16.1.13

[Resenha] O colecionador de ossos



Título: O colecionador de ossos
Título original: The bone collector
Autor(a): Jeffery Deaver
País: Estados Unidos da América
Ano publicação original: 1997
Editora: Bestbolso e Record
Páginas: 462


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(5/5)

Quarto livro do ano e o quarto livro que inspirou filme que estou lendo no ano. Estão entendendo a cabeça da pessoa aqui, né?
Só que os livros que eu li até chegar neste, foram extremamente fiéis ao livro (claro, sempre há pequenas mudanças). E eu cheguei ao livro de um dos filmes policiais que mais me marcou. 
Lembro que eu gostei tanto do filme que ele se tornou uma referência para mim, quase um gênero. Eu ia a locadora e dizia "eu quero locar um filme no estilo de O colecionador de ossos".
E aí, eu finalmente tenho a inspiração do filme em mãos que se inicia tão fiel, que apesar de fazer no mínimo uns oito anos desde que via  última vez, as cenas vinham facilmente a mente (sim, sempre com as adaptações necessárias ou que não modificam a história). Mas, eu aviso. Chega um determinado ponto que livro e filme se distanciam na própria história, fazendo que aqueles que dizem que não vão ler porque já viram o filme, rever totalmente seus conceitos anteriormente estabelecidos.


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Lincoln Rhyme foi um grande criminologista, após um acidente em serviço sua vida se restringe a ficar deitado e planejar sua morte. Ao menos é essa a ideia que ele faz.
A patrulheira Amelia Sachs estava se deliciando com seu último dia de serviço nas ruas, ela iria mudar de unidade e seu último trabalho foi justamente descobrir o corpo e as pistas deixadas por um assassino que inicia uma corrida de crimes.
Rhyme será o cérebro e a experiência, Sachs se tornará seus olhos, pés, mãos, nariz e ouvidos para ajudar a desvendar os crimes e encontrar as vítimas antes que seja tarde. 
Porque o Colecionador de ossos deixas pistas sutis, pistas que só grandes mentes como de Rhyme conseguirão compreender.

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Lincoln Rhyme é definitivamente um Sherlock Holmes moderno e Amelia Sachs o seu Watson.
Qualquer leitor do detetive inglês irá reconhecer facilmente a forte influência. Afinal, Rhyme usa o cérebro e procura minucias que ninguém imagina: poeira, cheiros, texturas.
Assim como Sherlock ele se dedicava a montar arquivos com referência de como seria a lasca de madeira nos diferentes pontos da cidade. Com certeza ambos perderiam inúmeras tardes discutindo as monografias de Holmes e as ideias de Rhyme.
Mas, eles não foram contemporâneos.

A história se desenvolve literalmente numa corrida. O assassino permite a polícia desvendar as pistas em apenas algumas horas antes de iniciar os trabalhos com uma nova vítima.  E como eu disse na mini-sinopse que escrevi, as pistas são algo totalmente insano, que se fosse na vida real eu diria assim "Tá bom, Rhyme. Quanto você pagou para o cara montar todo o esquema para você descobrir?". Porque obviamente o sentido do livro é que os policias consigam ir atrás do criminose, né? Só que as pistas são bem complicadas, sutis e o tempo é curtíssimo. E eles estão resolvendo tudo do quarto de Rhyme.

E, bom, Rhyme é um quero realmente alucinado pelo trabalho. Ele se preocupa mais em elucidar o quebra-cabeça que com a real possibilidade de salvar as vítimas. O que realmente causa um atrito entre ele e Amelia quando ela forçada a colaborar na investigação.

Mas a compreensão mútua e a cooperação entre ambos parece funcionar melhor após a tentativa do FBI tomar o caso da polícia local, acreditando que possa ser um ato terrorista.
Eu confesso que esse rumo da história, com a confusão gerada devido ao evento mundial que está acontecendo, não me agradou tanto. Aos que lerem, após concluírem o livro me digam se concordam que ficou 'dispensável' a conclusão desse conflito terrorista.

Embora eu tenha gostado muito de alguns personagens, como Amelia e Thom (o enfermeiro de Rhyme), o grande astro é o nosso colecionador de ossos.
A história se alterna entre os diferentes personagens, e ela abrange também o assassino. Conhecemos sua paixão por ossos (totalmente desconhecida pelos investigadores) e como ele escolhe suas vitimas, bem como suas mortes. Mergulhamos na sua loucura, compreendemos ela pouco a pouco, sempre um pouco mais.
Definitivamente esse foi um fator que foi uma perda no filme. Viajar pela mente do colecionador que se via hora num passado que ele não viveu, hora no presente. Em conflito. Resultando num final surpreendente (sim, eu já tinha visto o filme e me surpreendi! entendem?).

A narrativa não abrange somente Rhyme, Sachs e o assassino, podemos acompanhar também as vítimas. Em muitas cenas somos conduzidos pela própria vítima ao ataque do criminoso. Podemos acompanhar suas memórias e seu sofrimento diante dos momentos cruciais.
Achei incrível as cenas em que acompanhamos a vítima alemã. E me emocionei e indignei quando as vítimas foram uma mãe e sua filhinha.

A escrita de Deaver é quase típica dos livros policiais, rápida. Só que com a velocidade da própria história nos vemos emendamos os capítulos sem nos darmos conta. Achamos que estamos no 9 e que iremos para no 10, mas aí você descobre que na próxima página é o capítulo 15 e não entendo o que aconteceu. Juro que eu cheguei a retornar algumas páginas para ver se era um problema de edição. Alguns capítulos deveriam estar sem marcação.
Não foi o que aconteceu. Simplesmente, os capítulos não são bem definidos. Não é um marco na história, ou o ponto de vista de um personagem. A leitura voa.

Recomendo muito e após um final eletrizante fiquei com muita vontade de ler os outros trabalhos do autor que trazem Rhyme como protagonista.

Se você gosta de mistérios, enigmas e livros de inteligência, não pode deixar de ler este. O autor não poupa crianças ou idosos dos enigmas que O colecionador de ossos propõe. E se não assistiu ao filme, deixe para ver após a leitura. Embora existam diferenças entre as obras, você irá se surpreender ainda mais.



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