9.12.13

[Resenha] Delírio





Título: Delírio
Título original: Delirium
Autor(a): Lauren Oliver (site usa e site br)
País: Estados Unidos
Ano publicação original: 2011
Editora: Intrínseca
Páginas: 352






(4/5)

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Eu fiquei extremamente curiosa para delirar com Delírio após ler esse post da Aione.
A postagem fez tanto sucesso que gerou uma coluna no blog. Eu passei a ter certeza de que era uma distopia que poderia me agradar.

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Breve sinopse

O amor, Deliria nervosa, é uma doença que deve ser erradicada. Atualmente a indicação é um procedimento cirúrgico aos 18 anos. Lena Haloway anseia intensamente se livrar do risco e do estigma que sua mãe lançou sobre a família. Uma vida sem dor e tranquila. Um futuro bom e planejado, mas então ela se contamina pouco antes da cirurgia. 
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Quem nunca desejou intensamente uma cura para o amor?

Se livrar da tristeza e do sofrimento da expectativa. Nunca mais sentir a dor da separação, do término, do abandono. Jamais se sentir insegura novamente. Parar de temer pelo outro.
Se você jamais considerou ou desejou uma cura para esse sentimento, não deve ser normal. Ou jamais amou.

Mas eu tenho certeza de que em vários outros momentos da vida, agradeceu imensamente a capacidade de sentir o friozinho na barriga, a ansiedade de reencontrar a pessoa amada, de se sentir imensamente feliz nos braços e afagos da sua mãe. De sentir que o mundo é um lugar melhor, porque há esperança e amor.

-Não é possível ser feliz realmente a não ser que às vezes se sinta infeliz. Você sabe disso, certo?
p.24

Magdelena, ou Lena, nos mostra uma nova realidade dos Estados Unidos. As pessoas se submetem a uma cirurgia cerebral que fornece a cura para o amor. A cura para aquilo que é tão fortemente abordado na sociedade deles. Aquele mal tão grande que expulsou Adão e Eva do Paraíso. Que tornou Romeu e Julieta leitura obrigatória para conhecimento dos riscos.

Isso foi algo que eu adorei no livro. A completa adaptação das referências da nossa sociedade para essa sociedade distópica do livro. A manipulação dos dados, das informações, da ciência, da religião, da cultura. Nós conhecemos todas essas referências, mas elas estão distorcidas para uma sociedade que pretende se livrar do amor.
E podemos acessar essas informações no decorrer da história, mas especialmente no início de cada capítulo, que contém uma citação de um texto oficial.

Achei interessante que a autora conseguiu definir os sintomas exatos do amor, e do amor como sentimento universal, porque ele é abordado dessa forma: amor paixão, amor fraternal, amor materno...

Deste modo, sou só elogios para o tema e a abordagem dada pela autora.

Em alguns momentos, eu achei que a história se assemelhava bastante a Feios, mas incrivelmente a protagonista não me irritou como Tally. Ela era moldada para aquela sociedade e seus pensamentos eram condizentes, ainda assim ela refletia e contestava levemente o seu ambiente, sem tornar-se estúpida e sem sofrer uma mudança tão abrupta.
Explico-me. Lena nota a frieza das pessoas pós-cura. Ela sente falta da relação com a irmã antes de ela ser curada, recorda do amor da sua mãe. Lena enxerga a violência da repressão e a teme de um modo mais realista do que Tally  (lá eles aprontam, mas não parecem temer grandes consequências). Mesmo com tudo isso, Lena acha que a cura é algo bom. Que evita sofrimentos e resolve os problemas. Ela deseja se ajustar a sociedade, do mesmo modo que as crianças desejam ter um tênis que seus amiguinhos têm.

O que me incomodou um pouco foi que a história pareceu se alongar num determinado ponto. Do momento que Lena conhece Alex, até chegar ao ponto em que ela põe em dúvida uma sociedade sem amor se posterga um pouco de forma morna.

Fora isso, recomendo fortemente o livro e estou ansiosa para ler logo a continuação que está lá na estante.

Quem não leu ou não tem o livro, aproveite a oportunidade de concorrer na promoção Férias com livros.

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