26.10.12

Daenerys e os pensamentos que ela me suscitou

Essa semana estou me deliciando com uma das minhas séries preferidas, aquela que mexeu com a minha cabeça e coração de um jeito que desde Harry Potter não acontecia. A ansiedade pelo próximo momento e, para acrescentar, uma complexidade de histórias e personalidades que é viver um mundo em um livro.

Esses serão livros jamais resenhados aqui, porque seria impossível para mim resmir a ideia de cada um deles. Só posso dizer que eles possuem tudo que eu gosto: romace histórico, ação, fantasia, romances e romances, drama, decepção, amadurecimento, reflexão política e social... e, e, e. Tem tudo e mais um pouco.


Daenerys - para quem não acompanha a série nem pelos livros, nem pela TV - é uma princesa que teve seu trono usurpado e a família assassinada quando era ainda bebê. Sem o objetivo de trazer spoilers para cá, a questão é que a princesa/rainha da casa do Dragão durante a série busca obter seu reino de volta. 
Ela, entretanto, possui uma característica que pode prejudicá-la perante a sociedade: o desejo pela liberdade.

No volume A dança dos dragões ela sofre por não querer ceder na reabertura das arenas onde os escravos lutavam pelas suas vidas, uma cena bem conhecida por qualquer um que já estudou um pouco de Roma e seus circos com gladiadores.
Os gladiadores eram escravos que lutavam entre si ou com animais pela sua vida, enquanto nos nobres e o povo assistiam a degladiação.


Segue trechos do diálogo da rainha:

"- (...)Vocês não são mais escravos, condenados a morrer pelo capricho de seus mestres.Eu libertei vocês. Por que querem terminar a vida sobre as areias escarlates?
- Treino desde os três anos - disse Goghor, o Gigante - Mato desde os seis. Mãe de Dragão diz, sou livre. Por que não livre para lutar?
(...)
- Goghor fala por todos nós. - Gato Malhado vestia uma pele de leopardo sobre um ombro. - Da última vez em que fui vendido, o preço era trezentas mil honras. Quando era escravo, dormir sobre peles e comia carne vermelha no osso. Agora que sou livre, durmo na palha e como peixe salgado, quando consigo."

Fiquei refletindo sobre a mudança de costumes pelo qual os povos passam.
Primeiramente o quanto alguns antropólogos e sociólogos são contrários as represálias a manifestações culturais que incluem tortura animal como a farra do boi e as touradas. Dizem ser parte de um hábito cultural.

Claro que me ocorre que é um traço cultural, acontece que nem todas as tradições devem ser mantidas, ou iremos concordar com as torturas exercidas pela igreja (que eram cultura da época), com os enforcamentos em praça pública, com as mutilações humanas.

Um hábito de um povo não precisa ser apagado, nem necessita ser execrado. É necessário que se compreenda dentro de seu contexto histórico. Claro que não significa que não possa ou não deva ser modificado em diferentes tempos históricos. Assim se faz história e sociedade.

Quando fiquei ruminando o assunto na mente, acabei buscando no Google sobre as arenas humanas e li uma crítica aos esportes com lutas como boxe e as populares MMA.
Não sou fã desses esportes, porém não tenho uma opinião formada sobre deverem ou não ser proibidas como discutia o artigo. No entanto, é impossível não tecer uma relação com o trecho mostrado acima com muitos dos famosos lutadores: homens que se tornam famosos como "gladiadores" que alimentam o desejo de sangue de seus patrocinadores e espectadores, saindo da zona de pobreza para condições melhores graças às lutas. E se no meio do caminho se quebrarem feio... não preciso nem dizer, né?

Um filme que não saiu da minha cabeça depois que refleti sobre o assunto foi A luta pela esperança com Russel Crowe e Renee Zelweger.




E vocês, o que acham sobre arenas humanas ou animais? Elas devem persistir como parte da cultura de uma população ou deve se atualizar com as mudanças de pensamentos que possuímos hoje?


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