Título: Memórias Póstumas de Brás Cubas
Autor(a): Machado de Assis
País: Brasil
Ano publicação original: 1881
Editora: Sol, Saraiva, Ática, Melhoramentos, Lafonte, Bestbolso... (há inúmeras
Páginas: 224
Autor(a): Machado de Assis
País: Brasil
Ano publicação original: 1881
Editora: Sol, Saraiva, Ática, Melhoramentos, Lafonte, Bestbolso... (há inúmeras
Páginas: 224
(5/5)
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Hoje eu irei resenhar um livro muito especial para mim.
Para quem ainda não sabe, eu tinha um problema de preconceito contra o tio Machadão. Eu havia lido um livro do Pedro Bandeira (A hora da verdade) que é inspirado em Dom Casmurro e Otelo, podem imaginar que depois disso eu fiquei com um desejo enorme de ler as obras.
Otelo eu adorei, enquanto Dom Casmurro foi decepcionante (eu já prometi que um dia irei reler). E aí eu passei algum tempo inconformada com todo o prestígio que davam ao Machado de Assis.
Eis que eu pretendia prestar a Fuvest e um dos livros da lista era justamente este que hoje resenho. Eu não consegui fazer minha inscrição pela greve nos correios, mas eu já havia lido o livro que me fez adorar Machado de Assis.
Hoje compartilho com vocês uma releitura de um livro que comprei há tempos e ainda não tinha lido essa edição, e que cumpre mais um item do Desafio realmente desafiante.
Para quem ainda não sabe, eu tinha um problema de preconceito contra o tio Machadão. Eu havia lido um livro do Pedro Bandeira (A hora da verdade) que é inspirado em Dom Casmurro e Otelo, podem imaginar que depois disso eu fiquei com um desejo enorme de ler as obras.
Otelo eu adorei, enquanto Dom Casmurro foi decepcionante (eu já prometi que um dia irei reler). E aí eu passei algum tempo inconformada com todo o prestígio que davam ao Machado de Assis.
Eis que eu pretendia prestar a Fuvest e um dos livros da lista era justamente este que hoje resenho. Eu não consegui fazer minha inscrição pela greve nos correios, mas eu já havia lido o livro que me fez adorar Machado de Assis.
Hoje compartilho com vocês uma releitura de um livro que comprei há tempos e ainda não tinha lido essa edição, e que cumpre mais um item do Desafio realmente desafiante.
16. Re-ler e resenhar um livro que leu a muito tempo e nunca resenhou!
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Breve sinopse
Brás Cubas nasceu um rapaz mimado, viveu um grande amor e morreu sem se tornar ministro. Após sua morte, decide escrever suas memórias. De modo irônico e cômico conhecemos sua história que traz comportamentos sociais da época e críticas as instituições.
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"Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu corpo dedico com saudosa lembrança estas memórias póstumas."
Já sabem que eu vou babar ovo do livro, né?
Começamos já brilhantemente com a dedicatória acima que me encanta. E assim é Brás Cubas, um rapaz que viveu uma vida sem grandes dificuldades, mas não necessariamente seguindo a vida que a sociedade esperava para ele.
E somos o tempo todo imersos nos pensamentos sociais da época. O filho varão que é o orgulho do pai, que se contenta em arranjar desculpas para suas falhas e suas atitudes. A necessidade de se casar para uma vida política ou para uma vida 'feliz'. Filhos. Etc.
Cubas parece rumar erradamente. Tudo passa a realmente desandar aos olhos do seu pai quando ele descobre o amor.
Aliás, Marcela é um personagem e tanto. A típica mulher que se espera nas piadas masculinas. Afinal, parece que a mulher pode ser de três modos no universo masculino da época (e eles aparecem retratados no livro): frágil e romântica, dura e solteirona, linda e interesseira. Mas sabemos logo de início que o grande amor da vida de Brás Cubas é exatamente uma mulher linda, esperta (e também com interesses) e totalmente apegada a posição social (interesseira, não?).
Seguimos a história num ir e vir do tempo, mas quase sempre em ordem cronológica. Os capítulos curtos são narrados em primeira pessoa e podem surpreender o leitor com algumas 'originalidades'. Enquanto os títulos dos capítulos são uma diversão a parte na reflexão da obra.
Eu, especialmente, adoro o capítulo intitulado "De como não virei ministro".
Acho que cabe a todos experimentar divertir-se com a vida de Brás Cubas e com as loucuras de Quincas Borba e seu humanitismo. Aprender um pouco com as inúmeras referências culturais que há no decorrer da obra, seja ao citar Buffon ou a bíblia ou Shakespeare.
E aposto que você vai querer grifar várias partes do texto para refletir ou ironizar os demais.
Porque se você não gostar da vida dele, da morte não irá saber.
Começamos já brilhantemente com a dedicatória acima que me encanta. E assim é Brás Cubas, um rapaz que viveu uma vida sem grandes dificuldades, mas não necessariamente seguindo a vida que a sociedade esperava para ele.
E somos o tempo todo imersos nos pensamentos sociais da época. O filho varão que é o orgulho do pai, que se contenta em arranjar desculpas para suas falhas e suas atitudes. A necessidade de se casar para uma vida política ou para uma vida 'feliz'. Filhos. Etc.
Cubas parece rumar erradamente. Tudo passa a realmente desandar aos olhos do seu pai quando ele descobre o amor.
Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis; nada menos.
p. 45
Aliás, Marcela é um personagem e tanto. A típica mulher que se espera nas piadas masculinas. Afinal, parece que a mulher pode ser de três modos no universo masculino da época (e eles aparecem retratados no livro): frágil e romântica, dura e solteirona, linda e interesseira. Mas sabemos logo de início que o grande amor da vida de Brás Cubas é exatamente uma mulher linda, esperta (e também com interesses) e totalmente apegada a posição social (interesseira, não?).
Seguimos a história num ir e vir do tempo, mas quase sempre em ordem cronológica. Os capítulos curtos são narrados em primeira pessoa e podem surpreender o leitor com algumas 'originalidades'. Enquanto os títulos dos capítulos são uma diversão a parte na reflexão da obra.
Eu, especialmente, adoro o capítulo intitulado "De como não virei ministro".
Acho que cabe a todos experimentar divertir-se com a vida de Brás Cubas e com as loucuras de Quincas Borba e seu humanitismo. Aprender um pouco com as inúmeras referências culturais que há no decorrer da obra, seja ao citar Buffon ou a bíblia ou Shakespeare.
"Deixei-o nessa reticência e fui descalçar as botas, que estavam apertadas. Uma vez aliviado, respirei à larga e deitei-me a fio comprido, enquanto os pés e todo eu atrás deles, entrávamos numa relativa bem-aventurança. Então considerei que as botas apertadas são uma das maiores venturas da terra, porque, fazendo doer os pés, dão azo ao prazer de as descalçar."
p.75
E aposto que você vai querer grifar várias partes do texto para refletir ou ironizar os demais.
Porque se você não gostar da vida dele, da morte não irá saber.
"Esta é a grande vantagem da morte que, se não deixa boca para rir, também não deixa olhos para chorar..."
p.119
Gostei desse desafio, vou ver se faço isso com algum livro. Talvez até com esse, afinal é bom reler ele para o vestibular.
ResponderExcluirBeijos
Pepper Lipstick