5.11.14

[Resenha] Cartas de amor aos mortos







Título: Cartas de amor aos mortos
Título original:  Love Letters to the Dead
Autor(a):  Ava Dellaira (site)
País: EUA
Ano publicação original: 2014
Editora: Seguinte
Páginas: 344




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(4/5)

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Livro que meu primo Lucas trouxe para mim, e que (como sempre) morou na cabeceira um pouquinho. Mas acabou me embalando.

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Breve sinopse

A primeira tarefa de inglês do Ensino Médio, numa nova escola, numa nova fase de vida. Laurel tem que escrever uma carta a alguém que já morreu. Ela acredita que a professora espera que ela escreva para alguém como um presidente, ela poderia ter escolhido a irmã que morreu há menos de um ano. Ela escolhe escrever diversas cartas Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Heath Ledger, Judy Garland, Elizabeth Bishop… sem jamais entregar. Através dessas cartas conhecemos sua história, seu passado, seu presente. A paixão por um misterioso garoto, os problemas com as novas amizades, o limbo que é a vida de sua família. Com as cartas podemos conhecer Laurel e ela parece descobrir a si mesma.
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(...) Quando olho para Sky lembro que o ar não é apenas algo que existe, mas que se respira. Mesmo que esteja do outro lado do pátio, consigo ver o peito dele se movendo.
Não sei por quê, mas, nesse lugar cheio de desconhecidos, fico feliz que Sky e eu estejamos respirando o mesmo ar. O mesmo ar que você respirou. O mesmo ar que May respirou.


p. 9

Cartas de amor aos mortos é um livro que ganhou excelentes críticas de vários autores queridinhos do público adolescente e jovem adulto. Traz a história de Laurel como um diário, porém um diário epistolar.

Ela perdeu a irmã recentemente o que a motiva a frequentar uma escola diferente das suas amigas ao ir para o Ensino Médio, buscando começar de novo, ao se desvincular de sua vida anterior e dos laços que podem reforçar a memória e pena das pessoas.

Nessa nova escola a professora de inglês passa a tarefa de escrever uma carta a alguém morto, mesmo sem entregá-la, Laurel se envolve com a ideia escrevendo diversas cartas.

- Sabe por que se apaixonar é o que pode acontecer de mais profundo com uma pessoa? Porque quando estamos apaixonados estamos totalmente em perigo e completamente salvos, os dois ao mesmo tempo.
Quando ele disse isso, fez sentido.
p. 156

Com essas cartas a ídolos da música, literatura e história, conhecemos suas novas amizades, sua paixonite, o drama com a distância da mãe e a mudança semanal entre a casa do pai e da tia. Como toda adolescente ela procura sua identidade própria e, mesmo tentando se desvincular da irmã, frequentemente é a imagem dela que busca refletir.

- Você está de vermelho - ele disse. - Como a música.
- Era da minha irmã.
Sky abriu um meio sorriso que me fez sentir que ele entendia o que aquela frase significava. E estendeu a mão para mim.

p. 91

Como uma bom romance adolescente atual, a linguagem é fluida; e o enredo conta com homossexualidade, conflitos familiares e escolares, romance, dores e dúvidas... ou seja, bem completinho.

Há também um certo "suspense" sobre como a irmã, May, morreu. Vamos descobrindo gradualmente, com o ponto alto quase no fim. Isso me recordou um pouco a narrativa de Bela maldade. Mas tendo funcionado lá, aqui acabou me irritando. Achei que enfraqueceu a história.
Funcionava como aquele chato que solta um comentário e depois se interrompe dizendo "ah... não posso contar". Uma enrolação.

E, honestamente, achei que a conclusão da história das duas irmãs deveria ter sido melhor aproveitada. Pareceu-me que para alguém se perturbar tanto e demonstrar tamanha inocência em muitos aspectos, a personagem lidou com algo pesado de modo muito banal e incoerente com demais atitudes dela. Quase como se as histórias não fossem interligadas. Não fossem da mesma pessoa.

"Nirvana" significa liberdade, Liberdade do sofrimento. Acho que algumas pessoas diriam que a morte é exatamente isso. Então, parabéns por estar livre, acho. O resto de nós ainda está aqui, agarrado aos cacos.
p. 195

Alguns personagens são especiais, me cativando muito mais para suas histórias que para a de Laurel. É o caso de Hannah e Natalie, e também da história de sua tia Amy. Eu queria mais da tia Amy, saber mais sobre ela. O fim do livro me cedeu um pouco mais, ainda assim insuficientes.

Alem disso, há muitos quotes marcantes, proporcionando uma leitura muito bonita.

(...) Acho que ele faz isso pelo mesmo motivo pelo qual Hannah não entrega os trabalhos quando os professores dizem que ela é inteligente. Todos queremos ser alguém, mas temos medo de descobrir que não somos tão bons quanto todo mundo imagina que somos.
p. 147



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