19.12.13

[Resenha] Sangue quente





Título: Sangue quente
Título original: Warm bodies
Autor(a): Isaac Marion
País: Estados Unidos
Ano publicação original: 2010
Editora: LeYa
Páginas: 256






(4/5)

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Um livro que é lançado e você não tem vontade alguma de ler. E aí, você vê o trailer do filme e acha que pode até ser interessante. Você encontra ele na promoção por 10 reais e considera eliminar do desafio a leitura de um livro sobre zumbis.
Pois é, acabei gostando bastante dessa versão do velho clássico de amores proibidos. O Romeu "R" e a nossa Julieta "Julie" trazem algumas inovações.
Essa também foi uma leitura motivada pelo Desafio realmente desafiante.
O item foi:

14. Ler um livro de zumbis.

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Breve sinopse

Ser zumbi pode ser uma vida monótona, ou com a vantagem de um longo tempo de "vida" diante de si que lhe permita gastar horas ou dias contemplando algo. R parece ir um pouco além e gastar o que resta de seu cérebro numa intensa reflexão sobre seu estado e destino, mesmo que só possa pronunciar poucas sílabas e não consiga resistir as deliciosas lembranças de um cérebro. Mas um cérebro lhe apresenta Julie e ele tem o impulso de protegê-la ao invés de devorá-la.
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Jamais imaginei que fosse me encantar tanto com um livro sobre zumbis. Afinal, a gente já imagina algo bem Resident evil e aí, a única opção é a história ser contada pelos pobres sobreviventes. Essa é uma história que me empolga mais no cinema.
Aí, eu ouço que o livro trata de um romance entre humana e "monstro", o que me faz definitivamente acreditar que agora a onda de Crepúsculo irá abranger uma nova modalidade de monstros. Mas não. Esse livro pode ter alguma semelhança, porém não é exatamente o mesmo princípio. Ele me lembra mais de A hospedeira da mesma autora do que da série que fez os vampiros se tornarem tão galantes e incompreendidos.

Quem nos narra a história é o R, o zumbi. Então estamos intimamente ligados com o fluxo intenso de pensamentos dele. E os pensamentos dele são o que mais me encantam no livro. É profundo, bonito e real. E nos momentos em que vemos o mundo real (fora da cabeça do R), eu me pegava pensando o que estaria se passando pela mente dos demais zumbis, naquele silêncio raramente interrompido por monossílabas.

A escrita do autor é leve, adequada para o tema e para o público. Mesmo assim, não é superficial.
Como disse acima, é baseado no velho romance de Shakespeare, os dois jovens que são separados pelo destino. R está morto e destinado a comer os humanos. Julie está viva e destinada a sobreviver e eliminar zumbis. E não tem apenas que proteger Julie dos demais devoradores de cérebros, mas conter o próprio desejo intrínseco despertado pela presença dela.

O que chama atenção no romance dos dois, é que fica uma dúvida constante da influência da lembrança para R. Ao comer Perry, o antigo namorado de Julie, as lembranças dela se tornam especiais e importantes para R. Surge uma duplicidade e confusão muito semelhantes ao que ocorre em A hospedeira.


(...) Meu amigo M diz que a ironia de ser um zumbi é que tudo é engraçado, mas você não consegue rir, pois seus lábios apodreceram
p. 13

Mesmo que o romance pareça o tema central, e que por conta dele surja uma fantasia ainda maior, eu considerei que a história é mais centrada  no futuro do planeta e da humanidade. No que teria tornado o mundo tão caótico e que fez tantas coisas significativas para nós hoje, um meio de escapar e resistir: música, fotografia, literatura. Ou seja, a arte, mais uma vez se mostra um apoio para esse resistência mental.
E as causas da sociedade e planeta devastados são velhos conhecidos nossos. O crescimento acelerado que reduz a capacidade do planeta, as guerras, o egoísmo.

Como isso começou? Como nos tornamos o que somos? Será que foi um vírus misterioso? Raios gama? Uma maldição antiga? Ou algo mais absurdo ainda? Ninguém fala muito disso. Nós estamos aqui e é assim que as coisas são. Não reclamamos. Não fazemos perguntas. Apenas fazemos o que temos de fazer
p. 18

Não sei se agradará a todos. Acho difícil, ainda assim é um ótimo livro para o público jovem adulto que se permite um pouco de ficção e fantasia, e que se interessa em ser menos apático com o mundo.



2 comentários:

  1. Olá Laise, tudo bom?

    Tenho certa curiosidade em ler esse livro. Por mais que a minha experiência com zumbis não tenha sido das melhores (os únicos livros que li foram decepcionantes, de maneira geral), quem sabe dou uma chance.

    Estou lendo A Casa das Orquídeas e gostando bastante. Apesar de achar o livro um pouco extenso demais, está me agradando!

    É, estou aproveitando as férias para colocar a leitura em dia (é "libertador" poder ler sem pressão e aquilo que a gente quer)...

    Quanto as resenhas anteriores, acho que você deveria encarar Cuco como próxima leitura. Acho que irias curtir e gostaria de ter alguém para discutir o livro.. heheheheh

    Saudades, beijos,
    Lucas
    ondeviveafantasia.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
  2. Olá Laise, tudo bom?

    Tenho certa curiosidade em ler esse livro. Por mais que a minha experiência com zumbis não tenha sido das melhores (os únicos livros que li foram decepcionantes, de maneira geral), quem sabe dou uma chance.

    Estou lendo A Casa das Orquídeas e gostando bastante. Apesar de achar o livro um pouco extenso demais, está me agradando!

    É, estou aproveitando as férias para colocar a leitura em dia (é "libertador" poder ler sem pressão e aquilo que a gente quer)...

    Quanto as resenhas anteriores, acho que você deveria encarar Cuco como próxima leitura. Acho que irias curtir e gostaria de ter alguém para discutir o livro.. heheheheh

    Saudades, beijos,
    Lucas
    ondeviveafantasia.blogspot.com.br

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