3.2.15

[Resenha] O segredo do meu marido - Liane Moriarty








Título: O segredo do meu marido
Título original:  The Husband's Secret
Autor(a):  Liane Moriarty (site)
País: Austrália
Ano publicação original: 2013
Editora: Intrínseca
Páginas: 368




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(4/5)

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Esse livro fiquei conhecendo na 3ª Turnê da Intrínseca no ano passado. Achei a capa linda, o título interessante e a proposta do livro também. Mas eu fiquei me enrolando para comprar e ler, até realizar a primeira compra indevida de 2015 e conhecer a história de três mulheres.

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Breve sinopse

Cecilia é daquelas mulheres em que o cronograma se desenvolve ao longo do dia, ela cuida das filhas, da casa, é uma excelente vendedora da Tupperware. Sua vida bagunça quando ela encontra uma carta escrita por seu marido para ser aberta após sua morte. Então, ela só é capaz de imaginar o conteúdo lá dentro.
E se o conteúdo lá dentro é capaz de interferir com outras vidas? E se Rachel e Tess unidas a Cecilia por uma linha tão tênue podem ter suas histórias conectadas a partir desse momento?
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Sabia o motivo daquele pequeno vislumbre de prazer. Era porque tinha tomado uma decisão. Alguma coisa claramente não estava certa. Ela tinha obrigação moral de fazer algo imoral. Era o menor de dois males. Tinha uma justificativa.
Assim que as garotas tivessem ido para a cama à noite, ela faria o que tivera vontade de fazer desde o início. Abriria aquela maldita carta.


p. 105

O começo da leitura foi sem grande envolvimento, talvez por estar numa semana de pouca leitura e dividida com outro livro. Fui revezando a história de Cecília e suas três filhas, Rachel e suas dores, Tess e seu dilema.
Três histórias de vida, repleta de personagens que eventualmente eram comuns. E um pouco agoniante, você começava a se envolver nos problemas da vida de uma, de repente era arremessado para outra pessoa, outra idade, outra personalidade.

Ela começou a recolher as xícaras de café pela metade de Felicity, passando o dedo pelo maior número de alças que conseguia carregar. Então mudou de ideia, recolocou as xícaras na mesa e, enquanto Will e Felicity observavam, escolheu com cuidado as duas mais cheias, ergueu-as nas palmas das mãos e, com a mira precisa de um jogador de basquete, jogou o café frio direto em suas caras idiotas, sérias e ressentidas,
p. 42

Mesmo que o cotidiano e as problemáticas das personagens envolvessem, eu diria que a abertura da carta é o que causa uma verdadeira revolução na leitura.
Eu realmente acreditava que a existência da carta seria a base da história, entretanto o seu conteúdo se torna conhecido e se torna o protagonista. Eu diria que a história muda completamente a partir daí, tomando outras nuances, mudando o texto romanceado para um texto dramático, com suspense e extremamente reflexivo.

Embora o livro siga por um tema e linha que muito me encanta, acredito que parte do seu sucesso comigo foi essa surpresa causada quando eu menos esperava.

Nunca passava completamente. Ela aceitara isso havia muito tempo. Morreria com esse aperto de sofrimento no peito. Não queria que aquilo passasse. Seria como se Janie nunca tivesse existido.

p. 64

Gostei imensamente de como a autora conseguiu interligar a vida dos personagens, ao mesmo tempo que nos fazia refletir sobre nossas escolhas, sobre a existência de segredos e influência na vida daqueles que nos cercam, sobre a responsabilidade de nossas ações.
Liane Moriarty brinca com algo que costuma funcionar comigo, o esquema do castelo de cartas, onde cada carta faz parte de um todo, onde a decisão de colocar determinada carta em determinado lugar muda tudo.
Aquela velha história de "e se eu não tivesse esquecido a chave em casa e voltado para buscar, o que teria acontecido com...".

Uma vez eu escutei uma brilhante frase que dizia que só existe o que aconteceu, o que poderia ter sido não é uma possibilidade porque não aconteceu. Eu prezo muito, mesmo assim, meu lado humano se apega a constante indagação dessa outra possibilidade. E O segredo do meu marido alimentou esse anseio. 

Nenhum de nós conhece todos os possíveis cursos que nossas vidas poderiam ter tomado. E provavelmente é melhor assim. Alguns segredos devem ficar guardado para sempre. Pergunte a Pandora.
p. 364

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