30.11.12

Liniers e seu Macanudo


Ontem eu fui com a Kênia assistir a palestra do Carlos Ruas, criador do criador, cartunista de Um sábado qualquer.
Lá eu falei para a Kê que um dos meus quadrinhos preferidos era do Liniers, argentino que possui os quadrinhos mais bonitos e artisticamente elaborados com bom conteúdo.
Ela não conhecia ele, então achei no meu dever trazer para o blog hoje um pouco sobre o artista.


Ricardo Liniers Siri, tem sua assinatura de Liniers vinda em homenagem a um avô. Escorpiano (haha) de 15 de novembro de 1973, começou as leituras com a minha queridíssima Mafalda. Também era fã de Tintim e de Guerra nas estrelas, mas tem mais, ela adorava Asterix e se identifica com o Obelix (ele dfinitivamente tenta conquistar meu coração).
Nos estudos começou no tradicional Direito, pulou para Ciências da comunicação e Publicidade, porém a real publicidade foi investida em seus desenhos.


O charme em seus trabalhos devem-se ao desenho com lápis, nanquim e aquarela, criando quadrinhos suaves e coloridos. Bem artíticos. Já o conteúdos das tirinhas é o humor, assim como a ilustração, suave, no entanto, com profundidade.
 
Desde 1999 publica na mídia impressa desde o famosa La Nación na Argentina a Folha de São Paulo por aqui. Seu trabalho também foi levado para Canadá, França, Espanha... E não ficou apenas nos jornais, ganhou publicações em livro e chegou a capa de cds.



Macanudo, sua famosa obra, é uma expressão argentina que significa "supimpa"!
Seus personagens são variados, coelhos, pinguins, meninas e gatos.

Esse ano houve uma exposição do trabalho de Liniers em São Paulo, atualemnte a exposição está em Recife até o fim dessa semana.

Quem ainda não conhecia o trabalho do arista e agora se apaixonou?
(aliás, ótimo presente para quem quiser me dar os livros dele)



Fontes: Trip, Taringa, G1.

29.11.12

[Quadrinhos] De quem é a culpa?

Como hoje o Carlos Ruas estará por aqui dando palestra e, por ser uma boa bióloga, adoro as tirinhas de Deus...
Hoje teremos ineditamente quadrinhos dele por aqui!


28.11.12

[Resenha] Belle - Lesley Pearse



Eu confesso que estou um pouco receosa para falar de Belle.
Era um livro que não me chamou a atenção no lançamento, mesmo tendo lido algumas boas resenhas, acreditava que iria gostar e, ainda assim, não estava muito entusiasmada para ler.
Aí comprei-o porque estava por míseros 10 reais. Um livro recém-lançado. De mais de 500 páginas.
Logo após a compra, li uma resenha que conseguiu me deixar ansiosa, e a leitura finalmente chegou.

Ele tinha tudo, absolutamente tudo, para ser um dos meus livros preferidos: um tema polêmico, autora inglesa, ambientação em Londres do início do século XX (Mary Poppins e Eliza Dolittle!!), aventura, um certo suspense, romance, amadurecimento, discussão que nem enaltece ou censura a prostituição.
Só que ele não conseguiu. E nem digo que não foi pela PÉSSIMA revisão da Novo Conceito. Eu nunca havia pegado um livro da editora tão mal feito. A beleza ficou apenas na diagramação e capa, porque o texto estava repleto de erros, ao menos um a cada duas páginas. Eram tantos, que você já revirava os olhos e já seguia o texto.

Dito isso, vamos a história em si.
São muitas páginas, como eu disse acima, e eu já fiquei desconfiada de que um livro que começa muito emocionante, trazendo no primeiro capítulo muita ação... bem, não é muito fácil manter esse nível até o final.
Eu não sou contra a opção feita pela autora, eu estava adorando o livro no começo, porém fiquei comparando com a rotina de uma dança clássica árabe. A bailarina deve entrar e 'cumprimentar' o público, gracejar. Então, ela começa a desenvolver sua dança criando performances com movimentos mais elaborados, podendo alternar o 'uow!' e o 'que meiga!', próximo ao fim da música ela pode dar tudo de si para finalizar em grande estilo, se despedindo do público.
Por que eu falei disso? 
Uma música clássica costuma ter em torno de dez minutos. Se a bailarina começa trazendo o melhor de si no início da dança, é provável (não impossível) que ela tenha dificuldades de continaur mantendo o nível com novidades, simpatia e fôlego até o fim. E assim, teremos o contraponto entre a dança que acaba com a evolução e o sentimento do público de que foi inesquecível (que o tempo voou), versus a dança que conseguiu eletrizar o público nos primeiros momentos e terminou com todos cansados, olhando o relógio e se comentando 'de novo isso?'.

Como a própria sinopse nos traz, Belle é uma moça que cresceu em um bordel sem saber a real profissão das prostitutas com quem convivia. Ela, então, descobre tudo ao presenciar um assassinato. Terminamos aqui o primeiro capítulo do livro, entendem?
O que acontece a partir daí é o rapto de Belle para silenciá-la do crime, quando a menina entra no mundo do tráfico de jovens para prostituição.

Não vou adiantar mais nada da história, porque ela tem seus encantos. Lesley Pearse buscou usar todos os seus 'passos do repertório' para manter a história, nos levando a diferentes lugares, diferentes reflexões. Nos fazendo rir e chorar, ficar ansiosos... e nunca totalmente aliviados.
Ainda assim, algo na escrita da autora (não creio que seja meramente a tradução) foi ficando minguado no meio da história, e eu estava com menos ânsia pelo livro. Fiquei 2 dias sem tocá-lo (e costumo sempre ler antes de dormir). Digamos também que Belle é uma personagem astuta, algo que é constantemente ressaltado pelos demais personagens, entretanto como boa adolescente, ela é extremamente sagaz (muitas vezes mais do que o normal para a idade dela, mas dentro da aceitabilidade) em grande parte da história, só que ingênua e 'tapada' em outros. Ouve a intuição quase sempre, deixando a voz interior de lado em momentos cruciais.
Exatamente naqueles momentos em que o leitor tem vontade de chacoalhar o livro para ver se assim consegue fazer a personagem se dar conta.

Outra questão que deixou a desejar foi a alternância da narração dos personagens. Eu costumo gostar disso, e num livro onde precisamos presenciar o desenrolar onde a protagonista não se encontra, se faz necessário de algum modo trocar o ponto de vista da narração. Porém, havia muita bagunça em alguns momentos. A narração era quase sempre em terceira pessoa sob a perspectiva de um personagem, só que havia momentos em que a narração passava para primeira pessoa, retornava para terceira pessoa. Depois trocava o ponto de vista do personagem que estava na mesma cena numa nova alternância entre primeira/terceira pessoa.
Isso da troca de personagens não acontecia o tempo todo, mesmo assim ficava ligeiramente confuso. E ainda mais estranha era a mudança entre primeira e terceira pessoa.

Passando das críticas aos elogios, os personagens são adoráveis. Há uma diversidade de tipos que só a vida é capaz de oferecer. E a autora seguiu trabalhando-os primorosamente, sempre nos ofertando uma novidade na personalidade e nos pensamentos dos antigos, ou oferecendo um personagem novo.
Embora o tema do livro seja forte, as palavras utilizadas nele o tornam tranquilo para um adolescente ler. Poucas palavras de baixo calão. Cenas duras que não suavizadas, no entanto, contadas de um modo que não faz as vísceras se contorcerem. Como se fosse o linguajar de um pai/professor conversando com adolescentes. Fiquei bem curiosa com o talento dela para conseguir isso (ficava refletindo sobre o fato durante a leitura, já que eu sou muito sensível a ler/ver sobre abuso sexual).

Não objetivando dar spoilers, adianto que quando Belle conhece Gabrielle e passa a morar com ela, a história engrena de novo num ritmo clímax, e eu voltei a devorar as páginas, largando apenas com o fim do livro. 

Embora eu tenha ficado triste com essa decaída na parte central da história, não acho que ela foi desnecessária. Em minha opinião só poderia ser trabalhada de outro modo. E o balanço final foi positivo.


Quem já leu Belle ou tem outros livros que abordem prostituição para indicar?
Será que eu ando com azar esse mês pegando tantos livros mal revisados?

27.11.12

[Pinceladas] meu sol amarelo



Num céu qualquer eu desenho um sol amarelo...

[aicomprei] Blackfriday endividando 1.2

Eu não me contentei em fazer uma compra. Depois de entupir mais um pouquinho o cartão de crédito, eu acabei comprando mais no outro dia para conseguir não pagar o frete do meu amigo secreto (porque o livro estava indisponível na sexta).

Eu vi diversas reclamações sobre o Submarino (graças a Deus, comigo deu tudo certo dessa vez), e quem me conhece já deve saber dos inúmeros problemas que já tive com o site. Principalmente por anunciarem algo e não cumprirem, como fretes grátis e descontos no carrinho que nunca surgem. E que você fica esperando o retorno deles de até 3 dias, só que não acontece (ou não resolve o problema).

Ainda assim, eu continuo comprando (quando dá problema, eu fico com raiva e aborto a operação. Não sou tão trouxa de pagar um frete se eles anunciam frete grátis pro meu Estado). Compro porque é um dos sites mais baratos e que, por vezes, me dá retorno nos problemas.
Já trocaram livro meu que veio com defeito (não foi perfeito o atendimento de troca, mas funcionou). Alguns atendentes resolveram na hora meus problemas por não conseguir receber o desconto... Enfim!

OBS.: novamente muito satisfeita de meu pedido ter chegado 8 dias antes do previsto! 

Chega de falação e eu vou mostrar as recentes compras.
A felicidade total fica por conta do "O segundo suspiro" por 9,90!!!!
Eu comprei mais alguns de presente, os meus ficaram na faixa de 9,90... e no clima de natal eu inclui três de 19,90: Marian Keys, John Verdon (que quero ler faz tempo e indiquei pro Thiago!) e Zafón.



Eu queria comprar outras coisas que não livros, mas não achei nada com preço tão tentador.
Mas consegui comprar uns presentes de Natal adiantados na Sephora com um descontinho razoável.

Quem mais aproveitou esse fim de semana para gastar?

24.11.12

[Promoção] 25 anos de alegria para....



Hoje de manhã eu sorteei o/a ganhador/a que irá comemorar comigo minhas 25 primaveras...
Lembrando que a pessoa tem até sexta-feira (dia 30 de novembro) para entrar em contato comigo e que eu estou enviando nesse exato momento um email para ela.

























a Rafflecopter giveaway




Parabéns Ângela! Agradecida por ter participado e espero que possas desfrutas das mesmas emoções que eu!



E olha as fotos da última promoção! Eu amei e fiquei muito feliz!




23.11.12

Árvore de Natal... mas já?

No começo do mês eu me surpreendi que em pleno feriado de finados havia muita gente colocando fotos de suas decorações natalinas. Eu fiquei abismada com a antecipação que, para mim, só é justificada no comércio pelo seu objetivo de vender.
Hoje eu estava 'viajando' nas ciprestes cortadas da universidade e comversando sobre a utilização delas para pinheirinho. Conversa vai, conversa vem, eu ouvi até que haveria uma tradição de que a mesma árvore deveria ser montada por oito anos.
Achei que era um bom post para hoje já que estamos às vésperas da contagem regressiva do último mês para o natal.

O Natal

Para tratar das celebrações natalinas, primeiro seria interessante entender o que é essa data. O Natal é um feriado cristão que celebra o nascimento de Jesus Cristo. O dia 25 de dezembro foi uma 'adaptação' da Igreja Católica, durante o Império Romano (século III d.C.), com o objetivo de facilitar a conversão dos pagãos, já que nessa data se comemora o nascimento do Deus Sol (solstício de inverno nos países do norte).
O nome Natal vem do latim, do verbo nascer.



Preparação da decoração

Parece que o dia exato para se começar a montagem da decoração é variável conforme a fonte, encontrei os dias 30 de novembro e 6 de dezembro. E tem mais! Tanto o presépio quanto a árvore de Natal não devem ser montadas de uma única vez. Os enfeites devem ser acresentados aos poucos com o objetivo que preparação para essa data.
Ah, já aviso que a hora de desmontar (essa mais conhecida) é no dia 6 de janeiro, dia de reis.
Mas, por que será que a gente monta as árvores?
Pela pesquisa que eu fiz, parece que a 'invenção' é de Martinho Luthero, que tentou reproduzir a imagem que lhe encantou enquanto percorria a floresta.
E também encontrei a seguinte declaração do Padre Gustavo Haas:
“Durante o Natal, no Hemisfério Norte, todas as árvores perdem as folhas, com exceção do pinheiro. Por isso, a árvore se tornou símbolo da vida, celebrada no Natal com o nascimento do menino Jesus”
 Já a ideia de montagem dos presépios é creditada a São Francisco de Assis.

Polêmicas

Fiquei lendo sobre algumas polêmicas com relação ao Natal. Desde críticas ao consumismo que foi instaurado no lugar de um momento de paz e confraternização, até críticas feitas a questão do feriado cristão.
Eu (cristã) fiquei muito interessada nos grupos norte-americanos que apoiam que o governo não se vincule à festa com decorações e comemoração, visto que isso fere o previsto na Constituição de um Estado laico.
O mesmo cabe a nós no Brasil. Sinceramente, acho que estamos na pré-história da aceitação social quando temos feriados cristãos no calendário do país, vemos as celebrações cristãs nas decorações (não só de natal), ensinamos 'religião' nas escolas públicas, menosprezamos outras religiões.

Talvez essa seja uma data não apenas para amarmos uns aos outros e trocarmos abraços e presentes, mas também repensarmos a sociedade que construímos com palavras ao vento.


22.11.12

[Quadrinhos] O cabelo do Calvin e do Piruk

O Diego, meu noivo, faz aniversário amanhã. E durante sua vida escolar ele ganhou o apelido de peruca, porque não gostava de cortar o cabelo.
Ver essa tirinha do Calvin me lembrou desse tempo. Sei que está um pouco ruim para ler porque eu acabei tirando foto. Mas dá para clicar nela e ler em tamanho original.





21.11.12

[Resenha] A moradora de Wildfell hall - Anne Brontë



No começo do mês eu ganhei de aniversário do Diego o 6º livro da minha meta de 7 clássicos em 2012.
Um dos motivos pelo qual eu tive que pedir o livro aqui no blog, é que não havia nas bibliotecas um exemplar em português, aliás, essa é a única edição que eu encontrei à venda atualmente.
Isso me faz ressaltar alguns pontos que não condizem com a obra, porém que diz respeito à leitura.
A Landmark me decepcionou muitissíssimo (como diria o Chaves). Eram erros de tradução muito gritantes, que causavam confusão. Eram muitos problemas na edição do teto (havia inúmeros hífens no meio do texto e das palavras). Parecia até que haviam jogado o livro num tradutor online e feito algumas revisões bem superficiais.
Cheguei ao ponto de ler umas cinco vezes um parágrafo que dizia que fulano era filho do seu padrinho e eu nem sabia quem era o padrinho. Na página seguinte, eu descobri que fulano era na verdade o padrinho do filho.
Deixo aqui meu pedido de reedição e melhoria para a Landmark (e eu gostava mais quando na edição bilíngue, o texto em inglês vinha na lateral da página). (outras críticas aqui)

Eu não havia lido outro trabalho da terceira irmã Brontë, e eu gostei bastante. A escrita dela se assemelha mais de Chalotte do que de Emily, ainda assim é diferente.
Anne traz a religião com muita força ao texto através da crença de seus personagens (semelhante a Jane Eyre) e de um jeito que nos faz perguntar se ela não está sendo irônica. Afinal, Helen, sua grande personagem crê fielmente que devemos agir conforme Deus nos indica. Entretanto, ela sofre tanto que parece uma piada do destino.

A narração é conduzida de dois modos, primeiramente conhecemos seguimos a narração de Gilbert Markham através de cartas ao seu cunhado, de modo retrospectivo. Alguns capítulos, no entanto, não estão assinados como cartas.
Em determinado ponto da história, a narração do Sr. Markham é interrompida para apresentar a história através do diário de Helen, a misteriosa moradora de Wildfell Hall. E a história finaliza retomando do que seria o "presente" (só que relembro que o narrador está escrevendo a carta relembrando o passado) novamente pelas palavras de Gilbert e seu ponto de vista.

Embora o livro tenha sido escrito há um século e meio atrás, a leitura se mostrava extremamente atual. Eu li após Belo desastre, e ficava refletindo em como Travis é o tipo de rapaz por qual as gurias costumam suspirar e querer que mudem por elas.
Digamos que Helen é exatamente esse tipo de mulher, atemporal. Que embora extremamente madura, inteligente e sábia para uma jovem de dezenove anos, acredita que um casamento será algo grandioso se ela for capaz de transformar um homem em alguém bom e no caminho de Deus.

Mesmo com todo o mistério (o que me impedirá de falar demais aqui), eu achei extremamente previsível toda a história, não me causou surpresas fato algum. É muito raro que tudo que aconteça seja exatamente como se espera, mas essa leitura ocorreu assim.

Não é o trabalho Bronteano que eu mais tenha gostado, ainda assim acho que é uma leitura agradável e essencial para quem gosta de clássicos ingleses. E se tiver fluência em inglês na leitura, aproveita e leia o original.

Algo que me fez pensar muito, foram as escolhas e convicções de Helen para criar seu filho Arthur. Criativa, com razões em alguns fatos e não em outros, embora sempre justificados pela história de vida da personagem.



16.11.12

Beijos e babas

Hoje, o Lucas e a Camile vieram brincar comigo aqui em casa. Como o dia estava bonito e mamãe iria ficar revisando uns trabalhos em casa, ela permitiu que nós fôssemos até o córrego que fica no final da rua para tomar banho. 
Nós não demos tempo para ela repensar a proposta. Pegamos toalhas, emprestei um maiô para Mile enquanto Lucas preparava uma mochila com lanches. Só precisávamos voltar para casa no fim da tarde e prometer que não iríamos pular das pedras para dentro d'água.
Lucas tentou não prometer, mas minha mãe percebeu o silêncio dele e o olhar para o tapete, disse que se descobrisse que havíamos feito isso, Marise iria ficar sabendo.
As orelhas de Lucas ficaram vermelhas como tomates, porque ele percebeu que mamãe só falou o nome da mãe dele. E quando Mile disse para ele ficar tranquilo, que mesmo que ele desobedecesse a mamãe nunca teria como descobrir já que não estaria lá, nós dois nos olhamos e respondemos:

"Ela sempre sabe."

Eu lembro que eu e a Cat sempre costumávamos passar boa parte da noite tentando descobrir quais poderes mágicos mamãe possuía para sempre descobrir a verdade. Algumas vezes ela conseguia descobrir até mesmo o que estávamos pensando. 

"Ela não tem uma bola de cristal... Eu já olhei por tudo quando ela não estava em casa" - disse Cat olhando o teto estrelado do nosso quarto.

"E se estiver no trabalho dela?"

"Alguém poderia descobrir lá. Como ele é cientista, quem sabe tenha trocado os olhos do Cattus por uma câmera que fique filmando a gente. Talvez ele nem seja um gato, seja um robô!" 

Catherine começou a sorrir com sua ideia e, então, gritou:

"Ai! O que você está fazendo com seus pés gelados aqui?"

Ela me deixou ficar mesmo assim quando viu as lágrimas nos meus olhos e como eu estava assustada. Dormi na cama dela com medo do Cattus (o gato que tínhamos na época e que é pai do Félix) durante alguns meses.
Nessa época ainda dividíamos o quarto, Cat tinha quase a mesma idade que eu tenho hoje e ainda me abraçava com carinho.

"Joana está mesmo namorando o Mateus?" - perguntei para o Lucas, tirando da cabeça as lembranças

Ele ficou quieto por alguns segundos, depois confirmou com a cabeça.

"Acho que as duas são duas tolas. Brigarem por causa de um menino. Eca!" - Mile fez cara de nojo

"Eu não queria que elas tivessem brigado e me sinto um pouco culpado por ter perguntado sobre o cocô, mas qual o problema dos meninos?"

"Hmm... nem todos tem problema. Você não tem problemas, é um excelente amigo. Só que eu não consigo entender como duas amigas de tanto tempo podem crescer e ficarem burras. Brigarem por beijo que é algo nojento."

Fiquei pensando se beijar seria nojento mesmo e não escutei a resposta que Lucas deu para ela.
Na televisão os beijos nunca pareciam nojentos, nem quando meu pai e minha mãe se beijavam quando pensavam que nós não estávamos vendo.
Só que eu li nas revistas da minha irmã que as pessoas se beijam com a língua, e se você coloca a língua na boca de outra pessoa, deve ir baba para a boca dela.
Eu realmente comecei a ficar com nojo e vergonha de ter alguém com uma língua cheia de restos de comida cutucando dentro da minha boca. E toda aquela baba... E se eu engolisse a saliva da outra pessoa?

"Eu nunca vou beijar outra pessoa!" - falei em voz alta

"Vai virar freira, Let?" - Lucas perguntou rindo da minha cara

"Eu não preciso virar freira para não beijar alguém. Eu posso até beijar, se for de boca fechada."

Lucas continuou rindo e, de repente, me empurrou com tudo dentro d'água gelada.

"Vamos parar de falar de beijos e coisas de menininha. Quero saber quem consegue ficar mais tempo sem respirar e sem sair do lugar!"

Passamos o resto da tarde nadando e nos divertindo. Voltamos tão cansados que Marise nem ficou muito tempo conversando com a mamãe, ela se despediu indo para o carro com Camile quase fechando os olhos vermelhos.
Cat chegou logo em seguida e disse que não queria jantar. Meu pai tinha feito um sanduíche que ela adora, tentando melhorar o humor dela e dizendo que já era a terceira vez na semana que ela não jantava em casa.
Ela fingiu que não ouviu e subiu para o quarto dela. 
Enquanto eu tomava banho, lembrei da nossa conversa sobre beijos durante a tarde. Fiquei me perguntando se minha irmã já tinha beijado alguém, se tinha engolido a saliva de alguém.
Após o banho, bati algumas vezes na maçaneta da porta dela em dúvida se deveria conversar com ela. Só que ela ouviu o barulho e abriu a porte, perguntando o que eu queria.
O rosto dela estava inchado de tanto chorar e vi que ela estava jogando fora várias coisas, inclusive uma camiseta que Joana havia dado para ela com uma foto da Catherine Deneuve.
Ela olhou para a caixa e perguntou novamente o que eu queria.

"Posso dormir com você?"

Ela me abraçou tão forte como quando eu tinha medo de Cattus e apenas quatro anos. Só que dessa vez era ela que chorava molhando meu cabelo recém-lavado. Eu não conseguia entender direito tudo o que estava acontecendo, percebi que eu não queria crescer se isso significava brigar com meus amigos e chorar o tempo todo por uma história boba.
Só que eu não disse isso para a Cat. Entramos no quarto e deitamos na cama, fazendo tudo que estava em cima cair no chão. Mamãe reclamaria de manhã, só que no momento eu não me importei porque estava desempenhando o papel de irmã mais velha. Abracei a Cat, fiz cafuné nos seus cabelos e deixei que ela chorasse no meu colo até dormir.
E eu sei que não deveria me sentir feliz, só que eu estava. Porque desde que a Cat ganhou um quarto novo, ela nunca mais tinha me abraçado e confiado em mim daquela maneira.

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Letice é uma personagem criada por mim. Ela é uma menina de 9 anos que é cheia de questionamentos e apronta muito.

15.11.12

[Quadrinhos] Proclamação da república

Hoje é dia de quadrinhos e não podia deixar passar em branco o que para muito é mais um feriado qualquer, sem sequer lembrarem o motivo. Eis que hoje se comemora a proclamação da república do Brasil. E não poderia haver personagem melhor para nos fazer pensar no fato.




14.11.12

[Resenha] Belo desastre, o livro que devastou meu coração



Para quem não sabe todo meu drama em cima de Belo desastre, eu vi esse livro pela primeira vez na caixinha do correio da Aione. E fiquei fascinada! Ele tinha uma borboleta no vidro (eu tenho uma borboleta no vidro e sou maluca por elas), um título que me cativava, uma capa que me tocava pelos tons de cinza (além da borboleta).
E eu tinha recém lido Desastre, que eu havia comprado justamente porque as asas na capa sem alguém no meio me davam uma sensação de asas de borboleta. E ambos pareciam tratar do desastre que o amor pode gerar nas nossas vidas.

Eu nunca - NUNCA - fiquei tão fissurada por um livro. Eu já fiquei muito afim, fiquei com muito desejo pela sinopse e tal. Só que eu nem sabia sobre o que era, só que era um romance. E aí eu vi a resenha da Paola. E a coisa ficou pior. Ficou tão feio que eu cheguei a um ponto onde não lia mais resenhas desse livro, porque eu ficava mal de ainda não possuir ele. Eu tava com fissura, abstinência... Sem sequer ter provado.

Eu finalmente comprei o livro e reservei uma data especial para começar a leitura: o meu aniversário!
Isso não aconteceu, porque não terminei A dança dos dragões, que era outra paixão. Quando eu comecei a ler Belo desastre, ele foi mais do que eu esperava. Ou tudo que eu ansiava (e sim, eu vejo muitos defeitos nele e na sua história). Eu só não faltei a academia para continuar lendo, porque eu fiz musculação com os olhos grudados nele. E ainda tive que responder "como eu conseguia contar e ler".

Eu me desmanchei e me recuso a falar qualquer coisa sobre o enredo aqui, até porque há inúmeras resenhas que tratam disso e eu deixo o link no final. Eu quero só compartilhar a sensação que ele deixou, tão avassaladora quanto antes de ler.
Eu penso no Travis durante meu dia, eu me pego questionando Abby, eu relembro as frases maravilhosas no meio das páginas... Eu estremeço só de lembrar em como eu solucei de alegria e dor.
É difícil colocar em palavras, principalmente num local público como um blog (calma! não se assustem!), entretanto, eu me identifiquei demais com o texto de Jamie Macguire. Parecia que ela me conhecia, que sabia os pontos que me tocavam, as palavras que me faziam arrepiar e as rasgavam por dentro, eu me senti fazendo uma terapia. Eu estava sendo analisada enquanto lia. Eu e a Abby. A autora chegou ao ponto de me descrever e incluir na Abby passagens que também eram o meu extremo oposto. Não havia meio termo. Ou a Abby era eu, ou ela era o que eu não suportava, o que eu repudiava.

Travis (esqueçam o badboy que faz sucesso com as mulheres), o homem, fez o mesmo. Ele era tudo que eu queria, com as explosões e as impulsividades, os desejos do fundo da alma, a incompreensão eterna no desejo de se doar. E era o que de mais repulsivo poderia ser para mim: possessivo e violento (NOTA AO FIM DA RESENHA).

A possessividade é a única coisa que me faz realmente desejar demais uma sequência na história (não porque eu não queira mais, mas porque a história se bastava). Eu acho que precisa explorar mais mesmo ou seria um ponto contra para carregarmos conosco.

O resto nos embala fazendo-nos ignorar qualquer defeito que o livro possa oferecer (como um final medíocre, cuspido para finalizar um impasse). Ele é uma montanha-russa num vai e vem de emoções. Ele segue exatamente a linha de emoções de seus protagonistas, revelando aos poucos os mistérios de Abby, explodindo e quebrando tudo com Travis, gerando problemas e conflitos internos como a mente dos dois. O romance entre eles se desenvolve com a vida de Abby, principalmente, e não apenas por ser ela a narradora. Vemos no romance a construção e destruição de peças da sua história.

Recomendo! Pode não ter sido o melhor livro que já li, ou o melhor livro do ano que li.
Definitivamente é o que mais mexeu comigo, desde A hora do amor.

Refaço a observação de que o livro não é perfeito. E aí explico minha avaliação máxima com o que eu disse antes: ele nos carrega de um jeito que não conseguimos prestar muita atenção nos defeitos, apenas quando você termina e passa a refletir sobre. Se alguém consegue trabalhar sua escrita dessa forma, eu sou obrigada a dar o crédito da última estrelinha.

Em primeiro lugar… eu tenho critério, sim. Nunca transei com uma mulher feia. Nunca. Em segundo lugar, eu queria transar com você. Pensei em te jogar no meu sofá de cinquenta maneiras diferentes, mas não fiz isso porque não te vejo mais assim. Não é que eu não me sinta mais atraído por você, só acho que você é melhor do que isso.

 Gosto das palavras da Fernanda do Viagem literária "eu não quero um Travis para mim, mas eu não viveria sem um Travis na minha estante".
Ao contrário da Cida do MoonlightBooks, eu compreendo a Abby, e não acho que ela se faz de santa. Acho que ela tem um "quê" de inocência mesmo com sua história de vida e toma algumas atitudes por imaturidade.
Gosto do destaque que a Anna do Pausa para um café dá para a parte "sexual" do livro. Ela existe sim e é bem presente, com descrições pormenorizadas, porém longe de ser um livro erótico. Ele é "preto no branco" emoções e ações. E, para quem não tem problemas com isso, acho que várias das melhores cenas são as cenas de sexo, onde a autora conseguiu (nem eu consigo colocar em palavras) real e doce, foge do erótico para mim. Difícil explicar, só lendo.
NECESSÁRIO LER a resenha da Duda do BookAddict que aborda muito do que mais me incomoda no livro (não que não possa ser abordado, mas jamais glorificado) que é o relacionamento possessivo e a violência. Eu nem quis falar demais, porque eu acho que aqui ela consegue explicar direitinho o que eu penso (embora eu tenha amado o livro). A mesma opinião é dada pela Gi do Dicas da Gi com menos explicações.



12.11.12

[Na tela] A arte de amar, um manual para relacionamentos

Esse fim de semana carreguei os amigos para finalmente irmos assistir A arte de amar, filme francês que há muito tempo eu andava sondando para ver.

Confesso que ainda estou vivenciando aquele período de falta de ânimo para ver filmes, e talvez por esse motivo não tenha apreciado tanto o filme como poderia.
É uma comédia diferente. As cinco histórias podem te dar uma falsa impressão de um filme como Simplesmente amor ou os americanos Ele não está tão afim de você, Idas e vindas do amor e Noite de ano novo.  Só que não! O filme funciona mais como um manual para amar, com dicas e vivências com as quais nos identificamos, sonhamos, rimos, ficamos descrentes e nos irritamos.
Cada nova "cena" é um capítulo que se inicia com um pensamento, conselho ou frase.

Algumas histórias conquistam mais do que outras, por diversas razões. E há histórias de todos os tipos e gostos. Embora um tema recorrente seja relação aberta/traição/fidelidade.

Para mim, o filme começa de um modo encantador com a frase: "Não há amor sem música", com a história do compositor que busca a composição da sua música de amor. E é nesse momento que somos também apresentados a trilha sonora clássica que envolve o filme nos acolhendo com as inúmeras músicas dos relacionamentos.

Você pode não terminar o filme adorando, ainda assim uma experiência diferente e que fará você relaxar e repensar o amor.


"No momento em que nos apaixonamos, no instante preciso, produz-se em nós uma música particular. Ela é diferente para cada um e pode surgir em horas inesperada..."



A arte de amar - L'art d'aimer 
............... Emanuel Mouret 
............... 2011 
............... 85 minutos

O que acontece quando nos apaixonamos por alguém? Este é um conto composto por cinco histórias de amor e sexo. Achille (François Cluzet) está bem sozinho, mas acredita que pode viver uma aventura com a sua nova vizinha (Frédérique Bel). Depois dos 50 anos de idade, Emmanuelle (Ariane Ascaride) quer deixar seu marido Paul (Philippe Magnan) para viver novos amores. Vanessa (Élodie Navarre) admite ao seu companheiro que deseja dormir com um colega de trabalho. Zoé (Pascale Arbillot) propõe à amiga Isabelle (Julie Depardieu) que durma com seu marido, e a própria Isabelle acaba ajudando Amélie (Judith Godrèche) a testar a fidelidade de um admirador.

Segue o trailer que não faz jus ao filme:


9.11.12

[aicomprei] Pós aniversário (e outubro)

Eu tinha prometido que não ia comprar livros até novembro. A verdade é que eu não cumpri. Culpa da Aione que leu um livro que eu me interessei (O perfume da rosa) e estava por menos de 9 reais na Saraiva. 
Acabei comprando ele com As confissões de Laura Lucy (que está em casa e por isso não saiu nas fotos).

Eu também comprei alguns DVDs esse mês, embora há uns 2 meses não assista nenhum (tenho uma pilha imensa de DVDs comprados ou emprestados e ainda não assistidos). Eu atualizo a listinha amanhã com fotos deles (eu não lembro quais comprei). (ATUALIZADO 10/11/12)

(Cruz à beira do abismo, Oklahoma!, O homem que fazia chover, Wall-e, A verdade nua e crua)


A razão desse compacto gigante é que eu não queria demonstrar antes do tempo que descumpri minha promessa, aí fiquei esperando para mostrar com algumas coisas que eu ia me dar de presente de aniversário (aliás, Becky Bloom vive em mim quando faço aniversário e compro tudo que quero com essa desculpa).
Eu acabei me enrolando com o post porque parte das coisas estavam na minha casa e parte na casa da minha tia (onde eu fico parte da semana)... E eu resolvi deixar de babaquice e mostrar logo quando me surpreendi com a entrega a jato da Submarino que recebi quando cheguei pra almoçar. Fazia mais de um ano que eles não me entregavam um produto em até 4 dias (e antes isso era normal).

Chega de falar e "bora" mostrar:


Compras da Saraiva em outubro. O perfume da rosa e o da Laura Lucy eu comprei erroneamente. Os outros três foram comprados exclusivamente pela promoção de A culpa é das estrelas (que estava na lista desde o lançamento), porque aí eu já embarquei na coisa de me presentear antecipadamente. O ódio foi ver a promoção da Submarino no dia seguinte colocando meu livro amado por 10 reais. SIM, EU DISSE DEZ REAIS! Tudo bem, porque não me interessei por muitos outros da promoção e eu acabei pagando só seis reais a mais.
E, obviamente, sempre tive curiosidade de ler Marley & eu (e Diego ficou de olho no livro, o que me deixou feliz!


Na onda de se presentear eu comprei os livros que eu queria/precisava para juntar com o primeiro e último que eu tinha.
E logo saberei tudo da minha companheira de compras desmiolada demais.
Aproveitei e me inspirei para comprar de presente para a Larissa o primeiro da Becky, assim ela relaxa de estudar e dá umas risadas.


Aí eu ganhei de aniversário do Diego, da Fabiane e da Kênia os respectivos acima.
Eu adorei a revista Serrote (já andei folheando no dia seguinte e logo trago um trecho pro blog com o qual eu me desidentifiquei, porém adorei).
Prestem atenção nas rosinhas silvestres que a mãe colheu e fez um arranjo para a minha cabeceira pelo meu aniversário.



E eu me descontrolei total com a promoção do dia do livro e etc.
Comprei a séria da Rainha da fofoca que eu quase tinha comprado junto com os livros da Becky, só pra levar junto a coleção do John Grisham que estava por 9,90 (OS TRÊS). Eu nem sou fã dele, mas né? Tava sendo dado, porque não paga nem o papel, muito menos a impressão, a capa, o autor e etc etc etc

A jaca já tinha engolido meu joelho, portanto, achei melhor enfiar a coxa também e segunda acabei comprando O inverno das fadas pela metade do preço (ALELUIIIAAA) com Huguito (já espiei e o livro é lindo), de brinde eu decidi pôr na cesta A hospedeira (que eu já li emprestado, gostei mais do que Crepúsculo e vivia dando sopa na promoção). Eu já ia comprar quando vi o box das calças viajantes.
Eu sempre olhava com certa curiosidade do tipo "um dia preciso ler pra saber se é legal, ou ao menos ver o filme que meu cunhado recomendou há uma década quase". E eles estavam por 49,90. Não era de graça, porém bem mais barato e eu me afundei geral.
Acho que jaca faz bem pra pele e que agora eu preciso mendigar AINDA MAIS por uma estante ou prateleiras, porque já tem mais de 60 livros escondidos nos meus dois guarda-roupas achando que vão encontrar Nárnia.

E agradeço à todos por todos os parabéns recebidos, pelos presentes, pelos pensamentos.
Vou almoçar, porque logo logo volto ao batente.





P.S.: Presente foi ter lido Belo desastre essa semana. Ele conseguiu ser ainda mais do que eu esperava. Eu realmente sabia só pela minha desejada borboleta presente na capa que nós pertencíamos um ao outro.

7.11.12

[Resenha] O mundo atrás da porta com Coraline


Segunda antes da aula de Body step eu comecei a ler Coraline e, com muito custo, abandonei à noite para ler A dança dos dragões. Porém o livro é tão delicioso quanto o filme, e hoje de manhã eu já havia terminado.
Para quem não assistiu Coraline, segue o trailer abaixo, que pode ser apreciado antes ou após a leitura, já que como boa história infantil, não é repleta de finais surpreendentes, porém como excelente história infantil deve ser: dá vontade de relembrá-la mais uma, mais duas, mais três vezes e assim vai.



Embora para crianças, Neil Gaiman traz um mundo recheado de assombrações e com reflexões bem maduras. A jovem Coraline Jones, não Caroline, se muda para uma casa enorme que é dividida em apartamentos. Ela é uma exploradora nata com pais que se ocupam mais com seus afazeres e deixam a pequena desapontada com a solidão e falta de diversão em seus dias.
Eis que atrás de uma porta que parecia não dar em lugar nenhum, a menina descobre um outro mundo. Com outra mãe, outro pai, outros vizinhos.

Terei que fazer uma breve comparação com o filme aqui (que já vi há alguns anos). Infelizmente essa é uma parte pouco explorada no livro que, felizmente, os criadores da animação souberam engrandecer, tornando a "outra" casa de Coraline um lugar realmente fantástico e sedutor, mal descrito no livro para causar um impacto grande na história.

Coraline é uma heroína clichê, porém suas atitudes convencem o leitor pela sua idade. por vezes me pegava pensando porque ela dava uma resposta tão estúpida, porque não era mais dissimulada. E eu me recordava que a mente de criança poderia funcionar de um modo mais sincero e direto do que a minha.

Como a Duda do Bookaddict bem ressaltou (e a própria contra-capa traz), há diversas semelhanças com famosas histórias infantis como o gato cínico que a acompanha e até mesmo toda maluquice que as vizinhas demonstram na hora do chá (e em todas as horas). Um mundo novo que é aberto por uma porta. Só que aqui temos uma discussão que lembra o mágico de Oz, com a célebre frase "não há lugar como nosso lar". Já que o autor propõe que Coraline amadureça lutando com seus monstros e percebendo que a sua família é especial como é.

As ilustrações dos capítulos estão bem legais (e eu gosto quando elas acompanham o assunto do capítulo, como acontece aqui). A capa é muito, mas muito interessante com detalhes de desenhos como se fossem sombras feitos pela diferença de textura no papel.

Recomendo muitíssimo para crianças, jovens e adultos.

(...)Agora, vocês pessoas têm nomes. Isso é porque vocês não sabem quem vocês são. Nós sabemos quem somos, portanto não precisamos de nomes.
p. 41

(...) Eu não quero tudo o que eu quiser. Ninguém quer. Não realmente. Que graça teria ter tudo o que se deseja? Em um piscar de olhos e sem o menor sentido.
p. 116

3.11.12

Muitos anos de vida?

Vinte cinco anos, parece muito tempo, parece muito próximo dos trinta, quando começo a pensar nos números fico com receio de não estar contando bem. Será que já passou tudo isso? Será que vou ter tempo suficiente de realizar meus desejos? Será que já fiquei velha demais para realizar alguns?
Será...

Nos últimos dois dias eu fiquei refletindo bastante, não sobre minha idade e as questões acima, mas sobre o último ano que completei.

Aconteceram tantas coisas difíceis e maravilhosas comigo que não pareceu que foi apenas um ano, parecem vários.

Eu terminei a graduação, passei por uma crise mais profunda que nos últimos anos, fiquei noiva, ganhei um emprego maravilhoso e tive que me despedir dele cedo demais (porém pude acrescentar muitas pessoas para dividir meu pensamento e meus desejos de sucesso), ganhei um segundo emprego, fiz novas amizades, voltei a ler mais, relaxei, dancei, participei de um espetáculo financiado pela Fundação Franklin Cascaes, ri, chorei (chorei mais ainda), ri mais um pouco, resmunguei, aprendi novas coisas, reaprendi coisas que já havia "aprendido", mudei de opinião, fortaleci opiniões, fui madrinha, ganhei o presente de conviver com quatro grávidas, amadureci. E fiquei mais criança.

Eu voltava no carro ontem divagando sobre todas essas coisas e como eu estava me sentindo feliz e tranquila com meus amigos, enquanto me preocupava tanto com outros. Como eu gostaria que pudesse deixá-los também felizes e tranquilos, mesmo sabendo que há dores que só podemos curar sozinhos (mesmo que com ajuda).
E aí me dei conta em quanto ouvia e desejava felicidades e muitos anos de vida nos aniversários, quando eu mesma achava que os muitos anos de vida não sejam o mais importante.
Decidi que bastam as felicidades, os sonhos concretizados, saúde, paz, amigos... que eu não preciso de muitos anos de vida, sejam eles 25, 30 ou 90. Preciso sim de uma vida feliz.
De sentir exatamente aquela tranquilidade e plenitude que estava sentindo ao voltar da presença de quem eu amo. E que não são necessários anos para que se viva feliz, são necessários momentos.
Estes podem ser muitos, podem ser poucos. Seria melhor que não fosse necessário contá-los, porque basta que sejam bons.
Bons até quando forem ruins, doídos.

Bons para dizer, que se viveu a vida.

Agradeço a todos que me desejaram um feliz aniversário, agradeço aos que não se lembraram, no entanto, dividiram parte de suas vidas comigo.
Não sou hipócrita e não agradecerei a quem me fez desperdiçar segundos da minha vida (sim, todo mundo desperdiça, nem todo momento é válido).
Ainda assim, pode ser que eu nem precise de mais "dias do meu nome", porque embora eu ainda tenha muitos sonhos a realizar, já sou grata por ter "vivido minha vida" e dividido ela com tantas pessoas especiais.

1.11.12

[Quadrinhos]

Ontem foi dia de Halloween e hoje, dia de todos os santos e véspera de feriado... eu aproveitei pra continuar no clima.

Eu tinha preparado um quadrinho do Calvin que eu curto bastante.

  

Acontece que semana passada no facebook vi uma que eu tive certeza que tinha que vir pra cá.
 


Curtiram?
Bom feriado e bom descanso a todos!
 


 
Minima Color Base por Layous Ceu Azul & Blogger Team