11.11.14

[Resenha] Cuco





Título: Cuco
Título original: Cuckoo
Autor(a): Julia Crouch (site)
País: Inglaterra
Ano publicação original: 2011
Editora: Novo conceito
Páginas: 464





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(3,5/5)

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Eu lembro de críticas boas, outras ruins... Meu primo insistiu bastante que eu lesse e eu estava ansiosa desde a Bienal do ano passado (quando adquiri). Mas antecipo, minha opinião não foi a que eu esperava com as primeiras páginas.

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Breve sinopse
Rose começa a desfrutar de uma vida que ansiou por anos, quando recebe um telefonema de sua grande amiga Polly. Ela é viúva e está retornando a Inglaterra, Rose sequer exita ao convidá-la como hóspede.
Com décadas de convivência e muitas confidências, Rose começa a duvidar de ter tomado a decisão correta, mas já não consegue encontrar uma saída para a situação.
A família e a vida que tanto orgulham Rose está se destruindo.
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Eu sempre gosto de leituras que remetam a locais que conheci e dos quais sinto saudades. Assim, uma história que fala tanto sobre Brighton (mesmo que as lembranças não sejam boas), é uma boa pedida. Eu me perco nesses detalhes de descrições da cidade. E adorei poder contar com isso nesse romance.

Um romance psicológico, que nos leva as confusões da mente e decisões humanas também costuma me entreter enormemente. Não foi diferente com Cuco. A escrita da autora funcionou para mim, me fazendo grudar nas páginas e tendo dificuldade para parar. As mais de quatrocentas páginas fluíram mais rapidamente do que meras cem de alguns outros livros que passaram pela minha mão ultimamente e dos quais gostei.

Começo com um papo de psicóloga, pelos elogios para dizer que o livro não funcionou comigo.
Não apenas por seu detestável fim ou por uma sequência sem nenhuma inovação. Algumas cenas não foram bem desenvolvidas ou articuladas, e mesmo sabendo que eu mesma me comporto como Rose, me prendendo ao que não é mais importante, amarrando minha vida a pequenos fatos e detalhes quando se deve arriscar por algo maior. Bom, mesmo assim eu fiquei absolutamente irritada.

O leve mistério em cima de uma chantagem de fatos da vida de Rose que não eram conhecidos do seu marido ou de nós leitores, não foi bem encaminhado. Eu me perguntava que segredo tão terrível era esse para manter Rose nas mãos de Polly, mesmo diante da raiva que a personagem estava sentindo. Mesmo diante da catástrofe que se encaminhava. E honestamente, não era por inocência depois de certas páginas.

O mais coerente para mim foi a relação que ela estabeleceu com os filhos de Polly, o desejo de mantê-los como sua própria família, mas mesmo isso a autora acabou por abandonar a certa altura. E quando, por fim, surgiu a revelação do segredo, eu entendi  o receio inicial. Entretanto, Rose já havia passado pelo ponto em que o resultado da sua revelação ao marido não era o mais importante. Não diante do modo como o jogo estava se encaminhando.

Muitas das cenas também me recordaram demais outros filmes e livros. A perseguição aos animais de estimação, fazer mal às crianças, o que dizer da cena do olho que me levou diretamente a Precisamos falar sobre Kevin?

Ainda assim, a autenticidade dos personagens com a escrita da autora me fez voar as páginas. Como uma espécie de aprisionamento semelhante ao que Polly causava à Rose. Consigo entender o modo de ser da Polly, vejo a reviravolta de sentimentos que os personagens sofrem, entendo o jogo ao qual Rose se submetia. Queria gritar com todos! (eu também gritei Millena, e não me ouviram) Ainda assim, tapas nas nossas faces, porque todos nós podemos identificar situações em que agimos assim: sabendo que podemos mudar o rumo de tudo, mas encontrando as desculpas que nos mantêm nos malditos trilhos.

Sendo assim, Cuco é um livro que dividirá opiniões, como eu já tinha observado antes de leitura.
Repito as palavras da Nanda do Ler, Dormir, Comer "Rose e Polly eram amigas desde sempre. Pelo menos elas repetiram a mesma ladainha tantas e tantas vezes, que começaram a acreditar nisso."

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