Eu poderia começar dizendo que foi um crime e um castigo para comigo ter escolhido esse livro como um dos clássicos a serem lidos pelo desafio, e justamente ter me dedicado pra ele em dezembro.
Escolhi dezembro pra ficar apenas com ele, e ler outra coisa apenas após terminá-lo porque sabia que teria que me dedicar um pouco.
Porém, eu tive pouco tempo de leitura, geralmente estava cansada e a própria estrutura do texto dificultaram o avanço e a posterior avaliação.
Dia 30 de dezembro eu terminei-o.
Temos no decorrer das quase 600 páginas do romance do russo Fiódor Dostoiévski um 'quê' de policial, de drama, de romance e muita, muita reflexão e análise psicológica.
A história se desenrola através do crime cometido por Raskólnikov objetivando roubar uma velha agiota que ele considerava desprezível para a sociedade, utilizando o dinheiro dela para crescer e também realizar o bem social.
Planejado bem o assassinato, vocês podem imaginar que nada sai exatamente como o esperado. E o nosso protagonista passa 4/5 do livro sofrendo e remoendo o que ocorreu.
Embora eu tenha adorado toda a perspectiva abordada, principalmente nos diálogos do mesmo com o juiz Porfíri Pietróvitch. Bem, a eterna aflição que revolve os pensamentos de Raskólnikov ocorre no texto, então eu ficava extremamente cansada com aquela linha que ia e volta se enrolando sobre si mesma sem sair do lugar.
Eu entendo um pouco da necessidade disso, afinal é extremamente aí que iremos chegar. Nosso assassino beira à loucura pelo dilema em que se encontra: descobrirão o que fiz! irei para a cadeia! envergonharei minha família! conseguirei enganá-los! irei entregar-me! vou, não vou!
Isso com os nomes russos, pouco familiares para nós, me deixava cansada e confusa. Fora que Dúnia, a irmã de Rodion (protagonista), mudava vez ou outra para Dúnietchka e num dado momento para Avdótia Românovna.
Digo que outras tramas que se desenrolam juntamente ao caso central me interessaram mais. Principalmente todo o romance e confusão relacionado a Dúnia, em especial no que diz respeito ao personagem que mais me fascinou (e que pouco aparece}): Svidrigáilov.
A loucura de Ekatierina e as passagens com sua família, inclusive a sua enteada Madre Tereza de Calcutá Sônia/Sófia.
Li que Ekatierina foi baseada em uma das esposas do autor.
Achei a leitura válida, gostei principalmente nas últimas 200/150 páginas quando a história parece chegar ao seu clímax. Entretanto, com certeza me sinto um pouco despreparada para a leitura. Acho que eu gostaria de ir lendo aos poucos com alguém com melhor base para discuti-lo e assim usufruir melhor. Compreender melhor o próprio contexto e todos os perfis psicológicos que o autor destaca no texto.
De qualquer modo, missão cumprida e feliz por ter entrado em contato com o trabalho desse autor brilhante. Porém, é um livro que eu não recomendo a qualquer leitor e para qualquer momento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário