1.12.11

Contra o estigma do HIV

A BBC traz em seu site hoje uma matéria com fotografias que retratam a vida de algumas pessoas soro positivas que lutam contra o preconceito para com elas.

Infelizmente ainda não foi ultrapassada essa barreira. Lembro quando há 12 anos atrás a minha mãe foi comigo ao hospital e falou para eu ter cuidado no banheiro, porque o rapaz que havia feito a ultrassonografia antes "tinha AIDS".
Pobre da minha mãe, logo ela que eu nunca vi discriminar ninguém, logo ela que trabalhou em hospital. Quem dirá as demais pessoas. 
Há campanhas intensivas pelo uso da camisinha, pelo combate ao uso do crack e outras drogas, mas será que não chegou a hora de uma campanha que auxilie as pessoas da saúde a combater esse estigma? Principalmente para combater a contaminação?

A matéria da BBC (aqui) é bonita em matéria de fotografia, é importante como um começo, mas reparem na maioria das histórias: ex-viciado, pobreza/classe média... um país desenvolvido, e pobre menina (virgem, na prima vez, ingênua, inocente).

AIDS não é transmitida em encontros sociais diários, pode abraçar, beijar, dar aperto de mão. Pode sentar no mesmo sofá, conversar no ônibus, estudar junto. Pode namorar, pode transar com preservativo, sair pra dançar, rolar de rir e compartilhar qualquer momento e apoio com pessoas portadoras do vírus do HIV. O que é necessário e importante.

AIDS é transmitida por sexo sem preservativo, transfusão de sangue (o que é MUITO RARO hoje em dia), troca de agulhas... ou seja, nada perigoso ao compartilhar o ambiente, certo?

Mais importante que tudo isso. AIDS É TRANSMITIDA entre casais heterossexuais; entre casamentos com bodas de prata a diamante; entre brancos, pardos, negros e a demais cores do arco-íris; em qualquer idade; em qualquer país e nacionalidade; entre judeus, católicos e ateus; em qualquer idade; na primeira, na segunda ou na última transa da sua vida; entre pessoas QUE NUNCA usaram drogas; entre sedentários e atletas e todo tipo de generalizações. 
TODO MUNDO ESTÁ SUJEITO!

O mais importante é lembrar disso. E tentar esquecer que AIDS é coisa de drogado, promíscuo, homossexual, pobre de país Africano e etc. É esse preconceito estúpido que faz que ano após ano o número de novos portadores positivos seja concentrado entre mulheres casadas, heterossexuais, livre de drogas e com dinheiro.

Como um conselho a mais, eu indicaria a leitura do livro Depois daquela viagem da Valéria Piassa Polizzi, uma autobiografia real de uma menina que descobre o que as siglas AIDS e HIV podem transformar sua vida após sua primeira relação sexual. O livro é muito bom, com uma história bonita, triste, dolorida e essencial para a sociedade atual.


OBS: R$32,70 na Saraiva 
OBS 2: Acho que já passou da hora de uma versão pro cinema, gostaria muito de ver sob a direção da Laís Bodanzky 

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