Título: O leitor
Título original: Der Vorleser
Autor(a): Bernhard Schlink
País: Alemanha
Ano da publicação original: 1995
Editora: Record
Páginas: 240
Autor(a): Bernhard Schlink
País: Alemanha
Ano da publicação original: 1995
Editora: Record
Páginas: 240
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Antes da Kênia ir viajar eu fui me abastecer com alguns livros para ler no mês de julho com ela, e do nada eu vejo O leitor e digo: "posso levar esse?".
E ele foi me acompanhar na viagem para Buenos Aires e eu tive que esticar um pouquinho, porque praticamente terminei no vôo com ele.
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Breve sinopse
Breve sinopse
Michael Berg passa mal na rua aos 15 anos e é auxiliado por uma mulher. E acaba se envolvendo com essa mulher mais velha numa paixão que muda sua vida. E essa paixão segue um ritual, um deles, o de ler em voz alta alguns livros.
Eis que anos depois, durante um estágio da faculdade de direito ele se vê diante de Hanna como réu num tribunal.
Eis que anos depois, durante um estágio da faculdade de direito ele se vê diante de Hanna como réu num tribunal.
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Eu já tinha visto o filme. Foi assim que me interessei imensamente pela história.
Mas eu assisti logo que saiu e não me recordo muito bem dos detalhes. Ou talvez eu me lembre melhor dos detalhes do início, do romance que acontece entre o adolescente e uma mulher. Algumas cenas voltaram a minha memória apenas durante a leitura, o que foi gostoso porque me ajudou a criar um cenário já que o autor não é tão descritivo com relação aos ambientes, mesmo que o seja para a cena e os personagens.
O livros é dividido em três partes, e essas partes representam diferentes momentos do personagem Michael Berg, que é quem nos conta a história. E eu me recordava pouco da segunda etapa da história (nem lembrava que Ralph Fiennes havia interpretado Michael adulto).
O mais emocionante é que , se você não leu a sinopse (e a minha eu omito alguns detalhes que são os que faço referência a seguir), é um choque a segunda etapa da história. Deixamos de acompanhar um adolescente para ver a vida de um adulto durante a faculdade. Michael se vê diante de Hanna numa situação inusitada, que não poderíamos prever, que o protagonista não poderia prever e que nos leva a reflexões inesperadas.
Acreditamos estar lendo um romance 'Lolita ao inverso'. Entretanto, mesmo no início o romance é diferente. A mulher mais velha se envolve com o rapaz, mas se envolve com ele como homem. Para mim fica claro que não há nenhum interesse de Hanna por Michael pela questão da idade, embora a diferença de idade não seja ignorada em nenhum momento entre eles.
Chegam a planejar passeios de namorados, em que Hanna se coloca como mãe de Michael.
O relacionamento dos dois modifica a vida desse pequeno rapaz, a princípio vemos apenas as mudanças positivas. No decorrer das páginas notamos que as marcas deixadas por essa intensa relação não tornaram a vida do homem tranquila. Ele buscava um passado quando não acredita querê-lo.
E então! Temos a segunda parte e as observações de Michael sobre Hanna. (peço que se você não viu o filme e quiser manter o suspense pule esse parágrafo, embora não seja um spoiler)
Ele se confunde ao ver aquela mulher que amou como alguém responsável por atos considerados atrocidades por toda a sociedade atual.
O que pensar de alguém que atuou nos campos de concentração durante a Segunda Guerra e que enviou inúmeras mulheres para a morte. Que condenou outras tantas com o fim da guerra.
E aí você se depara com questionamentos e posturas da senhora Hanna, que dá alfinetadas no juiz e em nós leitores. Nós leitores do pós guerra, que condenamos o nazismo e os nazistas e todos aqueles que compactuaram com o movimento. Que recordamos apenas do sofrimento dos judeus. E que, subitamente, tentamos com honestidade encontrar uma resposta para "O que o senhor teria feito?" de uma mulher que está acostumada a cumprir ordens.
O que teríamos feito? Oscar Schindler fez milagres, entretanto com visão e muito dinheiro. O que muitos de nós teríamos feito? Não sei se tenho essa resposta.
Extremamente real é o desejo de Michael encontrar um jeito de seguir sendo o leitor dessa mulher tão importante na sua vida. E de se tornar ainda mais importante para a vida dela.
Eu estava aos prantos nas últimas páginas. Não porque seja um 'dramalhão', e sim porque mexeu fundo com minhas estruturas. Eu não conseguia encontrar um papel que eu assumiria nessa história.
Costumamos julgar as ações dos personagens: eu faria isso, faria diferente, eu o entendo... Eu não consegui encontrar uma resposta, uma posição.
Sei que não é um estilo de leitura ou uma história que agradará a todos, mas eu recomendo fortemente, em especial para aqueles que, como eu, se interessam pelo momento histórico da Segunda Guerra Mundial e o pós-guerra. E também àqueles que gostam de entender melhor o outro.
Mas eu assisti logo que saiu e não me recordo muito bem dos detalhes. Ou talvez eu me lembre melhor dos detalhes do início, do romance que acontece entre o adolescente e uma mulher. Algumas cenas voltaram a minha memória apenas durante a leitura, o que foi gostoso porque me ajudou a criar um cenário já que o autor não é tão descritivo com relação aos ambientes, mesmo que o seja para a cena e os personagens.
O livros é dividido em três partes, e essas partes representam diferentes momentos do personagem Michael Berg, que é quem nos conta a história. E eu me recordava pouco da segunda etapa da história (nem lembrava que Ralph Fiennes havia interpretado Michael adulto).
O mais emocionante é que , se você não leu a sinopse (e a minha eu omito alguns detalhes que são os que faço referência a seguir), é um choque a segunda etapa da história. Deixamos de acompanhar um adolescente para ver a vida de um adulto durante a faculdade. Michael se vê diante de Hanna numa situação inusitada, que não poderíamos prever, que o protagonista não poderia prever e que nos leva a reflexões inesperadas.
Acreditamos estar lendo um romance 'Lolita ao inverso'. Entretanto, mesmo no início o romance é diferente. A mulher mais velha se envolve com o rapaz, mas se envolve com ele como homem. Para mim fica claro que não há nenhum interesse de Hanna por Michael pela questão da idade, embora a diferença de idade não seja ignorada em nenhum momento entre eles.
Chegam a planejar passeios de namorados, em que Hanna se coloca como mãe de Michael.
O relacionamento dos dois modifica a vida desse pequeno rapaz, a princípio vemos apenas as mudanças positivas. No decorrer das páginas notamos que as marcas deixadas por essa intensa relação não tornaram a vida do homem tranquila. Ele buscava um passado quando não acredita querê-lo.
E então! Temos a segunda parte e as observações de Michael sobre Hanna. (peço que se você não viu o filme e quiser manter o suspense pule esse parágrafo, embora não seja um spoiler)
Ele se confunde ao ver aquela mulher que amou como alguém responsável por atos considerados atrocidades por toda a sociedade atual.
O que pensar de alguém que atuou nos campos de concentração durante a Segunda Guerra e que enviou inúmeras mulheres para a morte. Que condenou outras tantas com o fim da guerra.
E aí você se depara com questionamentos e posturas da senhora Hanna, que dá alfinetadas no juiz e em nós leitores. Nós leitores do pós guerra, que condenamos o nazismo e os nazistas e todos aqueles que compactuaram com o movimento. Que recordamos apenas do sofrimento dos judeus. E que, subitamente, tentamos com honestidade encontrar uma resposta para "O que o senhor teria feito?" de uma mulher que está acostumada a cumprir ordens.
O que teríamos feito? Oscar Schindler fez milagres, entretanto com visão e muito dinheiro. O que muitos de nós teríamos feito? Não sei se tenho essa resposta.
Extremamente real é o desejo de Michael encontrar um jeito de seguir sendo o leitor dessa mulher tão importante na sua vida. E de se tornar ainda mais importante para a vida dela.
Eu estava aos prantos nas últimas páginas. Não porque seja um 'dramalhão', e sim porque mexeu fundo com minhas estruturas. Eu não conseguia encontrar um papel que eu assumiria nessa história.
Costumamos julgar as ações dos personagens: eu faria isso, faria diferente, eu o entendo... Eu não consegui encontrar uma resposta, uma posição.
Sei que não é um estilo de leitura ou uma história que agradará a todos, mas eu recomendo fortemente, em especial para aqueles que, como eu, se interessam pelo momento histórico da Segunda Guerra Mundial e o pós-guerra. E também àqueles que gostam de entender melhor o outro.
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