30.7.08

Coisas na garganta

Estou com tantas saudades de desabafa, mas minhas opções de computador eram mínimas. Todos os que eu tinha a disposição pifaram! Dá para acreditar?
Eu não acreditei mesmo foi que depois de 4 dias sem o computador funcionar e tentando diariamente, quando o cara veio arrumar... ELE FUNCIONOU!!
Definitivamente, peças do destino.

Mas, eu estava com tantas coisas para dizer e não eram sobre o computador, eram sobre pensamentos e devaneios meus, todos surgidos a partir de um momento lendo o livro que meu primo me emprestou de título conhecido, mas sempre mal-visto(tenho muitas más-experiências por não gostar de um título e adorar seu conteúdo quando forçada a conhecê-lo): Depois daquela viagem de Valéria Piassa Polizzi .
É uma autobiografia sobre a vida de uma jovem que contraiu AIDS numa época em que a doeça não era muito bem entendida e que o preconceito contra os soro-positivos era maior do que é hoje. Eu entrei na história mesmo em 5 horas (tempo que levei pra terminar), relembrando as minhas aulas de Imunologia quando meu professor dizia que o correto não era o nome grupo de risco, porque essa falsa idéia de que somente homossexuais masculinos, viciados em drogas injetáveis e pessas "promíscuas" poderiam contrair a doença.
Isso fez com que tivéssemos a falsa idéia de segurança, principalmente as mulheres, e hoje o número de pessoas soro-positivos (falar aidético não é correto, é preconceituoso como leroso) mulheres é igual ou maior do que homens na maioria dos locais.
Como meus pensamentos depois de ler o livro se misturaram com outras coisas que assisti no telejornal, vou dividí-los em duas postagens.

Termino aqui a recomendação do livro, um livro que considerei bobo (sem conhecer o tema) e para crianças (pela capa). E que na verdade é um livro pra jovens e no meu ver, muito mais para adultos (principalmente os que tem filhos e os educadores).
Deixo então dois trechos que eu gostei muito e não quero esquecer, não que tenham exatamente relação com o tema.


"Era de noite, verão, e estava quente. Peguei o elevador que não aprava de subir nunca e fui até o topo. No meio do caminhos já começava a me arrepender. Se é coisa que me dá gelo na barriga é altura. E a droga de prédio tinha mais de cem andares. Mas chegando lá em cima não voltaria pra trás. Tomei coragem e fui até a beirada onde vários outros turistas se debruçavam olhando a vista estupefatos e fazendo comentários ans mais diversas línguas. Ventava frio, e do parapeito onde me encostei, olhando pra frente, se uma névoa fina que cobria todo o céu. Respirei fundo e olhei para baixo, e foi aí que eu vi, lá, muito longe, a cidade na qual eu estava. Os prédios pequenos, as casas minúsculas, os carros microscópicos... e as pessoas? As pessoas, não dava para vê-las. E foi aí que eu percebi o quão pequeno nós somos. In-sig-ni-fi-can-tes! Comecei a rir. Ri de todos os meus problemas. Ri de todos os meus medos. Ri dos meus sonhos e dos sonhos de todo mundo. Ri de mim mesma. E ri da humanidade. E continuei a rir. Ri tanto que joguei a cabeça para trás e, sem pensar, dei de cara com o céu e aí comecei a imaginar Deus lá em cima olhando pra baixo. O que é que ele veria de tão alto? Ele não veria nada. Não enxergaria ninguém. Quase chorei."


Eu chorei.
Mais outro dia.

Um comentário:

  1. :)

    Que bom ver suas palavras por aqui...

    Quanto à Laura, ela tem me deixado muito magoada. Enfim.

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