7.11.12

[Resenha] O mundo atrás da porta com Coraline


Segunda antes da aula de Body step eu comecei a ler Coraline e, com muito custo, abandonei à noite para ler A dança dos dragões. Porém o livro é tão delicioso quanto o filme, e hoje de manhã eu já havia terminado.
Para quem não assistiu Coraline, segue o trailer abaixo, que pode ser apreciado antes ou após a leitura, já que como boa história infantil, não é repleta de finais surpreendentes, porém como excelente história infantil deve ser: dá vontade de relembrá-la mais uma, mais duas, mais três vezes e assim vai.



Embora para crianças, Neil Gaiman traz um mundo recheado de assombrações e com reflexões bem maduras. A jovem Coraline Jones, não Caroline, se muda para uma casa enorme que é dividida em apartamentos. Ela é uma exploradora nata com pais que se ocupam mais com seus afazeres e deixam a pequena desapontada com a solidão e falta de diversão em seus dias.
Eis que atrás de uma porta que parecia não dar em lugar nenhum, a menina descobre um outro mundo. Com outra mãe, outro pai, outros vizinhos.

Terei que fazer uma breve comparação com o filme aqui (que já vi há alguns anos). Infelizmente essa é uma parte pouco explorada no livro que, felizmente, os criadores da animação souberam engrandecer, tornando a "outra" casa de Coraline um lugar realmente fantástico e sedutor, mal descrito no livro para causar um impacto grande na história.

Coraline é uma heroína clichê, porém suas atitudes convencem o leitor pela sua idade. por vezes me pegava pensando porque ela dava uma resposta tão estúpida, porque não era mais dissimulada. E eu me recordava que a mente de criança poderia funcionar de um modo mais sincero e direto do que a minha.

Como a Duda do Bookaddict bem ressaltou (e a própria contra-capa traz), há diversas semelhanças com famosas histórias infantis como o gato cínico que a acompanha e até mesmo toda maluquice que as vizinhas demonstram na hora do chá (e em todas as horas). Um mundo novo que é aberto por uma porta. Só que aqui temos uma discussão que lembra o mágico de Oz, com a célebre frase "não há lugar como nosso lar". Já que o autor propõe que Coraline amadureça lutando com seus monstros e percebendo que a sua família é especial como é.

As ilustrações dos capítulos estão bem legais (e eu gosto quando elas acompanham o assunto do capítulo, como acontece aqui). A capa é muito, mas muito interessante com detalhes de desenhos como se fossem sombras feitos pela diferença de textura no papel.

Recomendo muitíssimo para crianças, jovens e adultos.

(...)Agora, vocês pessoas têm nomes. Isso é porque vocês não sabem quem vocês são. Nós sabemos quem somos, portanto não precisamos de nomes.
p. 41

(...) Eu não quero tudo o que eu quiser. Ninguém quer. Não realmente. Que graça teria ter tudo o que se deseja? Em um piscar de olhos e sem o menor sentido.
p. 116

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