5.8.08

O velho e o sofá


Tem uma coisa que faz tempo que quero colocar pra fora, mas eu acabava sempre esquecendo.
É um fato que não sei se é triste ou se é alegre, mas que quando eu penso sempre me faz rir.

Durante bons anos, toda vez que eu passava de ônibus pelo bairro do Pantanal, principalmente para ir para aula de manhã e voltar para casa de noite, havia uma casa muito (realmente MUITO) velha e suja.
Esta casa possuía uma pequena varanda diante da porta de entrada onde havia um sofá. Neste sofá, eu poderia afirmar que sempre estava sentado um velho senão fosse três ou quatro vezes que eu tivesse passado ali e ele não estivesse.
Esse senhor ficava sentado ali quase estático, parecendo uma estátua no meio daquela imundice toda, e esse fato ao mesmo tempo que era engraçado (por ele sempre estar ali) era muito triste de ver a cena.
Acontece que agora nesse último mês, a casa foi demolida.

O que eu queria contar não tem relação com a minah tristeza de ver a casa demolida ou no alívio ou qualquer outra coisa do gênero, mas da minha reação ao constatar que a casa havia sido demolida e o sofá permanecia o mesmo, no mesmo lugar e com o mesmo velho sentado nele.

São essas coisas que a gente vê na vida e que jamais consegue entender, talvez, por isso, jamais consiga esquecer.

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