11.10.14

[Resenha] Divã - Martha Medeiros




Título: Divã
Autor(a):  Martha Medeiros
País: Brasil
Ano publicação original: 2002
Editora: Objetiva
Páginas: 170





(5/5)

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Quase todo mundo já viu o filme ou a peça. E eu sou completamente apaixonada pela gaúcha Martha Medeiros (é só buscar aqui no blog), quando você gosta muito de alguém, indica bons autores... indiquei para a Mi que comprou dois exemplares de Divã. Um deles foi para se tornar apaixonada também e o outro foi para me presentear.
Só que o livro jamais chegou... então nessa última Bienal ela fez questão de me compensar.

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Breve sinopse

Mercedes, uma mulher na casa dos quarenta que procura um psiquiatra para falar de si mesma, buscando encontrar uma paz entre as muitas mulheres que vivem dentro dela. Reflexivo e divertido, ela nos leva aos seus amores, devaneios, loucuras.

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Leitura é uma consciência composta, a sua e a do autor se fundindo, leitura é quase uma pretensão, você é um cúmplice reinventando verdades, confirmando-as, denegrindo-as…

Alguns livros são mais difíceis de resenhar que outros. Esse é um deles.
Fácil é dizer que a escrita da Martha é sempre um prazer. Que eu me envolvo tanto que fico com raiva. Chego a em perguntar como ela pode ter acesso aos meus sentimentos e pensamentos.

Aí ela me surpreende com alguma maturidade que guardo para o futuro e já volto a realidade: somos duas pessoas.

Sou tantas que mal posso me distinguir. Sou estrategista, batalhadora, porém, traída pela emoção.

Mercedes nos remete a nós mesmos, à nossa vida e aos nossos anseios. No discurso com seu psiquiatra Lopes, conhecemos sua história, seu casamento com Gustavo, sua amizade com Mônica, seus romances, suas dores. Porém, em especial pelo estilo da escrita que não é uma narrativa linear, não ficamos obcecados pela história. O que acontecerá com Mercedes? Ela largará as aulas pela pintura? Deverá manter seu casamento com Gustavo?
Não são esses questionamentos que permeiam a leitura de Divã, o que acontece de concreto não é o mais importante para o leitor. Nós queremos apenas devorar e nos envolver com os amadurecimentos dessa mulher tão singular

Sofrer não é romântico, é terapêutico.

Como qualquer leitura que nos toca tão profundamente, esse é um livro pequeno, mas que marca profundamente. Queremos voltar, reler os trechos, repensar as palavras da personagem.
Eu diria que ler Divã é um modo de fazer terapia individual e em conjunto.

Somos todos virgens, Lopes. (...) Somos sempre virgens de alguma coisa que ainda não nos aconteceu.

Se você não experimentou nenhuma leitura da Martha, essa é uma boa opção. Acho muito improvável desagradar alguém.

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