muito! Ele já entrou na minha lista de favoritos antes de eu assistir?!

É bem assim, ele preenche diversos requisitos que me fazem gostar de um filme, só que todos eles reunidos num único filme. Não fica sendo muito justo avaliar, é quase certo que irei gostar. Para me parecer ruim teria que me decepcionar MUITO!!




Os miseráveis - Les Misérables 
2012 / Tom Hooper / 168 minutos


Inspirado na obra do escritor Victor Hugo, vemos a sura luta do povo para sobreviver na época em que culmina a revolução Francesa de XIX.  Jean Valjean (Hugh Jackman) é preso após roubar pão para alimentar a irmã. Ao conquistar sua liberdade condicional encontra dificuldades para se reerguer com os documentos que testemunham seu passado. Quando ele procura uma nova identidade pode descobrir que  inspetor Javert (Russell Crowe) continua perseguindo-o. Em determinado momento ele toma a responsabilidade de cuidar de Cosette (Amanda Seyfried), filha de sua ex-empregada Fantine (Anne Hathaway). 




Eu nunca assisti o musical que inspirou ao filme. Embora tenha ficado balançada quando estava na Inglaterra.
A sensação que eu tive foi de o filme ser realmente muito parecido com Evita. Em contextos gerais, é claro. A mobilização social, com os diálogos cantados (que nem sempre resultam em grandes canções)... Posso dizer que as quase três horas de filme me agradaram muito. Embora eu reconheça que não é um estilo que agrade a todos.
Escutei nas semanas anteriores muita gente saindo reclamando dos cinemas "Só cantam!!!". Acho que cabia a elas ao menos considerarem o gênero musical da adaptação, não?

As atuações foram boas, fiquei encantada de ver Anne Hathaway cantar, mas realmente encantada com a voz de Russel Crowe. As participações de Helena Bonham Carter e Sacha Baron Cohen também foram agradabilíssimas! A dupla funcionou muito bem.
Eddie Redmayne não é um ator que acho tão notável, embora tenha que confessar que simpatizo com ele principalmente por gostar dos filmes em que ele atua. Agora, mesmo com um das vozes mais bonitas e boa atuação, Samantha Barks tinha uma voz que me pareceu destoar demais das dos outros atores. Entendem?

Os pequeninos foram o que mais me satisfizeram. Eu gostava da presença de crianças no livro, o modo como elas se encaixavam, e o filme conseguiu manter as personalidades e as características que me marcaram. Eu, no entanto, lembrava de Gavroche num contexto que me pareceu um pouco diferente. Ao chegar em casa descobri que na adaptação para o musical retiraram a relação familiar com Eponine e os Thénardier.

E embora bem sucinta, eu gostei imensamente das cenas da barricada.

Eu recomendo muitíssimo, mas lembrem das ressalvas acima para saber se é teu estilo de filme.

11.2.13

[Na tela] Fazendo um bom dever de casa

Eu andava meio desanimada com ver filmes, né?
Bom, essa última semana eu esqueci isso e andei fazendo um bom dever de casa (talvez inspirada pela semana chuvosa). Fui ao cinema duas vezes (quase fui a terceira), assisti muitos filmes em casa (inclusive re-assisti alguns com a mãe).
Para não superpopular o post como já fiz um dia (olha só!), eu decidi dar destaque apenas aos filmes do cinema.







O lado bom da vida - Silver Linings Playbook 
2012 / David O. Russel / 122 minutos


Pat Solitano Jr. (Bradley Cooper) volta para a casa dos seus pais disposto a reconquistar tudo o que perdeu quando foi internado, em especial sua esposa. Todos parecem temê-lo, e na tentativa de se reajustar conhece Tiffany (Jennifer Lawrence) cunhada de seu amigo. Tiffany é uma jovem viúva também desajustada que estabelece um trato de ajudá-lo a se comunicar com a ex-mulher se houver comprometimento em ensaiar e participar com ela num concurso de dança.






Não sou tiete de Jennifer Lawrence e, sinceramente, não suporto Bradley Cooper. Porém confesso que antes dela encarnar Katniss já tinha admirado sua atuação.
Fiquei encantada com a história do livro (que ainda não li) e bem curiosa para ver o filme que tinha conquistado tantas indicações a prêmios.
E merecidos (a maioria).

Lidamos com a vida de alguém com problemas psicológicos, mas que no entanto está passando praticamente os mesmos problemas que todos nós podemos passar (só que com um toque extra).
Cometemos erros e nossas vidas mudam diante disso, ao invés de procurarmos viver uma nova vida, tentamos incessantemente retomar aquilo que já não nos pertence. Fechamo-nos diante de outros caminhos e ofertas boas.

No filme podemos observar isso não apenas com o personagem principal, que não é único sob pressão.
Robert de Niro, por exemplo, encarna o pai com TOC e com vício em apostas. John Ortiz é o amigo próspero que está enlouquecendo diante das pressões do casamento e da vida.

Divertido, leve, também vai te chacoalhar em alguns momentos, doses de realidade e romance de um modo diferente.
Vale muito a pena!






E na quinta-feira eu fui fazer nova tentativa de ver João e Maria.





João e Maria: caçadores de bruxas 
Hansel and Gretel: Witch Hunters
2013 / Tommy Wirkola / 88 minutos


João e Maria são abandonados pelo pai na floresta quando criança, é quando acabam descobrindo a casa de doces e matando a bruxa no forno. A partir daí João/Hansel (Jeremy Renner) e Maria/Gretel (Gemma Arterton) decidem se profissionalizar na caça às bruxas. Sua nova missão é descobrir o mistério de uma grande bruxa negra (Famke Janssen) e tentar salvar as crianças. 






Começo dizendo: assistam em 3D!
O filme é lazer e cumpre seu papel. Sim, há inúmeros furos, há pontos interessantes nem um pouco explorados... Mas quando você assiste o filme das gêmeas Olsen na sessão da tarde não fica preocupado com isso, fica? Quando ri vendo Corra que a polícia vem aí mais uma vez na televisão também não está preocupado. Você relaxa e ri.
Embora não seja exatamente uma comédia, esse filme tem praticamente a mesma pretensão. Ser um lazer.

Já o 3D é a diversão a parte, porque é o tipo de filme que usa exatamente o que eu acho mais LEGAL nessa tecnologia. Quando criança que ia ao Parque da Mônica ver o cinema em 3D, eu queria ver o leão pulando em cima de mim e me assustando e esticar o braço para tocar a baba que escorria da boca da girafa.
Assim que o cinema decidiu investir nisso, tivemos algumas amostras disso, porém a maioria dos filmes se utiliza apenas da sensação de profundidade real nas lindas imagens panorâmicas.
Eu me cansei disso. Não muda a minha vida de frequentadora do cinema. Acabo optando pela versão 2D (que me permite ficar sem queles óculos, principalmente ir de óculos ao cinema).
Só que aqui tivemos um retorno a algo que eu não via desde Beowulf (acredito). Você vê as pessoas pulando quando algo é atirado 'sem querer' em cima de você durante o filme.
Gostei muito!

Agora, se você não gosta de bruxas ou de violência. Deixe de lado e torça para que as animações voltem a explorar isso em suas versões 3D.


4.2.13

[Na tela] Da beleza de Pi ao sangue em Django

Ah, essa semana eu passei a me dedicar um pouco melhor, viram?
Consegui ir duas vezes no cinema (logicamente motivada pelos muitos filmes que quero ver). Eu fui na terça-feira assistir João e Maria (e aí teríamos duas sangueiras hoje), mas o Cinemark decidiu trocar os horários do filme (pois é) e o único que nos restava era As aventuras de Pi que havia começado há 10 minutos. Fomos de Piscine, eu e o Diego na companhia da Luciana (minha afilhada de casamento).

Aí na quinta eu consegui correr com o Diego ao cinema para assistirmos as carnificinas de Tarantino.







As aventuras de Pi - Life of Pi 
2012 / Ang Lee / 127 minutos


Pi Patel (Suraj Sharma) é filho do dono de um zoológico na Índia. Quando seu pai decide mudar com a família para o Canadá, eles embarcam num cargueiro com os animais. Ocorre um naufrágio e Pi sobrevive em um bota salva-vidas. Através da lembrança dessa viagem ele procura justificar ao jornalista que o entrevista sua busca por Deus. Pelo período de mais de 200 dias ele tem como companhia o tigre de bengala Richard Parker.






Eu estava com vontade de ver Pi (resumindo o título), mas confesso que era mais pelas belas imagens que vi no trailer. Eu não sabia muitos pormenores da história e pensei mais numa aventura de um menino naufragando com um tigre no barco.
Minha prima comentou após ter visto que era muito bom. Fiquei um pouco mais animada, só que não o suficiente para me deslocar ao cinema para vê-lo.
E eis a surpresa! Aos que viram o filme, posso arriscar dizer que a troca de horários foi uma obra de Deus. Sim, porque para minha surpresa (perdi os primeiros minutinhos) Piscine (ou Pi) começa nos contando a história de como ele se encantou com as belezas de Deus, procurando encontrá-lo no hinduísmo, no cristianismo, no islamísmo... Seu pai que não é religioso não compreende (e não aceita muito bem também). No entanto, o que eu acho mais bonito, sua mãe (hindu) aprova.

Então, a viagem de navio que resulta no naufrágio de Pi com Richard Parker (o tigre de bengala), ganha outros propósitos para o telespectador (e logicamente para mim) no decorrer da história. Procuramos compreender, juntamente com o entrevistador de Piscine na atualidade, como essa história que ele viveu pode refletir sua experiência com Deus.

Não, não é um filme religioso. Você pode assisti-lo de outros modos e gostar igualmente. Você pode char a conclusão final antes dos outros e ainda assim se admirar e gostar.
Mas, estou segura que dificilmente alguém irá passar às duas horas de belas imagens sem sequer refletir sobre a vida e nossas capacidades.


Leia mais sobre o possível plágio cometido pelo autor do livro que originou o filme, o plágio seria de um livro brasileiro escrito por um gaúcho.
Recomendo muito essa resenha fantástica sobre o filme e a questão dos reflexos e o sagrado.



E sobre D-J-A-N-G-O, Lili?






Djando livre - Djando unchained 
2013 / Quentin Tarantino / 165 minutos


Django (Jamie Foxx) é um escravo que é libertado pelo caçador de recompensas alemão Dr. King Schultz (Christoph Waltz). Django aceita a proposta de trabalhar em parceira com o Dr. Schultz até o fim do inverno, quando então o alemão o auxiliará a encontrar e libertar sua esposa Broomhilda (Kerry Washington).
Porém, ela se encontra na fazenda de Calvin Candie (Leonardo DiCaprio), famosa pelo treinador Ace Woody, que treina os escravos locais para a luta.





Eu devo iniciar dizendo que Django é para quem gosta de Tarantino. Infelizmente. Porque o modo de o diretor trabalhar não faz com que qualquer um consiga acompanhar seu trabalho até o fim (entendem, né?). Ele não é tão bom quanto Bastardos Inglórios, entretanto é um dos filmes do diretor que eu mais gostei.
Sim, ele está extremamente romântico para um filme do diretor, os diálogos não estão tão primorosos, etc etc etc. Acho que o que eu mais gostei foi de ver a plasticidade sem perder sua característica intrínseca.
E claro que os atores colaboraram bastante.
Christoph Waltz está maravilhoso novamente. No começo, achei os trejeitos muito semelhantes ao seu papel que lhe rendeu o Oscar. Só que ao longo do filme isso se perde, vemos o caçador de recompensas justiceiro e insensível se render para ajudar Django a resgatar sua amada. Vemos seu rosto se contorcer diante de atrocidades realizadas.
E vemos insanidade, cobiça e maldade nos olhos de Leonardo DiCaprio. 
Há momentos ridiculamente engraçados e outros de embrulhar o estômago e alguns para sorrir satisfeito.


28.1.13

[Na tela] Larry Crowe



Larry Crowe / 2011 / Tom Hanks /98 minutos


Larry Crowe (Tom Hanks) é um bom vendedor que acredita que ganhará um prêmio, mas é despedido porque não continuou os estudos universitários. Ter servido na cozinha da Marinha por 20 anos não é justificativa, nem mesmo a crise financeira pela qual está passando após a separação.
Na busca por emprego e um rumo para sua vida, seu vizinho o aconselha a voltar a estudar. Ele então se matricula em duas matérias na universidade e faz amizade com um grupo de scooters.







Eu conheci o filme na divulgação que foram fazer no David Letterman. E como gosto de ambos os atores, decidi que era um daqueles filmes que, embora não imperdíveis, eu gostaria de ver.
E ele se provou isso mesmo.
Uma comédia gostosa onde o cara de meia idade se descobre numa enrascada da vida e volta a universidade.
E, mesmo ele criando amizades juvenis, não se porta como um 'coroa querendo bancar o adolescente'. Ele apenas vivencia uma nova vida, tendo experiências que não viveu naquela época.

Uma de suas matérias é com o professora Mercy Tainot (Julia Roberts). Ela não parece sentir entusiasmo pelas suas aulas porque não vê isso por parte de seus alunos.
Seu casamento está afundando, já que seu marido não faz mais que passar o dia vendo pornografia na internet.

Nos deparamos com a crise de uma idade que é tratada de um modo suave, com recomeços que podem ser simples ao invés de nos afundarmos em problemas ainda maiores.
Um passo adiante, encarar os problemas, se abrir para uma possibilidade, largar o passado que não deu futuro.

Não é o filme que mudará a sua vida, mas afinal, será um filme bem mais semelhante à sua vida. E um bom prazer.


21.1.13

[Na tela] Curvas da vida



Curvas da vida - Trouble with the curve 
2012 / Robert Lorenz / 111 minutos


Gus Lobel (Clint Eastwood) é um veterano olheiro de baseball,  apaixonado confia na sua experiência e não nas estatísticas dos computadores. Perto do fim de seu contrato, ele se vê ameaçado por um glaucoma que esconde de todos. Com a difícil tarefa de analisar o cobiçado rebatedor Bo Gentry (Joe Massingill), ele contará com o auxílio de sua filha Mickey (Amy Adams) com quem tem um relacionamento difícil.  Advogada prestes a se tornar sócia na empresa, cede seu tempo para auxiliar o pai e procurar resolver o relacionamento entre ambos.



Semana passada teve dia de ir ao cinema.
Eu sinceramente, sabia muito por cima sobre o que se tratava o filme. E acreditava que era baseado numa história verídica. Aliás, é bem no clima de adaptações de histórias reais que temos visto ultimamente. Mas é ficção.

Não é um filmão! Mas é um bom filme. Gostoso, com boas atuações e que fazem a gente ficar pensando na vida e no cotidiano.

Clint faz o papel de Gus, aquele seu papel típico de cara durão que não gosta de ter ninguém se intrometendo em sua vida.
Ele sabe que está ficando cego e não quer dar o braço a torcer sequer a ele mesmo. 
O problema é que seu emprego está em risco porque um dos funcionários quer desacreditar seus métodos no mundo atual, acreditando que os conselhos e as intuições deles são falhas, vistos que costumam ser contrárias ao que ele acredita que os computadores mostram.

Sim, o filme levanta aquela dualidade entre jovens e 'velhos', entre o que é moderno e o que estaria ultrapassado. Não preciso dizer quem supostamente venceria, certo?

Mickey é convocada a auxiliar seu pai, mesmo a contragosto, já que é viciada no trabalho e está prestes a se tornar sócia da empresa. Mas, ela sempre acaba tentando se restabelecer numa relação com ele. Mesmo com inúmeras tentativas frustradas.
E a relação de ambos, é para mim o ponto mais interessante do filme e o que sustenta tudo. Inclusive no título sugestivo de 'Curvas da vida', que me agradou mais que o original que é muito direto a uma situação do enredo.

Pra completar, temos um romance com Justin Timberlake, que para minha surpresa tem se saído bem nas suas atuações (eu não gosto dele!).
Ele faz um ex-jogador que foi um talento descoberto por Gus, mas que teve a carreira encerrada por uma lesão. Agora está atuando como olheiro na perspectiva de ganhar uma vaga de narrador.
O carinho e respeito que possui por Gus são significativos, mas maior se torna o seu interesse por conquistar a atenção de Mickey.

Não é um filme imperdível, mas um bom filme.


14.1.13

[Na tela] Quem bate à minha porta?




Quem bate à minha porta? - Who's that knocking at my door? 
1967 / Martin Scorsese / 90 minutos


J. R., um desempregado feliz de estar saindo com seus amigos de Little Italy, em Nova York. Mas o amor, despontado por uma jovem loira que conhece esperando a balsa, joga J. R. em um tumulto que desafia seu modo de olhar a vizinhança - e a vida.







Ontem, no que seria o finzinho da semana, assisti ao primeiro filme de Martin Scorsese que estava mofando na estante a tempos (sendo que é emprestado).
A título de curiosidade, esse filme é o resultado do trabalho de conclusão de curso do diretor durante a faculdade e foi tão elogiado que foi levado adiante. Houveram acréscimos ao roteiro original e uma cena que foi acrescentada alguns anos mais tarde a pedidos do produtor.

É um filme e tanto. Em preto e branco e muito distante de um cinema 'mudo'. Ele fala com imagens, e a música nos conduz o tempo todo quando os diálogos não acontecem. A música fala, independente da letra, ela fala sobre a cena.

Embora muitos cinéfilos e fãs do diretor não apreciem muito a obra, eu confesso que gostei muito.
O modo como o filme é editado com flashbacks e cenas do presente que parecem não compactuar, a mesma cena sob diferentes câmeras (e com câmeras em locais inesperados para determinada cena), bem como as aproximações tornaram o filme ágil. Funcionando para mim como peças de um quebra-cabeça que iam se encaixando.

É claro que detestei J.R. (que é um retrato do diretor). A forma como ele lida com a garota amada e consigo mesmo. E embora não tenha sido a intenção do diretor,  fico repensando como é uma alfinetada em algo tão comum. Como revemos e revivemos essa história.
Um legítimo vagabundo de carteirinha, porém cheio de 'morais'.

Eu recomendo sim o filme, aos que adoram cinema e aqueles que 'ah, nem tanto', afinal o filme é curtinho.


Ah.. acho linda uma cena que aparentemente não tem nada de especial. Quando o casal está junto e ele tenta tocar o cabelo dela no vento.
 
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