8.10.12

[Resenha] Vinte mil léguas submarinas - Julio Verne



Essa semana novamente não assiste nenhum filme que me empolguei em vir comentar, então será a semana para desovar resenhas de alguns livros lidos.

Júlio Verne para mim não ganha tantos pontos com suas histórias, e sim com sua imaginação e conhecimento.
A realidade é que dos 3 livros dele que li, vejo sempre o mesmo modelo (algo que a Fernanda do Viagem literária esteve conversando comigo em comentários semana passada como típico em muitos autores). Isso me cansa um pouco, na maioria das vezes. Assim, eu nunca acho as histórias dele fabulosas. E as aventuras são sempre previsíveis. Ao menos os desfechos são.

É comum um personagem principal que possui um interesse de naturalista e um acompanhante, e essa fórmula se repete nesse livro onde temos o professor Aronnax e seu fiel Conseil (ou Conselho quando traduzido).
Ambos são envolvidos na curiosidade acerca de um possível cetáceo de proporções gigantescas e muito veloz. Ned Land um arpoador canadense é contratado para matar o animal, mesmo descrente de que seja realmente uma baleia.
Eis que são lançados à água e salvos justamente pelo tal "cetáceo", que anda mais é que o submarino do Capitão Nemo, o Nautilus.
Capitão Nemo abdicou da vida terrestre e vive a explorar o mundo subaquático. Tendo agora como seus prisioneiros professor Aronnax, Conseil e Ned Land, se lança na aventura de percorrer 20.000 léguas submarinas explorando todos os cantos do planeta.

Como escrevi anteriormente, as aventuras são interessantes e creio que seriam fabulosas para a época. Para nós, leitores atuais, são previsíveis. Para mim a parte mais emocionante e agoniante é a passagem onde eles se dirigem ao polo Antártico. Embora algumas surpresas que capitão Nemo revela ao professor francês também sejam de mexer com o imaginário e os corações.
Verne adora criar lugares fantásticos e situações malucas. Fico imaginando que ele era o ídolo das crianças, bem como de muitos naturalistas, porque seu trabalho sempre possui esse cunho. As viagens funcionam como as viagens dos naturalistas (como Darwin e Wallace) ao redor do planeta, buscando informações, realizando descobertas. E seu conhecimento sobre essa área é inacreditável. Destaquei diversos trechos do livro que me recordaram minhas aulas da faculdade quando o Paulinho nos contava da lenda das sereias, por exemplo.
É se deliciar no livro, como fazíamos com os documentários de Jacques Cousteau.

Os personagens são algo válido no livro. Temos Conseil que não apresenta vontade própria e, embora muitas vezes pareça estúpido, é quase discípulo do professor, demonstrando que aprendeu muito no decorrer dos anos.
Já Ned Land seria nosso homem do campo de hoje. Não consegue se manter trancafiado, privado de liberdade nem se isso revelar segredos sobre seu campo de trabalho. Ele deseja estar sob seu próprio comando.
Professor Aronnax é o homem que se rende a comodidade da viagem, usufruindo do conhecimento que jamais poderia lhe ter sido ofertado de outro modo, porém não admite que a liberdade não deve voltar a ser alcançada e por um único motivo: poder divulgar suas descobertas. É um cientista. Não basta conhecer, há que dissipar o conhecimento.
Agora o astro é o capitão Nemo, que conhecemos sob a perspectiva de Aronnax. Um homem louco e inteligente, autoritário e gentil. Um homem cheio de contradições e mistérios que jamais viremos a descobrir. O capitão intriga o professor e nos intriga. Por que será que possui raiva dos homens e das suas nações? 

Fora isso, a inventividade dele para tecnologias. Não consigo imaginar como ele conseguia criar em seus livros tantas coisas que para hoje são cotidiano.

Sem dúvida a escrita leve, fantasiosa, criativa e naturalista não agradará a todos, porém não deixa de ser uma leitura agradável e interessante de muitos aspectos.

Quem já leu obras de Verne e tem algo a dizer?

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