24.10.12

[Resenha] As confissões de Laura Lucy



Livro brasileiro sendo resenhado por aqui é muito bom. Quando criança, a maior parte da minha leitura era nacional. Isso se perdeu com o tempo por inúmeros motivos. Podem ter certeza que não foi por falta de qualidade das publicações da nossa terrinha.

As confissões de Laura Lucy foi um livro adquirido por mim (indevidamente)  esse mês por um precinho muito camarada na Saraiva. Como na semana passada eu fiquei na minha tia numa confusão porque tinha terminado de ler Feios e não me empolguei para emendar de uma vez em Perfeitos (tenho a edição vira-vira), pretendia começar A dança dos dragões no sábado e nenhum outro livro da minha lista de outubro estava comigo.

Vamos ao livro!
Desde o titulo, a capa, características da personagem e a própria história... bom, tudo remete demais à Rebecca Bloom. Isso foi algo que me incomodou MUITO. Eu não curto quando livros se parecem demais. Quase desisti nos primeiros capítulos (até porque a outra história estava fresquinha na minha cabeça).
Com o passar das páginas eu fiquei mais incomodada com as semelhanças, porque Laura Lucy parecia um recorte de inúmeros chick-lits internacionais. A mãe de Laura Lucy parece a mãe de Delilah (ela até se preocupa que a filha seja lésbica). Ela sente vontade de jogar suas contas/dívidas na lata de lixo para esquecê-las e compra compulsivamente como Becky (aliás, ela quase compra compulsivamente, a escrita dá a entender que ela ama compras, mas ela reflete sobre os valores ao contrário de Rebecca).

A mudança temporal dos acontecimentos também foi simplesmente HORRÍVEL. Repito HORRÍVEL. Uma hora Laura está em casa pensando no que vai vestir para ir trabalhar e como seu cabelo está ruim, no parágrafo seguinte ela está reclamando que alguém do trabalho jogou coisas em sua mesa. E não transição entre os eventos, nem de espaçamento, sequer com palavras "E aí...". Tornou tudo muito confuso.
Ela está na festa e depois está dizendo que passou o dia seguinte comendo besteiras no sofá.
Senti como se fosse eu conversando com outras cinco de mim todas ao mesmo tempo sem ouvir uma  à outra.

Continuando o que parece a detonação total do livro (não é essa a intenção, e não estou de TPM), muitas cenas são desnecessárias, não acrescentam em nada e ficam soltas no enredo: como quando ela é chamada a ir na Polícia Federal. Fora isso, eu achei que a autora tentou incluir inúmeras ideias num único livro. Acontece tudo e mais um pouco com Laura Lucy em poucas páginas (e cenas tipicamente clichês de filmes de comédia romântica, como a cena do jantar chique com a família onde a moça vai com roupa inadequada, não sabe usar os talheres, causa um confusão e etc, etc, etc). E veja, os clichês não costumam me chatear. Eles poderiam até ter acontecido, se houvesse apenas a metade.

Mesmo com tudo isso, sendo uma história totalmente previsível, sem nada de especial a mais... Eu curti a leitura, foi engraçado, divertido. Gosto de ver referências a nossa cultura como as lojas e marcas nacionais (e ver alguém ir fazer compras na 25 de março).
A amizade (bem estranha) que surge com Celina foi algo que me agradou bastante. É genuína, é um pouco diferente e traz um amadurecimento juvenil.

Fiquei com muitas dúvidas com nota dar. Se fosse numérica eu daria um 6.
Vale a pena? Bom, ele foi pra minha estante, não sei se vou reler, não sei se compraria de novo... pelo preço que paguei, não fiquei chateada. Como disse antes, foi divertido.



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