8.1.14

[Resenha] Por favor, cuide da mamãe








Título: Por favor, cuide da mamãe
Título original: Please look after mom
Autor(a):  Kyung-sook Shin
País: Coréia do Sul
Ano publicação original: 2009
Editora: Intrínseca
Páginas: 240




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(5/5)

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Este livro eu comprei na Bienal do Rio, ano passado, simplesmente porque estava por 5 ou 10 reais. Li a sinopse em 30 segundos e achei que valia acrescentar na pilha.
A verdade é que achei que seria uma daqueles livros encalhados que eu leria um dia (depois de alguns anos), mas eu montei o Bola da Leitura e aí, fazendo a faxina, descobri as origens desse e inclui na lista.

Que bom!

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Sinopse

Park So-nyo, 69 anos, mãe de cinco filhos, desapareceu. Ao chegar a Seul para visitá-los, saindo de sua aldeia com o marido, com quem é casada há mais de 50 anos, ela é deixada para trás em meio à multidão em uma plataforma da estação de metrô. Como fez a vida toda, ele simplesmente supôs que a esposa o seguia. Essa é a última vez em que Park é vista. Começa então a procura, liderada pelos filhos e o marido, que se transforma em uma exploração emocional repleta de remorso e marcada pela triste descoberta de uma mulher que ninguém nunca conheceu. Narrado pelas vozes de uma filha, de um filho, do marido e da própria mulher desaparecida, Por favor, cuide da Mamãe é, ao mesmo tempo, um retrato da Coreia do Sul contemporânea e uma história universal sobre família e amor.
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A gente fica tão feliz quando não espera nada e vem muito! E foi assim.

Aqui temos um livro que narra a vida de uma mulher, em especial sua relação com seus filhos e marido. A verdade é que eu duvido que alguém não encontre algumas linhas que conte a sua própria vida, seja a sua relação com filhos ou pais, seja sua relação entre marido e esposa.

Cada capítulo é narrado por um personagem reflexivamente. Esse foi um dos únicos pontos que me incomodou, porque ao ler "você fez isso", meu cérebro fazia a associação de que ao dizer "você", o narrador falava para alguém. Mas, isso é algo extremamente pessoal e que de modo algum estragou a história em si. Porém, me causou confusão e em especial em um dos capítulos finais quando realmente o narrador "conversa" com outro personagem.

A linguagem é tranquila e fluida, e nos reporta tanto à vida da família quanto ao viver da região de Seul. Sua cultura, a vida na atualidade (tão globalizada), suas comidas, suas tradições...
Eu sou fã de autores que conseguem nos transportar para a cultura local sem ser maçante, eles nos introduzem em seu mundo como se nós também fossemos personagens dele a conhecer nosso próprio mundo.
A autora logra isso nessa obra.

Sobre a história em si, fiquei absolutamente encantada. Chorei mares. Afinal é absurdamente triste imaginar que um ente querido seu se perde. Desaparece. Mas o desaparecimento é apenas a faísca para o desenvolvimento do livro, é ele que gera a história e a reflexão dos personagens, entretanto, a verdadeira história é aquela que já aconteceu. Uma mãe, e tenho que me referir a essa mulher como mamãe, porque não sei se feliz ou infelizmente é esse o papel que ela assumiu diante da vida a maior parte do tempo. Essa mamãe que casou cedo e passava o dia trabalhando, sem a questionarem se gostava de cozinhar, sem se darem conta de que ela solicitava a leitura das cartas porque não sabia ler, que se desfaz do que for necessário para que seus filhos estudem e tenham vidas felizes e de sucesso.

Estou chorando só de escrever sobre isso e me recordar os trechos. Assim, preciso que vocês leiam esse livro tão bonito e conheçam um pouco mais da mamãe e da mulher além da mamãe. E me contem o que acharam!

(...) Você não sabia por que levou tanto tempo para perceber algo tão óbvio. Para você, Mamãe era sempre mamãe. Jamais lhe ocorrera que ela tivesse um dia dado seus primeiros passos ou que tivesse tido 3, 12 ou 20 anos de idade. Mamãe era mamãe. Já tinha nascido Mamãe. (...)
p. 31
Confiram também essa reportagem sobre a autora e o tema da Veja e as resenha do Rizzenhas, de O vendedor de livros, Leitura escrita (aqui veio o mesmo problema que eu tive com a escrita em segunda pessoa).

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