19.4.12

[Resenha] Mansfield Park - Jane Austen

Sim, terminei de ler Mansfield Park de Jane Austen, o que completa toda sua obra publicada, mas também é o primeiro livro do desafio 7 clássicos em 2012.

O livro conta a história de Fanny Price, a mais pobre (pobre financeiramente) das mocinhas de Austen. Fanny é "arrancada" do seio familiar pela bondade do marido de sua tia Lady Bertram, Sir Thomas Bertram, para receber uma criação mais adequada em Mansfield Park. A separação é um modo também de aliviar as depesas familiares dos Price e, segundo as palavras de sua tia Norris, impedir um futuro casamento com um dos primos Bertram.
Fanny tem uma natureza amável e gentil, após os primeiros momentos de sofrimento por estar numa casa assustadoramente rica para seus antigos padrões, ela consegue se sentir em casa, principalmente pelo apoio recebido de seu primo Edmund. Esse se torna seu amigo, confidente e o homem que captura seu coração.
Com a morte de seu tio Norris, a casa paroquial é ocupada pelo Sr Grant e sua esposa. Essa logo recebe a visita dos seus irmãos Sr e Srta Crawford, dois jovens que vão movimentar os sentimentos em Mansfield.

Eu gostei muito do livro, senti o espírito de Austen, embora de uma forma bem mais descontraída que em Orgulho e preconceito. A leitura é mais leve, porém cheia de angústias pela coitada de Fanny. Dócil e gentil, sofrendo as reprimendas de sua tia Norris e o descaso da maior parte da família Bertram, bem como de seus amigos. O pior, no entanto, é angustiar seus sofrimento pelo amor de Edmund que não tem esperanças de ser correspondido, mas que ela não deseja que seja desperdiçado com a desmerecedora Srta. Crawford.
Nossa fúria se volta principalmente com o cheio de si, Henry Crawford, que parece viver para o divertimento de causar paixonites e problemas para as jovens moças. Problemas maiores causa a querida Fanny quando decide tentar conquistá-la e acaba por se apaixonar por ela.

Definitivamente um livro que nos faz conhecer a natureza humana, lembrar dos costumes e convicções da época e da sociedade inglesa. Triste porém é reconhecer na escrita de Austen uma desvalorização da família Price pelos seu status econômico quando Fanny retorna a Portsmouth para visitá-los. Definitivamente algo que me marcou de modo ainda mais acentuado do que ao ler Emma, onde a história é contado por alguém de grandes posses.
Traz isso de forma muito amarga para mim, já que a maioria de seus romances parece cheio de esperança no amor. 

O desenrolar da história nos faz ter dúvidas quando ao seu desfecho, se seguirá os finais felizes que enxergamos desde as primeiras páginas, ou se veremos um rearranjo para um novo final feliz. 


Outras opiniões e resenhas em Mar de histórias (uma opinião dura sobre a personagem mas que gostei muito de ler) e em Leitura nossa de cada dia.

Saraiva: R$17,90 a R$49,90



5 comentários:

  1. Esse não é um do livros que me desperta grandes amores e não me marcou de maneira alguma... acho Orgulho e Preconceito e Persuassão insuperáveis...
    Você já leu algum livro da Georgette Heyer?? São ótimos e a forma como ela escreve lembra muito Jane Austen, é considerada uma das maiores escritoras inglesas... o diferencial é que seus livros são mais adultos, mas não me refiro a sexo ou até beijos, mas sim em questão dos conflitos... a Record republicou algumas obras, mas as que eu mais gostei até agora são as mais antigas, daqueles que a gente só acha em sebos (no meu caso, na estante virtual)...

    beijos,
    Dé...

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  2. Não conhecia não. Adorei a dica, já estou pesquisando e pondo na lista de compras.

    Interessei-me muito pelo A boa moça.

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  3. Um dos livros da Jane que ainda não li. Está na minha estante faz um bom tempo.

    Espero ler em breve.

    Beijos.

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  4. Olá! Gostei muito do seu post, você me permite publicar um link para o seu blog?

    obrigada,

    Adriana

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  5. Espero que possas ler Carissinha. Eu finalmente encerrei a obra inteira.


    Adriana, pode sim. Fico lisonjeada.

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