4.7.12

[Resenha] Compramos um Zoológico - Benjamin Mee


Sabe quando você passa um tempão imaginando a pessoa perfeita pra você? A cor dos olhos, dos cabelos, altura, personalidade, os gostos... E aí você conhece alguém assim. E... entenderam? Você se pergunta como é que não dá certo? Onde está o problema?

Calma! Não é um desabafo pessoal ou uma crítica auto-ajuda. Foi assim que eu me imaginei com esse livro.

Fiquei algum tempo namorando ele na livraria, na internet... Pensando na história.... Até comprar. Quando coloquei as mãos nele, dei um "migué" no Quincas Borba (deu azar, porque continuei nele por duas semanas) para lê-lo. A sinopse, os comentários. Tudo me fazia crer que era A HISTÓRIA! Uma história real, sobre convivência com animais, com alguém interessado em seus comportamentos, com a dificuldade de uma doença familiar. Interessante e dramática. Tudo que eu adoro.

É, não rolou. O drama ficou por conta da própria vida. Afinal, ver alguém jovem padecer de uma doença grave é triste. É claro que, manteiga derretida que sou, fui às lágrimas. Porém, eu já havia chorado só de ler a capa. Não teve nada a mais. (REPITO: não teve nada a mais que o que estava na capa)

E a história superlegal de comprar um zoo falido e passar a viver aventuras com a família nele.
A história é legal. Principalmente quando imaginamos ela. Quando pegamos pequenos fragmentos do livro e colocamos a imaginação pra funcionar. Naqueles momentos em que há fugas e situações perigosas.

No mais, o livro é uma enrolação. O autor (que é jornalista! e britânico! pressuposto para eu curtir) escreve muito mal. Parece que está te contando uma história no bar. Ele vai e volta, vai e volta. Fiquei perdida no tempo e nos acontecimentos. E os acontecimentos voltavam em vários momentos, porque ele se perdia divagando sobre a sequencia do momento. Eu já pensava que o livro narrava quinze anos de história (EXAGERO!) e, quando tudo ficava confuso, eu entendi que aquele momento era meses atrás de tudo aquilo que ele tinha acabado de dizer. (Não foi apenas eu que achei que ele divagava, Alba Milena e Sora Seishin também)

Minha vontade era de vender o livro quando eu pensava na minha decepção com a história. Nem deu para curtir muito toda a transformação. Faltou sequencia nas mudanças com o parque, com a casa. Achei que haveria mais sobre isso. Sobre os conflitos. E na parte linda do livro (as fotos coloridas no meio) faltou sequer fotos das etapas de transformação do zoo, havia apenas fotos da França e dos animais em close. A lembrança que ficou (mais de uma semana após terminar) foi das dificuldades burocráticas e financeiras. E uma coisa a mais. A que me fez chegar nas três estrelinhas.

Ele divagava biologicamente. Sério! Foi a  única coisa que me fez pôr o livro na minha estante. Tem vários comentários e divagações biológicas interessantes sobre Edward O. Wilson e a sociobiologia, sobre Darwin, sobre comportamento dos animais, sobre um Zoo europeu só com animais gays (QUE LEGAL! TRABALHAR EDUCACIONALMENTE COM UM AMBIENTE DESSE). Por esse aspecto, eu não recomendo esse livro para pessoas que não são da área biológica. Não é que não possam ler, que não devam. Simplesmente eu não gastaria meu dinheiro com ele. Leia se alguém puder te emprestar

Ao povo biológico. Tenho um exemplar a disposição para discutirmos algumas questões legais do livro. Inclusive a grande polêmica se deveria haver ou não zoológicos e como é a vida desses animais nesses ambientes (algo que é deixado muito nas entrelinhas pelo livro).

 Infelizmente meu sentimento passou longe da Lica do Bookeando (Zootecnista)

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