3.9.12

Ser bióloga


Essa semana as coisas serão um pouquinho diferentes. Como exatamente hoje é o dia do biólogo, eu deixarei para falar de um filme (não exatamente um que eu tenha assistido semana passada) na sexta-feira. Hoje eu decidi viajar um pouquinho para quem quiser acompanhar.
Afinal, hoje é meu dia. Minha primeira comemoração empregada! E não querendo menosprezar nenhuma outra profissão, nós biólogos temos uma profissão apaixonante  e para praticamente todos os gostos. Aliás, tem como algo ser mais diversificado do que estudar a vida em todas as suas manifestações?



Quando eu entrei na faculdade uma das coisas que tínhamos que responder inúmeras vezes era "por que escolhemos a biologia?". 
Tentarei colocar aqui as razões pelas quais eu escolhi essa profissão (embora muitos já tenham ouvido), só não poderia deixar de comentar o que se torna óbvio no decorrer do curso ou da carreira. Não escolhemos ser biólogos, somos biólogos. Percebemos que a biologia se torna um estilo de vida mais do que uma profissão. Somos sedentos em conhecer, gostamos de minúcias, nos encantamos com nojeiras e coisas estranhas, inventar e imaginar e supor são pré-disposições do nosso cérebro (sim, é por isso que constantemente no colégio eu ouvia “para de ‘e se...’ qualquer coisa”, criar suposições estava lá). Quase tudo atrai nossa atenção: comportamentos, reações, moléculas, tecnologia, simplicidade, doenças, paisagens, animais, plantas, fungos, viagens, explorações, fermentações, política... E amamos nossa profissão, como muitos outros profissionais. Portanto, engana-se quem acredita que optamos ser biólogos por amor ao planeta. Amamos o planeta, só que também escolhemos ser remunerado (e bem remunerados) pelos serviços prestados a ele (e quando digo a ele, me refiro também a todos que nele vivem).

Opa! Prolonguei-me ali em cima.
Escolhi ser bióloga não sei bem quando, só sei que a ideia me passou diversas vezes pela cabeça.
Primeiro quis ser professora, como muitas meninas. Adorava ensinar, e minha vó sofreu alguns anos mais tarde. Eu não brincava de escolinha com ela, eu realmente montava aulas e cobrava dela como se fosse uma aluna.
Depois pensei em ser dentista. Passou rápido. Eu achava que era muito legal ficar bisbilhotando dentro da boca dos outros.
Anos mais tarde veio a vontade de ser arquiteta e redesenhar as casas e as cidades, tornar tudo mais harmonioso, menos cinzento.
E aí, volta e meia eu pensava que poderia ser escritora. E escrever livros tão bons quanto aqueles que eu lia.
Acontece que desde pequena eu curtia um outro modo de vida. Adorava ir ao sítio dos meus avós, andar no mato, me sujar. Ficar com medo de alguns bichos (de galinhas! Hehe), cuidar de outros. Eu sempre ficava feliz de ir passear no parque na frente de casa (na época pertencente ao IBAMA). De ver o trabalho dos pais da minha vizinha. Eu gostaria de ter a vida deles.
Quando eu comecei a considerar uma real profissão, um curso universitário... era quase certo. Eu queria fazer biologia. A mãe ainda perguntou “tem certeza que não gostarias de fazer veterinária? Gostas tanto de animais”. Não, eu sabia que não. Cuidar de doenças e ferimentos não era exatamente o que eu queria. Eu queria estudar a vida, conhecer os bichos e suas relações. Eu queria ser naturalista como Darwin e Jacque Costeau.
Biologia não foi minha matéria preferida na escola, embora eu gostasse dos assuntos abordados na disciplina. Cheguei a considerar que talvez eu devesse escolher outro curso. E a dúvida voltou após o primeiro ano da faculdade.



Agradeço a minha persistência e o pensamento de que se eu não fizesse isso, eu não conseguiria escolher uma outra profissão. E agradeço a todas as pessoas que partilharam esse tesão pelo mundo biológico. Seja me emprestando suas experiências, me ensinando coisas novas, dividindo aventuras e furadas, compartilhando sonhos e frustrações, tentando mudar o mundo e as pessoas. Procurando fazer do mundo um local melhor para se viver e cada vez mais interessante de se conhecer.
Obrigada! E parabéns!




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