12.2.14

[Resenha] Marina - Carlos Ruiz Zafón





Título: Marina
Título original: Marina
Autor(a):  Carlos Ruiz Zafón (site)
País: Espanha
Ano publicação original: 1999
Editora: Suma das letras
Páginas: 189




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(5/5)

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Até o momento, todos os comentários que eu leio sobre os livros do Zafón só me fizeram crer que era um autor que precisava estar na minha estante e na minha cabeceira.
A Duda do Book addict tinha as resenhas que mais me motivavam a continuar comprando o autor, mesmo sem ainda ter lido (ano passado foi complicado ajustar tudo no desafio). E eu havia decidido por começar por Marina, que era um livro isolado. Surpresa para mim ao saber que é o livro preferido do próprio autor.

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Breve sinopse

Óscar Drai, de 15 anos, passa todo o seu tempo livre, andando pelas ruas de Barcelona e se encantando com a arquitetura de seus casarões. É num desses antigos casarões aparentemente abandonados que conhece Marina, a jovem de olhos cinzentos que o leva a um cemitério, onde uma mulher coberta por um manto negro visita uma sepultura sem nome, sempre à mesma data, à mesma hora. Os dois passam então a tentar desvendar o mistério que ronda a mulher do cemitério, passando por palacetes e estufas abandonadas, lutando contra manequins vivos e se defrontando com o mesmo símbolo - uma mariposa negra - diversas vezes, nas mais aventurosas situações por entre os cantos remotos de Barcelona. 
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Marina me disse um dia que a gente só se lembra do que nunca aconteceu. Ainda ia se passar uma eternidade antes que eu pudesse compreender essas palavras. Mas é melhor começar do início, que nesse caso é o final.
p.7

Marina nos traz uma história que mescla um romance juvenil, suspense e fantasia. E muitas passagens memoráveis.
Zafón coloca seu protagonista Óscar para contar a história, que a princípio parece ser de como ele conheceu Marina.
Um jovem que vive em um internato em Barcelona e encontra uma propriedade a qual decide explorar. Inebriado pela música, Óscar se vê dentro da casa e se assusta ao se deparar com o morador, pai de Marina. A partir desse momento, sua vida se liga à família.
Marina é uma jovem linda e misteriosa com seus diários, que compartilha com Óscar a curiosidade sobre uma dama de negro que vai cemitério deixar uma única rosa sobre a lápide sem nome. Ao persegui-la, os dois se envolvem na resolução do mistério e em perigos inimagináveis.
As fantasias que o livro propõe são colocadas de um modo que pouco surpreende os personagens, transformando o acontecimento verossímil para o leitor. E o autor consegue nos deixar constantemente confusos sobre a realidade. Estaria Óscar “imaginando” aquilo? Seria a lenda contada por Marina real?


O tempo faz com o corpo o que a estupidez faz com a alma. (...) Apodrece. 
p. 83

Eu me apaixonei pela história. E pela história que para mim se trata mais que qualquer coisa, sobre a morte.
Morrer é nossa única certeza e um dos maiores medos da maioria das pessoas. Assim, vivemos constantemente com medo e na busca incessante de não morrer. De não perder quem se vai. De não perder quem fica.
Óscar é um menino com pais, mas é solitário. Marina e Germán (seu pai) perderam alguém que parece ter desfeito o elo deles com o resto do mundo. E o mistério da dama de negro segue por um caminho semelhante.


Aqui estão as lembranças de centenas de pessoas, suas vidas, seus sentimentos, suas ilusões, sua ausência, os sonhos que nunca conseguiram realizar, as decepções, os enganos e os amores não correspondidos que envenenaram suas vidas...  Tudo isso está aqui, preso para sempre.

(...)

- Ninguém entende nada da vida enquanto não entender a morte.
p.25

Embora seja classificado como um juvenil, e que possa sim agradar a esse público, eu acho que o livro é mais adulto. Não pela história em si, mas pelo tema que a perpassa.
Com Marina, Zafón conseguiu sim se consagrar um autor querido na minha estante. Espero que possa ser na sua também.


(...) O tempo não nos torna mais sábios, apenas mais covardes.
p. 189

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