5.5.14

[15x52] Dançar a vida / [16x52] Jogar tudo pro alto / [17x52] .


Dançar a vida

Ensaiar até a mente cansar, e os músculos doerem. Ouvir a mesma música tantas vezes que seu corpo começa a divagar na possibilidades. Criar. Sorrir. Esmerar-se. Sentir. Chorar. Dançar pelo espaço. Dançar com os olhos e os cílios. Brilhar. Dar espaço para o outro brilhar. Ter o coração pulsando num ritmo que ninguém é capaz de ouvir, tocar as pessoas onde você não é capaz de imaginar.

Dançar para mim é vital. E como tudo que amamos, sempre passamos por momentos em que não damos o devido valor ao amado.
Eu danço, porque dançar para mim é tão importante quanto falar. É mais importante (e olha que eu falo muito), porque é quando eu posso explicar com todo o corpo o que nem sempre há palavras para dizer.

Depois de tantos meses pude voltar a dançar 'num palco'. E isso por si só, já era a grande experiência da minha semana. A vivência do dançar dentro de um círculo de mulheres que me apoiam a crescer.
Fui agraciada com um presente ainda maior. Recebi um carinho de "fãs". Um carinho gostoso da troca que só a dança permite. Aquela comunicação de um misto entre música e vivência, a expressão que alcança o outro. A mágica de ser compreendido e de encantar uma criança.
Uma criança que quer também dançar, porque diz com palavras 'que adorou, que você tava linda, e queria ser igual'. E com a dança, todos podem, porque cada um é único e há um universo de possibilidades.

Jogar tudo para o alto

Essa semana eu decidi ligar o f*.
Eu estava entrando de férias e sabia que precisava me desligar dos compromissos.
Infelizmente, minhas férias foram uma correria sem fim, num mar de ocupações que eu sequer consegui dar conta das ocupações que eu tinha previsto para essa semana.
Ainda assim eu consegui cumprir co o blog. Com algo que acima de tudo faço para mim, para meu prazer, para meu desabafo. Por que eu deveria então fazer dele um peso? Deixar de dormir para vir aqui escrever essas palavras.
Tive que me conter em alguns instantes. Eu lia algo e pensava no que escrever. E aí, considerava que há um ano inúmeras vezes eu não conseguia tempo para escrever essas ideias. E que depois ficava me punindo em pensamento pela falta de tempo e organização.
Só assim, eu conseguia novamente por tudo fora do meu alcance e me dar aquele sentimento quase de prazer, de quando "podemos nos esforçar para fazer algo, mas a gente dá as costas e curte outras coisas".

A gente precisa mais disso na vida. Parar de querer viver tudo, e não desfrutar porque vive com o sentimento de culpa por não estar vivendo o que perdeu. Deixa o que perdeu pra lá!


Dor

Jamais iria preparar essa experiência. Embora já viesse me preparando para o acontecimento, me preparando porque é inevitável e o medo é grande.
Já escrevi um pouco sobre a grande dor da perda. A dor que ninguém pode realmente compreender, embora muitos compartilhem de diferentes modos.

Eu não vou tornar a agarrá-la junto ao peito, tomar café da manhã com seu olhar aguardando um petisco. Não será mais ela a lamber minhas lágrimas e me mostrar com o calor do corpo e a expressão dos olhos que uma alma pode habitar dois corpos, um primata e um canino. Que você pode encontrar alguém que já se foi na presença que novamente se tornou ausência.

É uma dor tamanha e uma experiência única. Porque eu não tenho como passar por isso outra vez.
O mais próximo do que acontece dentro de mim, é o que vejo nos olhos da minha cadelinha Bianca. É uma tristeza tão profunda no olhar dela, que me sinto ainda mais quebrada. Quero fazê-la entender que tudo está bem, mas nós sabemos que não está. Estamos com uma parte de nós faltando, mas seguiremos. Porque viver e amar, é doar-se para as alegrias e para a dor.

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